domingo, 19 de fevereiro de 2012

Vamos precisar aprender...

19. Algumas leis naturais

 

Duas leis superiores aparecem nestes tempos em que mais e mais pessoas fazem grandes contribuições para a evolução humana e alguns pequenos grupos insistem em praticar o “fora do tom”, desafinar, quebrar a harmonia, provocar desequilíbrio, contribuir para a separação e para a exclusão.
É muito importante entender como funcionam as leis do Karma e do Dharma para que possamos saber o que fazer para conduzir nossas vidas em harmonia com as forças superiores.
Algumas filosofias falam de Lei de Causa e Efeito. Outras falam de Ressonância Harmônica. A palavra “harmônica” aqui usada não é substantivo, é adjetivo. A ressonância de um ato se faz harmônica, coerente, no mesmo padrão. Entendeu?
Qualquer ato seja do bom ou do mal, tem a sua conseqüência. Se praticarmos o bem a conseqüência será boa para nós; se temos uma má conduta as conseqüências serão ruins.
Não existe efeito sem causa e nem causa sem efeito.
Outro aspecto das mesmas leis: sempre fomos induzidos a acreditar que existe um tribunal para julgar nossas ações. Isso só é aplicável para os espíritos ignorantes que desconhecem os princípios éticos.
Seres de consciência totalmente desperta, responsáveis por seus atos, comandante de seu arbítrio livre, só produzem o que agrada a proposta da vida e têm noção de quando estão em falta com a vida. O Tribunal da Justiça Divina atua em seus íntimos, são as suas consciências, cuja função é pesar nossas boas e más ações e aplicar de forma justa a sentença, a conseqüência de nossas ações, o resultado de nossos plantios.

Uma tradição antiga

Nas pirâmides do Egito foram encontradas várias ilustrações do Tribunal da Justiça Divina. Esse Tribunal é formado pelo regente Anúbis e seus 42 juízes.
Nestas ilustrações o regente Anúbis é representado por um homem com a cabeça de chacal e os 42 juízes são simbolizados por diversos animais. Anúbis, na tradição egípcia, é o juiz que pesa o coração dos mortos e aplica a pena correspondente.
A tradição servia a uma época em que o Deus fazia tudo pelos fiéis e também julgava a todos.
Mas, de uma coisa podemos estar certos. A Lei Divina tem como base a justiça e a misericórdia. A justiça sem misericórdia é tirania. A misericórdia sem justiça é tolerância, complacência com o erro. Compreender isso, se conscientizar disso é sabedoria espiritual.
Se ao pesar nossas ações em uma balança, o prato das boas ações estiver mais pesado o resultado será um Dharma, que é uma recompensa, um prêmio, uma bênção pelas boas obras.
O Dharma (do sânscrito), que também se escreve sem o “h”, significa também realidade ou ainda virtude.
Se ocorrer o contrário, se o prato das más ações estiver mais pesado, o resultado será um Carma, ou seja sofrimento, dor, adversidades, etc.
A palavra de origem sânscrita Karma significa ação. Podemos entendê-la como lei de ação e conseqüência.

Os tipos de Carma.

Existem vários tipos de Carma:
Individual: quando é aplicado especificamente a uma pessoa. Por exemplo, no caso de uma doença ou defeito físico ou peripécias sequenciais.
(é importante ressaltar que nem todo sofrimento ou acontecimento ruim é cármico, pois devido a nossa inconsciência podemos causar diretamente nosso próprio sofrimento. Ex: uma pessoa que atravessa uma rua sem a devida atenção e é atropelada).
Familiar: quando é aplicado de tal forma que afeta toda uma família. Por exemplo, no caso de se ter um membro da família que é viciado em drogas. Isto traz sofrimento para todos ao redor.
Regional: quando é aplicado em determinada região. Temos como exemplo as secas, enchentes ou outras adversidades climáticas que ocorrem em determinados lugares e regiões.
Nacional: é uma ampliação do carma regional. Temos o exemplo de países que são assolados pela guerra, ditaduras, misérias, desastres naturais, etc.
Mundial: quando é aplicado a toda humanidade. Temos o exemplo das guerras mundiais e, atualmente, vemos a imensa degradação e a progressiva escassez dos recursos naturais, iminência de guerra nuclear, grandes desastres naturais, ameaças de epidemias, etc.
Neste momento não poderíamos deixar de alertar que estão ocorrendo grandes transformações em nosso mundo.
Katância: é o carma mais rigoroso, que é aplicado aos Mestres, papas, líderes do planeta, que apesar de suas inúmeras perfeições, podem cometer erros e ser penalizados.
Kamaduro: que é o carma aplicado a erros graves, assassinatos, emboscadas, torturas, etc. Esse tipo de karma não é negociável e quando é aplicado vai inevitavelmente até as suas consequências finais.
Karmasaya: esse carma também não é negociável e é aplicado quando a pessoa comete adultério.
Nas escrituras sagradas está escrito que “todo falta será perdoada, menos as faltas contra o Espírito”, e essa falta é aquela ação que impede um espírito de se desenvolver: cativeiro ou outra forma de privação da liberdade, fome, miséria, traição, adultério. 
Nos casos da traição e do adultério o leitor não deve voltar sua atenção apenas para as relações conjugais, pois a traição é também mentir, enganar, trapacear; e o adultério pode se dar em qualquer tido de adulteração.
Sabendo disso podemos então fazer uma idéia de como é grave a situação cármica de toda a humanidade.

É como as leis do mercado
Como foi dito, as bases da Lei Divina são a justiça e a misericórdia. Isso significa que, por mais duro que seja nosso carma, podemos pagá-lo com boas obras e então não necessitaremos sofrer.
Existem sentenças clássicas sobre o carma e darma: “Quando uma lei inferior é transcendida por uma lei superior, a lei superior lava a lei inferior”.
“Faze boas obras para que pagues tuas dívidas. Ao leão da lei se combate com a balança”.
“Quem tem com que pagar, paga e sai bem em seus negócios; quem não tem com que pagar, pagará com dor”.
Se no prato da balança cósmica colocamos as boas obras e no outro as más, é evidente que o resultado poderá ser Carma ou Darma (qual prato estará mais pesado). Os devedores enfrentarão os juros. Os bons pagadores conquistarão descontos. Nossas existências passadas determinarão o Darma ou Carma futuro.
Por isso é urgente avaliar nossa conduta diária e fazer como certos caminhões que trazem escrito na traseira “Como estou dirigindo?”. Como motoristas de um corpo pelas estradas da vida, alguém (nossa consciência) deve responder-nos como estamos dirigindo.
Ao invés de protestarmos por estarmos em dificuldades, devemos sim agradecer a oportunidade de crescer para suplantar o desafio e ainda arranjar forças para ajudar aqueles que têm ainda piores problemas.
Ao invés de protestarmos por estarmos doentes, devemos perguntar ao nosso organismo, “onde foi que falhei contigo?”.
Ao invés de reclamarmos das pessoas que nos criticam, devemos aprender a ver o ponto de visto alheio e abandonar de uma vez a teimosia, as intrigas, as reclamações, etc.
Nosso carma pode ser perdoado se eliminarmos a causa de nossos erros, de nossa ira, de nossa inveja, de nosso orgulho, etc.
A causa de nossos erros e, por conseguinte, de nosso sofrimento é o ego, nossos defeitos psicológicos.
O mundo seria um paraíso se as pessoas eliminassem de si mesmas essas abominações inumanas.
Não é possível ter uma conduta reta se somos manipulados pelos defeitos psicológicos.
Conforme vamos eliminando nossos próprios defeitos o carma referente a tal ou qual defeito vai sendo zerado. Isto é a misericórdia de mim para comigo.
Nunca devemos protestar contra nossa situação cármica, pois isso só vem a agravá-la. O Carma é um remédio das Leis Divinas aplicado para que sejamos capazes de através dele identificarmos nossos defeitos por meio da experiência direta, que é o sofrimento.

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