domingo, 12 de fevereiro de 2012

Comece e celebrar a passagem do tempo

12. O Calendário Lunar

Apesar das confusões já abordadas por este blog quando se trata de medir o tempo, uma coisa se pode destacar: mesmo sem se comunicarem entre si e mesmo conhecendo ou não outros modelos mais precisos para a contagem do tempo, foram os calendários mais simples como a lunação e os sete dias da semana que permitiram aos historiadores refazer em tempo real todos os eventos históricos que conhecemos.
Como se tivesse havido uma inteligência universal a coordenar o processo, os povos adotaram as fases da Lua e a semana de sete dias para medir o tempo.
Mesmo com o Sol servindo de principal medida para a contagem dos dias, existem calendários lunares que funcionam conjugados com o movimento do Sol e servem muito mais para a contagem dos meses. Neste artigo você, leitor, conhecerá um pouco sobre a Lua e a Vida.
Como já vimos o Calendário é um sistema para contagem e agrupamento de dias que visa atender, principalmente, às necessidades civis e religiosas de uma cultura. A palavra deriva do latim calendarium ou livro de registro, que por sua vez derivou de calendae, que indicava o primeiro dia de um mês romano. As unidades principais de agrupamento são o mês e o ano.
A palavra calendário é usada também para descrever o aparato físico (geralmente de papel) para o uso do sistema (por exemplo, calendário de mesa), e também um conjunto particular de eventos planejados
A unidade básica para a contagem do tempo é o dia, como foi dito, que corresponde ao período de tempo entre dois eventos equivalentes sucessivos: por exemplo, o intervalo de tempo entre duas ocorrências do nascer do Sol, que corresponde, em média a 24 horas e se divide em um período iluminado (dia) e outro sombrio (noite).
O mês lunar corresponde ao período de tempo decorrido entre o giro completo da lua entre Nova (mínima), Crescente (meia lua), Cheia (máxima) e Minguante (meia lua) chegando novamente ao mínimo, cujo valor aproximado é de 29,5 dias.
Diferente do ano solar médio, que tem a duração de aproximadamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 47 segundos (365,2422 dias), conhecido como ano trópico e carecendo de um dia a mais a cada quatro anos para compensar o tempo a mais que a matemática não arredonda, o ano lunar é contado de outra forma. Toma-se os 365,2422 e divide-se por 13 lunações de 29,5 dias, mas a conta também não fecha, pois 29,5 x 13 = 383,5 dias. Mas também não é verdade que o mês lunar tem 29,5 dias, pois o mês é um pouquinho mais curto.   
Os calendários antigos baseavam-se em meses lunares (calendários lunares) ou no ano solar (calendário solar) para contagem do tempo.
Antes de Júlio César criar, com a ajuda do astrônomo Sosígenes, o calendário dito juliano, os romanos tinham meses lunares, que começavam em cada lua nova. No primeiro dia da lua nova, chamado dia das calendas (“calendae”), um dos pontífices convocava o povo no Capitólio para informar as celebrações religiosas daquele mês. O pontífice mencionava um por um os dias que transcorreriam até as nonas, repetindo em voz alta a palavra “calo”, eu chamo.
A partir do calendário juliano, que não era lunar, as nonas foram o quinto dia nos meses de trinta dias e o sétimo nos meses de trinta e um. De “calendae”, os romanos criaram o adjetivo “calendarius”, relativo às calendas, e o substantivo “calendarium”, com o qual designavam o livro de contas diárias e, mais tarde, o registro de todos os dias do ano.
Em nossa língua portuguesa, até o século XIII, a palavra calendas era empregada, no entanto, para denominar o primeiro dia de cada mês e calendário, a lista dos dias do ano com suas correspondentes festividades religiosas. O calendário dos gregos não tinha calendas, e assim os romanos conceberam a expressão “Ad calendas graecas”, para as calendas gregas, para referir-se a algo que não iria ocorrer nunca.
Calendários em uso na Terra são freqüentemente os lunares, solares, luni-solares ou arbitrários.
Um Calendário Lunar é sincronizado com o movimento da Lua; um exemplo disso é o calendário islâmicom enquanto um calendário solar é sincronizado com o movimento do Sol, como já vimos; um exemplo é o calendário persa. Um calendário luni-solar é sincronizado com ambos os movimentos do Sol e da Lua; um exemplo é o calendário hebraico. Um calendário arbitrário não é sincronizado nem com o Sol nem com a Lua. Um exemplo disso é o calendário juliano usado por astrônomos. Há alguns calendários que parecem ser sincronizados com o movimento de Vênus, como o calendário egípcio; a sincronização com Vênus parece ocorrer principalmente em civilizações próximas ao equador.
Praticamente todos os sistemas de calendário utilizam uma unidade coloquialmente chamada de ano, que se aproxima do ano tropical da Terra ou seja, o tempo que leva um completo ciclo de estações, visando facilitar o planejamento de atividades agrícolas. Muitos calendários também usam uma unidade de tempo chamada mês baseado nas fases da Lua no céu; um calendário lunar é aquele no qual os dias são numerados dentro de cada ciclo de fases da Lua. Como o comprimento do mês lunar não se encaixa em um divisor exato dentro do ano tropical, um calendário puramente lunar rapidamente se perde dentro das estações. Os calendários lunares compensam isso adicionando um mês extra quando necessário para realinhar os meses com as estações.
No ocidente, o calendário juliano baseado em anos foi o adotado. Ele numera os dias dentro dos meses, que são mais longos que o ciclo lunar, por isso não é conveniente para seguir as fases da Lua, mas faz um trabalho melhor seguindo as estações. Infelizmente, o ano tropical da Terra não é um múltiplo exato dos dias (é de aproximadamente 365,2422 dias), então lentamente cai fora de sincronia com as estações. Por essa razão, o calendário gregoriano foi adotado mais tarde na maior parte do ocidente. Por usar um sistema flexível de ano bissexto, pode ser ajustado para fechar com as estações como desejado.
Calendários podem definir outras unidades de tempo, como a semana, para o propósito de planejar atividades regulares que não se encaixam facilmente com meses ou anos. Calendários podem ser completos ou incompletos. Calendários completos oferecem um modo de nomear cada dia consecutivo, enquanto calendários incompletos não. O primeiro calendário romano - que não tinha nenhum modo de designar os dias dos meses de inverno que não fosse agrupar todos juntos como "inverno" - é um exemplo de um calendário incompleto, enquanto o calendário gregoriano é um exemplo de calendário completo.
Calendários podem ser pragmáticos, teóricos ou mistos. Um calendário pragmático é o que é baseado na observação; um exemplo é o calendário religioso islâmico. Um calendário teórico é aquele que é baseado em um conjunto estrito de regras; um exemplo é o calendário hebraico. Um calendário misoto combina ambos. Calendários mistos normalmente começam como calendários teóricos, mas são ajustados pragmaticamente quando algum tipo de assincronia se torna aparente; a mudança do calendário juliano para o calendário gregoriano é um exemplo, e o próprio calendário gregoriano pode ter que receber algum ajuste próximo ao ano 4000 (como foi proposto por G. Romme para o calendário revolucionário francês revisado). Houve algumas propostas para a reforma do calendário, como o calendário mundial ou calendário perpétuo. As Nações Unidas consideraram a adoção de um calendário reformado por um tempo nos anos 50, mas essas propostas perderam muito de sua popularidade.
O calendário gregoriano, como um exemplo final, é completo, solar e misto.
Nem todos os calendários usam o ano solar como uma unidade. Um calendário lunar é aquele em que os dias são numerados dentro de cada ciclo das fases da Lua. Como o comprimento do mês lunar não é nem mesmo uma fração do comprimento do ano trópico, um calendário puramente lunar rapidamente desalinha-se das estações do ano que, próximo da Linha do Equador não variam e por isso também não influenciam as marés com a mesma intensidade que nos trópicos.
A Lua, como se aceita, influencia a menstruação da mulher, a gestação, as safras, as marés e até o corte do cabelo humano. Os estudiosos ensinam que na Lua Nova as energias de tudo que vive estão em baixa para, na Lua Cheia, voltarem ao pleno. Estas vibrações emananadas do Sol e refletidas na Lua fazem a diferença quando a Lua se esconde ou se mostra inteira para uma região do planeta.
Para um batalhão de pesquisadores o pior dos calendários conhecidos é o gregoriano, que engessa o sentir natural e impõe a ditadura do horário linear. Você sabe, hoje, em qual fase da Lua nós estamos? Mesmo que seu organismo esteja pedindo recolhimento e introspecção, a ditadura gregoriana nos pede para avançar e correr atrás do trem. Dá pra compreender o que seja essa violentação toda por conta do modo como não celebramos a passagem do tempo segundo o momento célebre que vivemos?
Passamos uma vida inteira violando os códigos energéticos e biológicos e achamos que podemos ser felizes. Essa última frase pede uma profunda reflexão neste domingo de quase Lua Minguante.

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