segunda-feira, 4 de março de 2013

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domingo, 3 de março de 2013

1000-Estudos sobre a Consciência


O aspecto moral da consciência

(Advertência ao leitor: estamos caminhando em busca do espírito onde se presume seja a sede da consciência)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Consciência, no aspecto moral, é a capacidade que o homem tem de conhecer não apenas valores e mandamentos morais, mas de aplicá-los em diferentes situações. Há uma indicação de que consciência modela atitude.

A consciência moral tem alguns pressupostos que são a consciência psicológica, que tem dentro de si, o outro, a realidade, a transcedência e a si mesmo. A consciência moral supõe uma hierarquia de valores, e também uma finalidade do ato, seja ele bom ou mau. Ela consiste na capacidade do ser humano observar a própria conduta e formular juízos sobre os atos praticados, passados e presentes e as intenções futuras. E depois de julgar, o homem tem condições de escolher, dentre as circunstâncias possíveis, seu próprio caminho na vida. No fundo, a consciência é a bússola do livre arbítrio.

Consciência moral: (a) ratifica no intimo as normas que vêm de fora; (b) exerce a sua autonomia face aos atos e ao mundo.

Temos também a consciência social e pessoal que vem formar a consciência moral, dentro de uma tensão nas dimensões do ser humano.

A consciência moral pode ser vista como um juiz, ou uma voz interior que ora gera em nós sentimentos de nostalgia e prazer, como também grandes remorsos e arrependimentos. Esta é uma caracteristica que nos é dada pela própria natureza, e que deve de ser ouvida e seguida, porque ela pressupõe o que é para cada individuo o correto e o incorreto, ou seja, atua como uma bússola interior, emite conselhos e orienta a ação, indica-nos o melhor caminho. Diz-nos: "Deves de fazer isto!" ou "Não deves fazer aquilo!". Mas no fim, em casos extremos, ela vinga-se e leva-nos por caminhos errados, gerando os tais sentimentos de culpa e arrependimento. Isto assim mostra-nos que a consciência moral, é a consciência de que nem todas as possibilidades "ouvidas" são igualmente valiosas. Há aqueles que desafiam sua consciência e entram em turbilhões carregados de ventanias e tempestades. Perdem a ternura. Olham-se no espelho e se detestam. Dirigem-se às outras pessoas como se estivessem dirigindo-se a se mesmas. Tudo é crítica, tudo é recriminação, o mundo parece haver-se voltado contra essas pessoas. E, na verdade, é isso mesmo. O nosso mundo é a nossa consciência, a única instância capaz de nos punir em liberdade, sentir fome com a mesa farta, perder o sono depois de um dia estafante, perder o prazer em situações de muito gozo. Esse perfil de pessoas é aquele que só voltarão a pertencer ao mundo quando reconciliarem-se com o seu próprio mundo.

FECHA-SE UM TEMPO

De acordo com as repetidas advertências publcadas aqui, esta postagem (de nº 1000) é a última a ser postada neste blog. Ele permanecerá aberto apenas para que os leitores tenham a chance de migrar para o endereço onde continuaremos atuando. Se for de seu desejo adicione à barra de favoritos o novo endereço onde diariamente haverão novos artigos:

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sábado, 2 de março de 2013

999-Estudos sobre a Consciência


A consciência sob o ponto de vista espiritual
 

(Advertência ao leitor: estamos caminhando em busca do espírito onde se presume seja a sede da consciência)

O extraordinário Leon Denis, em “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, no capítulo IV – A Personalidade Integral, que vem em abono a esta série – também fala de consciência. Assim:


A consciência, o “eu”, é o centro do ser, a própria essência da personalidade. Ser pessoa é ter uma consciência, um “eu” que reflete, examina-se, recorda-se. Poder-se-á, porém, conhecer, analisar e descrever o “eu”, os seus misteriosos recônditos, as suas forças latentes, os seus germens fecundos, as suas atividades silenciosas? As psicologias, as filosofias do passado debalde o tentaram encontrar. Os seus trabalhos não fizeram mais do que tocar de leve a superfície do ser consciente. As camadas internas e profundas continuaram obscuras, inacessíveis, até ao dia em que as experiências do Hipnotismo, do Espiritismo, da renovação da memória aí projetaram, afinal, alguma luz.


Então se pôde ver que em nós se reflete, se repercute todo o universo na sua dupla imensidade, de espaço e de tempo. Dizemos de espaço, porque a alma, nas suas manifestações livres e plenas, não conhece as distâncias. Dizemos de tempo, porque um passado inteiro dorme nela ao lado do futuro que aí jaz no estado de embrião.

As escolas antigas admitiam a unidade e a continuidade do “eu”, a permanência, a identidade perfeita da personalidade humana e a sua sobrevivência. Os seus estudos basearam-se no sentir íntimo, no que em nossos dias se chama introspecção.

A nova psicologia experimental considera a personalidade como um agregado, um composto, uma “colônia”. Para a psicologia experimental ela é apenas a aparente unidade do ser, que pode decompor-se. O “eu” é uma coordenação passageira, disse Th. Ribot, em Les Maladies de la Personnalité, páginas 170 e 172. Essas afirmações baseiam-se em fatos de experiência, que não se podem deixar de lado, tais como vida intelectual inconsciente, alterações da personalidade, correlação entre as doenças da memória e as lesões do cérebro, etc.

Como aproximar e conciliar teorias tão dessemelhantes e, contudo, baseadas, ambas, na ciência de observação? De maneira simples. Pela própria observação, mais atenta, mais rigorosa. Myers disse-o (em La Personnalité Humaine, pág. 19 – obra que representa o mais grandioso esforço tentado pelo pensamento para resolver os problemas do ser) por estes termos:

“Uma investigação mais profunda, mais audaz, exatamente na direção que os psicólogos (materialistas) preconizam, mostra que eles se enganaram afirmando que a análise não provava a existência de nenhuma faculdade acima das conhecidas na vida terrestre, assim como eles a concebem, é capaz de produzir e o meio terrestre de utilizar. Porque, na realidade, a análise revela os vestígios de uma faculdade que a vida material ou planetária nunca poderia ter gerado e cujas manifestações implicam e fazem necessariamente supor a existência de um mundo espiritual. Por outro lado, e em favor dos partidários da unidade do “eu”, pode-se dizer que os dados novos são de natureza a fornecer às suas pretensões uma base muito mais sólida e uma prova presuntiva que se avantaja em força a todas as que eles poderiam ter imaginado, a prova, especialmente, de que o “eu” pode sobreviver, e sobrevive realmente, não só às desintegrações secundárias, que o afetam no curso da sua vida terrestre, mas também à desintegração derradeira que resulta da morte corporal.

Muito falta ao “eu” consciente de cada um de nós para poder compreender a totalidade da nossa consciência e das nossas faculdades. Existem uma consciência mais vasta e faculdades mais profundas, cuja maior parte se conserva virtual em relação à vida terrestre, das quais se desprenderam, por via de seleção, a consciência e as faculdades da vida terrestre; tais, consciência mais alta e faculdades mais profundas, de novo se afirmam em toda a plenitude depois da morte.

Há cerca de catorze anos tenho sido levado lentamente a essa conclusão, que revelou para mim a sua forma atual, em conseqüência de uma longa série de reflexões baseadas em provas, cujo número ia aumentando progressivamente. Em certos casos vê-se aparecer em nós um ser muito diferente do ser normal, possuindo não só conhecimentos e aptidões mais extensas que as da personalidade comum, mas, além disso, dotado de modos de percepção mais poderosos e variados. Às vezes, até mesmo nos fenômenos de “segunda personalidade” o caráter se modifica e difere por tal forma do caráter habitual que alguns observadores se julgaram na presença de um outro indivíduo.

Cumpre fazer bem a distinção entre esses casos e os fenômenos de incorporações de Espíritos. Os médiuns, no estado de desdobramento, de sonambulismo, emprestam às vezes o seu organismo a entidades do Além, Espíritos desencarnados que dele se servem para se comunicar com os homens; mas, então, os nomes, as particularidades, as provas de identidade fornecidas pelos manifestantes não permitem confusão alguma. A individualidade que se manifesta difere radicalmente da do paciente.

.....

Sem embargo, o erro era possível. Com efeito, do mesmo modo que as incorporações de Espíritos, a intervenção de personalidades secundárias é precedida de um sono curto. Estas surgem, as mais das vezes, num acesso de sonambulismo ou mesmo após uma comoção. O período de manifestação, a princípio de breve duração, prolonga-se pouco a pouco, repete-se e vai-se destacando, cada vez com maior precisão, até adquirir e constituir uma cadeia de recordações particulares que se distinguem do conjunto das recordações registradas na consciência normal. Esse fenômeno pode ser facilitado ou provocado pela sugestão hipnótica. É mesmo provável que nos casos espontâneos, em que nenhuma vontade humana intervém, o fenômeno seja devido à sugestão de agentes invisíveis, guias e protetores do sujet. Exercem eles, nesses casos, como veremos, a sua ação para um fim curativo, terapêutico.

AGORA, CHEGOU A VEZ!

Esta postagem de número 999 é a penúltima a ser postada neste endereço, neste blog. A próxima (nº 1000) será a última. As postagens continuarão postadas apenas no endereço:


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sexta-feira, 1 de março de 2013

998-Estudos sobre a Consciência


Para entender talvez melhor



O palavrório pode parecer confuso, mas em se tratando dos vários níveis em o aspecto consciência atua sobre nós, é, mesmo, difícil saber-se qual das consciências está em nós. Mas, entenda, nem que seja necessário ler e reler este trecho.

Tendo em vista a consciência fazer exigências gerais das leis morais ao caso presente, concreto, daí resultam os seguintes deveres relativamente ao seu ditame para conosco: em se tratando de consciência não se deve agir com dúvida verdadeira, insolúvel, acerca da legitimidade da ação. Requer-se, pois, uma certeza prática (não rigorosamente científica). (Sobre a maneira de obter indiretamente uma consciência certa: valer-se do probabilismo). Deve-se seguir sempre o ditame imperativo da consciência, mesmo no caso da consciência errônea invencível e inculpável. O agente não tem outra possibilidade razoável. Acomoda-se ele à vontade de Deus, tanto quanto momentaneamente lhe é possível. Contudo não devemos apelar precipitadamente para nossa própria consciência certa, principalmente quando outras autoridades superiores julgam de maneira discrepante, porque não teríamos então o caso da consciência inculpavelmente errônea. Existe, portanto, a estrita obrigação de formar uma reta consciência, mediante a reflexão, a instrução, a tomada de conselho, etc. Da obrigação de seguir a própria consciência, até quando errônea, decorre a liberdade de consciência e a tolerância, ou seja, o dever de respeitar as decisões de outrem, mesmo que se julguem erradas, e não obrigar as ações por ele tidas como contrárias à consciência.

Entretanto, não é proibido insurgir-se contra ações que provêm de uma consciência errônea e prejudicam o direito dos indivíduos ou da comunidade. Também pode o Estado obviar (eficientemente) uma injustificada recusa de prestar serviços, pela negação das vantagens jurídicas correspondentes. {Brugger}

Peculiar dificuldade para se formar uma consciência surge no caso da chamada colisão de deveres. Não se trata aqui de um mal clara ou facilmente reconhecível, mas de dois deveres, que parece serem, por igual, prementes e que pretendem ser cumpridos no mesmo momento, apesar de não poderem ser simultaneamente. Não pode haver real colisão de deveres, fundada na ordem moral. Ela iria de encontro à santidade e sabedoria de Deus, que não pode conduzir um homem a pecar. À colisão só existe no deficiente conhecimento do homem. Deve, portanto, ser solucionada, investigando-se a qual dos deveres deve ser dada preferência num dado momento. Não podendo isto fazer-se um caso particular, quer dizer que falta a liberdade necessária para a ação moral e para a falta de moral.

A solução destes e de outros casos de consciência, denominada casuística, é tarefa, frequentemente mal compreendida, mas importante e insubstituível, de uma ética que queira influir na atuação real dos homens. Nenhum jurista razoável põe em dúvida a necessidade de um tratado em que se estudem casos concretos de direito civil e penal referentes a situações individuais, que exponha a importância e aplicação exata das leis, e sirva de auxiliar não só ao estudante aprendiz, mas também ao jurista prático no exercício tantas vezes árduo de sua profissão. Esta dificuldade existe igualmente para quem tem a missão custosa e cheia de responsabilidade de dirigir homens. Todavia a exposição positiva da lei moral deve preceder a casuística. Na seleção e solução dos casos de consciência, importa evitar as possibilidades abstrusas e irreais. — Schuster. [Brugger]

Esta consciência distingue-se da consciência em sentido psicológico, em sentido epistemológico ou em sentido gnoseológico, e em sentido metafísico, a que já nos referimos. O sentido da expressão “consciência moral” popularizou-se nas frases “apelo à consciência”, “voz da consciência”, etc. Mas, no seu sentido mais comum, a consciência moral aparece como algo demasiado simples. Os filósofos investigaram, com efeito, em que sentido se pode falar de uma voz da consciência e, sobretudo, qual é - se é que existe a origem dessa voz.

Adotaremos aqui uma classificação que se apóia antes nas concepções das origens da consciência moral. É o seguinte:

1. a consciência moral pode ser concebida como inata. Supõe-se neste caso, pelo mero fato de existir em todos os homens uma consciência moral. O que pode entender-se em dois sentidos. a) a consciência moral é algo que se tem sempre efetivamente (neste caso é um fenômeno espiritual); b) a consciência moral é algo com a possibilidade de se possuir sempre que se suscite para isso uma sensibilidade moral adequada (neste caso o fenômeno se manifesta no âmbito material quando suscitado).

2. a consciência moral pode ser concebida como adquirida. Pode considerar-se que se adquire por educação das potências morais  íntimas no homem, neste caso esta posição aproxima-se da última mencionada, ou pode supor-se que se adquire no decurso da história, da evolução natural, das relações sociais, etc. Uma consequência desta  teoria é a de que a consciência moral não só pode surgir ou pode não surgir no homem, mas também a de que o seu conteúdo depende por sua vez do conteúdo natural,  histórico, social, etc. As teorias naturalistas, historicistas, social- históricas, sociais, etc., entram dentro deste grupo.

3. a origem da consciência moral racional pode ser atribuída a uma entidade divina. A moral resultante é então heterônoma ou, mais propriamente teônoma.

4. a origem da consciência moral irracional pode atribuir-se a uma fonte humana. Por sua vez, essa fonte humana pode conceber-se como natural, histórica ou social, e assim esta posição combina-se com o texto dois. Também pode considerar-se que esta fonte é individual ou social.

5. o fundo donde procede uma consciência moral pode ser racional ou irracional. Estas duas posições combinam-se frequentemente com quaisquer outras das atrás mencionadas.

6. o fundo donde procede a consciência moral pode ser pessoal ou impessoal.

7. finalmente, o fundo donde procede a consciência moral pode ser autêntico ou inautêntico. Se se dá o primeiro caso, podem admitir-se muitas das concepções anteriores. Se se dá o segundo caso, as concepções usualmente admitidas são as da sua origem natural e puramente social. A consciência moral é então desmascarada como um sentido que o homem adquiriu em virtude de certas conveniências sociais ou de certos processos naturais e que pode desaparecer logo que essas conveniências deixem de vigorar. {Ferrater}


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

997-Estudos sobre a Consciência


Consciência e razão emanam do espírito?

Sindérese, na escolástica da filosofia moral, é a capacidade natural ou disposição (habitus) da razão prática para apreender intuitivamente os universais primeiros princípios da ação humana.

Razão é uma faculdade única, mas é chamada de maneira diferente de acordo com o fim que ela atribui à sua busca de verdade. Quando seu objetivo é a mera consideração (contemplação) da verdade, ela é chamada de razão especulativa; quando se considera a verdade na perspectiva da ação (práxis), é chamada de razão prática. Em ambos os casos a razão usa demonstração (silogismo) como sua ferramenta, que procede do entendimento de verdades já conhecidas (premissas) para a declaração de uma proposição (conclusão), cuja verdade procede necessariamente das premissas.

Como saber que esses conteúdos (e, consequentemente, a sua conclusão) são verdadeiros? Resposta: por serem eles próprios conclusões de manifestações anteriores.

Embora pudéssemos ter de volta esse processo de demonstração da verdade dos conteúdos, é certo também que uma regressão ad infinitum privaria a cadeia demonstrativa da certeza. Por isso, é necessário que o ponto de partida do raciocínio humano parta de algumas premissas imediatamente cognoscíveis, ou seja, auto-evidentes, proposições chamadas primeiros princípios, cuja verdade não é, de fato, não podem ser, captadas através da demonstração, mas apenas por intuição (nous).

O hábito ou disposição que permite a especulação ou motivo para intuitivamente apreender os princípios que presidem o raciocínio discursivo, é chamado de “compreensão dos princípios” (intellectus principiorum). O princípio da “não contradição”, da “identidade” e de “terceiro excluído”, os quais são, em última análise, com base na noção de “ser”, o primeiro que a nossa razão apreende absolutamente.

Sindérese é a capacidade ou disposição que permite que a razão prática apreenda intuitivamente os princípios ou leis que presidem o seu raciocínio discursivo sobre a ação humana. “Ser” é a primeira noção absolutamente apreendida.

“Boa” é a primeira coisa que é apreendida pela razão prática, uma vez que tudo que age o faz para um fim que possui a qualidade de bondade. É por isso que o primeiro princípio ou lei da razão prática é: “o bom é para ser feito e buscado; o mal deve ser evitado”. Talvez aqui comecemos por entender que consciência e razão são emanações espirituais.

Também os preceitos da lei natural podem ser considerados objetos de sindérese na medida em que o bem esteja à frente de todas as coisas para as quais o ser humano tem inclinação. Entende-se que o ser humano nasce benévolo. O princípio sagrado é ser benévolo. Torna-se corrompido pelo meio.

Sindérese também é tomada como capacidade não só de apreender os primeiros princípios, mas também para julgar cada passo do discurso prático à luz desses princípios. Nada escapa inerte, imune; tudo é anotado.

Mas, como uma disposição intelectual relacionada com o conhecimento dos primeiros princípios de ação, sindérese, fornece apenas a premissa universal do silogismo prático? Toda a ação humana é singular, contingente e tem lugar em circunstâncias particulares. Para completar o discurso prático e chegar a uma conclusão sobre o que tem de ser feito aqui e agora, outras capacidades são necessárias além da sindérese para, realmente, dar ação a outras faculdades além da razão. É por que toda a imagem relativa à ação humana inclui poderes, disposições e atos como o desejo (questão instintiva), a consciência (questão espiritual que não deixa de ser cultural), a vontade (questão psíquica), cada um dos quais a ser esmiuçado aqui no blog em futuro próximo.

A origem da noção de sindérese como aqui apresentada pode ser rastreada, também, por um lado, nos Comentários sobre Ezequiel, por São Jerônimo, onde syntéresin é mencionada entre os poderes da alma e descrita como centelha da consciência (e esta como a mente do espírito). Também aparece citada por Alberto Magno e Tomás de Aquino à luz da psicologia e das teses aristotélicas como ética. Veja que agora se abre outro viés para estudos da consciência. Uma interpretação alternativa de sindérese foi proposta por Boaventura de Souza Santos, que a considerou como a inclinação natural da vontade para o bem moral.

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

996-Estudos sobre a Consciência


Introdução ou como se entende a consciência

Consciência não goza de um único conceito. Temos dela, pelo menos, três. No primeiro deles, o termo está associado ao que popularmente chamamos de ter consciência de algo, ecologia, cidadania, divindade, dever, direitos...

O segundo, em sentido lato, seria a consciência moral. Significa a capacidade do espírito humano para conhecer os valores, os preceitos e as leis morais (synderesis ou sidérese); em sentido mais restrito, designa a aplicação destas aquisições à ação própria imediata. E aquela instância interior, que notifica ao homem, de maneira inteiramente pessoal e forçosamente perceptível, o que ele deve fazer ou omitir, que emite seu juízo antes da ação como voz avisadora, proibitória, preceptiva ou permissória, e como força laudatória ou condenatória (remorso), uma vez cumprida a ação. Testemunho impressionante do poder da consciência é o arrependimento moral, pelo qual o homem detesta, com pesar, sua má ação, e que não raro o impele a confessar externamente sua culpa. A origem da consciência reside na aptidão do homem, como pessoa e imagem de Deus, para realizar valores morais, bem como na capacidade para conhecê-los e aplicá-los à situação pessoal, individual. De suma importância é, naturalmente, para o incremento dos demais aspectos da vida do espírito, como, no domínio ético, a instrução, a educação e a direção, mediante a autoridade e a comunidade. Podemos distinguir uma consciência antecedente (espiritual) e uma conseqüente (cultural e ética) e, além disso, uma consciência verdadeira e uma errônea que, na prática seriam as mesmas já mencionadas. A primeira pode ser invencível, e, por conseguinte, isenta de culpa, e a segunda, vencível e, por conseguinte, culpável. Entre a consciência laxa ou embotada ou subconsciente e a consciência angustiosa ou escrupulosa ou consciente encontra-se a consciência delicada, finamente formada, como veremos adiante, com mais detalhes.

Ao que podemos filosofar, tudo cabe num mesmo arquivo e este, certamente, será o arquivo espiritual, de muito longo prazo, eterno se quisermos, pois não é nenhum segredo que este blog trabalha sob a ótica de que o ser humano é, em essência, um espírito em trânsito pelo corpo e mais, não passa pelo corpo uma só vez.

Não podemos, porém, tomar as coisas pelo caminho mais curto, eis que o leitor precisa ser devidamente instrumentado para discernir, papel que é fundamental do blog. 

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

995-A Revolução de Jung em Busca do Espírito


e. Um novo Jung, maduro e firme

Mas, mesmo não tendo podido publicar tudo o que sabia sobre a dimensão espiritual, Jung disse muito.

Quem já teve contato com o mundo espiritual sabe o quanto este processo se acelera a partir do momento em que o “iniciado” se assume. E Jung, agora, era um iniciado, perdera o medo, encarava o processo com naturalidade. Entre os anos de 1918-19 começou a sair da escuridão em que se achava movido por dois fatores: por um lado, distanciou-se da voz feminina que queria convencê-lo que suas fantasias eram de valor artístico e por outro, começou a compreender as mandalas que desenhava praticamente em estado de êxtase. Todos os dias desenhava pequenas figuras circulares através das quais observava suas transformações psíquicas. Considerava-as a totalidade do "Self". À medida que as desenhava expunha-se à finalidade desta atividade, mas sabia que não podia compreender o significado a priori, a não ser através do processo em si. Dava-se conta que o desenvolvimento da psique não era um processo linear, mas circular, que "tudo tende para o centro". Esta certeza lhe permitiu encontrar paz interior e estabilidade. Era como se ele mesmo estivesse encontrando seu próprio centro. O leitor espírita precisa distinguir como espiritual aquilo que, por razões acadêmicas, Jung ainda chamava de psíquico.

Em 1927, ele teve um sonho que confirmava esta idéia. Representou-o através de uma mandala que titulou "Janela para a Eternidade". No sonho, Jung se encontrava em uma cidade de forma circular, em um ambiente nublado e escuro, em companhia de alguns suíços. Apesar deste ambiente opaco, no centro da cidade havia um lugar com uma pequena ilha no centro, onde se achava uma árvore de magnólias, que tinha luz própria. Só Jung tinha notado esta presença de luminosidade, e então compreendeu que essa era a meta. A respeito deste sonho Jung afirma "O centro é a meta e tudo se dirige para o centro. Graças a este sonho compreendi que o "Self" é o princípio e o arquétipo da orientação e do significado... reconhecê-lo para mim quis dizer ter a intuição inicial de meu próprio mito”.

Tempo para um resgate: Jung já havia sonhado com duas figuras bíblicas, a de Elias e de Salomé, acompanhadas por uma serpente negra - que afirmava pertencerem à eternidade. Jung interpretou-as como a personificação de Logos e Eros. Agora, ele via, em sonho, “a árvore da sabedoria”, descrita na Gênese. Os sonhos buscam associações para que sua interpretação se torne coerente. E parece que Jung foi competente.

Sem esta imagem ele teria perdido a orientação e abandonado o caminho que tinha iniciado. Depois de tanta escuridão tal imagem devia conceber-se como um "ato de graça", como a manifestação do numinoso, isto é, uma confortadora revelação do Sagrado.

No ano seguinte desenhou outra mandala que tinha um castelo de ouro no centro. A forma e as cores lhe sugeriam um estilo chinês. De maneira sincrônica, Richard Wilhelm – o alemão que deu início às explorações acadêmicas ocidentais sobre sabedoria espiritual chinesa, o I Ching – lhe enviava uma carta com um manuscrito de um tratado de alquimia taoísta intitulado "O mistério da flor de ouro". Esta coincidência ajudou Jung sair de sua solidão, já que lhe dava a esperança que existiam pessoas com as quais podia ter afinidade e compartilhar suas idéias.

Para Jung, estes foram os anos mais importantes de sua vida: sem cortar os laços com sua realidade de homem comum e apesar da solidão, correu o risco de inundar-se em sua própria escuridão tratando de lhe encontrar um significado e uma finalidade a tudo aquilo que experimentava. Assumiu a responsabilidade de analisar e compreender o material que o inconsciente lhe proporcionava e foi em busca de seu próprio mito.

Muito do que Jung vivenciou, estudou e escreveu enriquece o conhecimento psicológico principalmente do conhecimento europeu, cuja tradição religiosa se voltou contra Kardec a ponto de obscurecê-lo naquele continente. Não foi fácil a Freud também. Jung trazia um jeito espírita de lidar com a Psicologia. E a própria Psicologia, que se proclama ciência de estudos da mente, da alma, do logos, a partir de Jung teve também de aceitar que a alma tem outras ligações noutras direções que a ciência dos homens tem de admitir como campos de estudos. 

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