segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Não podemos fazer parte disso


25. Os últimos a sair

A metáfora do fim de festa parece bem adequada para raciocinar sobre os tempos atuais vividos por muita gente. Você, leitor, certamente já viveu a experiência do fim de festa, do fim de baile, quando alta madrugada geralmente sobra uma escória que bebeu muito, dançou muito, cansou muito, com aquela sensação de que não aproveitou tudo, de que não se realizou e então exagera em palavras, atos, comportamento inadequado, cenas de provocações, depredações, violência até, sem falar naqueles que andam à espreita de vítimas, presas fáceis, para se aproveitar, roubar, tirar proveito...
Os tempos atuais se encaminham para um “fim de festa” deste tempo. Os insatisfeitos, deslocados, desajustados, ignorantes, abusados, infelizes, sem esperança, vão acentuando suas participações, provocando, jogando lixo no ventilador, escandalizando mesmo.
Aqueles outros, como eu e você, talvez, e provavelmente, precavidos, sensatos, amadurecidos, teremos nos afastado desses locais para evitar a contaminação, o perigo da “maria vai com as outras” e também porque, certamente, essa não é a nossa praia e nem a nossa turma.
Para o bom observador, com alguma capacidade de análise, verá, por exemplo, o que ocorre com a música, e o Brasil é o melhor exemplo disso. Quantos gêneros musicais estão rolando nas rádios tevês, gravações. shows e baladas? Talvez os melhores especialistas tenham dificuldade para enumerar. E precisa? Você sabe que não e também sabe que alguns gêneros musicais de alto consumo, não se trata de música.
Os argumentos servem apenas para que você, leitor, comece a centrar o foco e descubrir que a dispersão é o sintoma do caos. Quando nos despersamos, discordamos, divergimos, separamos, excluímos, o caos está batendo à porta.
Mas, não pense que o argumento aqui está colado a alguma reação, coisa de reacionário, entende? Nada a condenar, apenas a analisar.
Já que o Brasil está tomado como exemplo, coloca mais um, o das igrejas. Você sabe quantas igrejas estão operando na sua cidade? É outro sinal.
Nada contra isso também. Isto aqui é um dado para análise. Deu-se assim com os partidos políticos, que já foram três ou quatro e hoje são 32.
Este aspecto da dispersão é a repetição do Big Bang em pequena escala. Explode primeiro, separa primeiro, para depois juntar, implodir.
São os ciclos, tais como o verão e o inverno, a Lua Cheia e a Nova.
O coração humano faz este exercício umas 80 vezes por minuto. E quando ele parar de fazê-lo, o corpo estará morrendo.
No caso da música, dos partidos políticos e das igrejas, para ficar só nestes três exemplos, estamos dentro da tendência: dividir e mediocrizar. Parece que a palavra “medíocre” chega a ser um tanto elogiosa. A coisa é bem pior.
Os últimos a sair de uma festa sempre são os embriagados, drogados, alucinados, destemperados, deslumbrados e, tirando os serviçais, são, mesmo, os piores do baile, os perigosos, os periclitantes, os que precisam de ajuda.
Continuando no Brasil, tomado como cenário para exemplicar: estamos passando por este período. As músicas não têm conteúdo e são muitas e de péssima qualidade; os partidos são muitos e seus integrantes não estão ali para ajudar a Nação; as igrejas se valem da tonteira religiosa para tirar provieto: são endereços comerciais onde se vendem passagens para o céu. Sò que a viagem não será para lá. Para onde será, nem eles sabem.
Espero que nós estejamos sabendo para onde queremos ir, isto é, que esta pergunta em nenhum momento saia de foco: “O que é, mesmo, que eu quero ser quando reencarnar?”

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