sábado, 25 de fevereiro de 2012

Levando um puxão de orelha


23. Chutando os calcanhares

O artigo passado, de número 19, parece ter sido um tanto contundente e assustador. Quando se lê ingenuamente chega a dar um nó na garganta, “Estamos perdidos”, pode ser uma espécie de raciocínio.
Para ser franco, do jeito que as coisas estão, o caminhar da carruagem leva exatamente para lá.
Mas, acredite, querido leitor, tem muita gente que, ao tropeçar, faz o tropeço um passo de dança.
Quantas pessoas você conhece que para se emendar tem de levar um chapuletada?
Quantas pessoas você conhece que para dar valor algo é preciso, antes, perde-la?
Já existem estudos bem adiantados sobre Sistemas que falam das correlações entre os membros de um sistema e do perfeito entendimento de que se os membros de um sistema não curam entre si, o sistema morrerá.
Um exemplo bem chão disso que se escreveu, é a família. Família é Sistema.
Sistema é um conjunto de elementos inter-relacionados. Assim, um sistema é uma entidade composta de pelo menos dois elementos e uma relação estabelecida entre cada elemento e pelo menos um dos demais elementos do conjunto. Cada um dos elementos de um sistema é ligado a todos os outros elementos, direta ou indiretamente e a saúde de um ou mais elementos acaba por influenciar a saúde de todos os demais. Quem esteja acompanhando a crise econômica mundial e mais ainda a da região do Euro, entnde perfeitamente como isso funciona. Quem compreende o que seja um açude onde convivam peixes de todas as espécies e tamanhos entenderá que houver uma contaminação, de veneno, por exemplo, todos os peixes serão afetados. E não só. As aves e demais animais não aquáticos, inclusive o homem, serão afetados.
A Terra é um sistema. O Sistema Solar é um sistema. O corpo humano é um sistema. Cada pedacinho de qalquer sistema interfere na vida de todo o sistema. O fígado não funcionando corretamente, ou qualquer outro órgão do corpo, interferirá diretamente no funcionamento do todo.
Agora você já pode entender o quanto nós estamos perdedo sempre que olhamos para uma família em desestruturação e viramos as costas achando que não é problema nosso. Sempre uma população aumenta em nossa cidade e começa a ocupar os contornos, morros e mangues, nós viramos a costas para o fenômeno e entendemos ser problema da Prefeitura, da Câmara de Vereadores, e não nosso, estamos permitindo que a vida de nossa cidade e, por extensão, a nossa vida, entre em colapso.
Com o planeta é a mesma coisa.
Hoje a ciência deixou de ser reducionista, isto é, parou com a tendência de estudar as partes para entender o todo. Fez isso durante muitas décadas. Tome-se como exemplo a Biologia, a Medicina. Quando a ciência chegou na célula – que não é menor parte do corpo – descobriu que a célula é um sistema dentro de outros sistemas e que o corpo é outro sistema dentro de outros sistemas, assim como o Sistema Solar é um sistema dentro de outros sistemas. Onde isso temina? Talvez não termine, mas dá para ir imaginando que a solução do problema esteja na Unificação. Quando os sistemas, todos, estiverem sintonizados no todo de tudo talvez a vida esteja curada para sempre. Enquanto isso aconteça, os calcanhares dos homens continuarão sendo chutados.
Por que os calcanhares dos homens?
Ora, somos os mais inteligentes de todos os viventes biológicos do planeta e somos o mais quebradores de regras. Logo, os mais perseguidos para para a busca da perfeição. Somos, possivlmente, o anjo caído, que se rebelou e está está sendo desafiado a reaquirir dignidade penra te a vida para apresentar-se diante dela como merecedor de dela fazer parte.
Se você quiser estudar um pouco mais a fundo a Teoria dos Sistemas, saiba que a teoria de sistemas estuda, de modo interdisciplinar, a organização abstrata de fenômenos, independente de sua formação e configuração presente. Investiga todos os princípios comuns a todas as entidades e modelos que podem ser utilizados para a sua descrição.
A teoria de sistemas, cujos primeiros enunciados datam de 1925, foi proposta em 1937 pelo biólogo Ludwig von Bertalanffy, tendo alcançado o seu auge de divulgação na década de 50. Em 1956 Ross Ashby introduziu o conceito na ciência cibernética. A pesquisa de Von Bertalanffy foi baseada numa visão diferente do reducionismo científico até então aplicada pela ciência convencional. Dizem alguns que foi uma reação contra o reducionismo e uma tentativa para criar a unificação científica.
Como conceito, a Teoria se define:
1.O Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função.
2. Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção.
3. Sistema é um conjunto de partes coordenadas, formando um todo complexo ou unitário.
Fritjof Capra trabalha muito bem a Teoria de Sistemas em seu livro “A Teia da Vida”. Ed. Cultrix, 1997.

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