quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

970-Encontro com o Espírito em Sonho


Introdução I

Para encontrar o Espírito – conforme proposta desta série “Maioridade Espiritual” – nós temos um mapa e não basta abrir uma porta e apenas dizer : “muito prazer, senhor Espírito”. Antes, o procurador – e o procurador é sempre um curioso – precisa entender que o Espírito não está escondido, nem fechado, ele se mostra, conversa conosco, faz gestos, dá sinais, mas desespera-se com nossa insensibilidade. 

a. As escaramuças do Espírito

Em casos extremos – e já abordamos algo parecido anteriormente – surgem para nós perturbações capazes de chamar muita atenção por conta de seus efeitos. São rebeliões provocadas pelo Espírito para dizer “eu não estou brincando, quero dirigir os destinos desta vida que me pertence”.
E pensar que ainda tem gente que consegue confundir tudo e imaginar que tais perturbações têm origem numa entidade separada, imiscuída, intrometida, invasora, rival.
Uma interessante abordagem a este respeito pode ser encontrada em “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, em que Lèon Denis explica:
No seu conjunto, esses fenômenos demonstram que além do nível da consciência normal, fora da personalidade comum, existem em nós planos de consciência, camadas ou zonas dispostas de tal maneira que, em certas condições, se podem observar alternâncias nesses planos. Vê-se então emergirem e manifestarem-se, durante um certo tempo, atributos, faculdades que pertencem à consciência profunda, mas que não tardam a desaparecer para volverem ao seu lugar e tornarem a mergulhar na sombra e na inação.
O nosso “eu” ordinário, superficial, limitado pelo organismo, não parece ser mais do que um fragmento do nosso “eu” profundo. Neste está registrado um mundo inteiro de fatos, de conhecimentos, de recordações referentes ao longo passado da alma. Durante a vida normal, todas essas reservas permanecem latentes, como que sepultadas por baixo do invólucro material; reaparecem no estado de sonambulismo. O apelo da vontade e a sugestão as mobilizam e elas entram em ação e produzem os estranhos fenômenos que a psicologia oficial comprova sem os poder explicar.
Todos os casos de desdobramento da personalidade, todos os fenômenos de clarividência, telepatia, premonição, aparecimento de sentidos novos e de faculdades desconhecidas, todo esse conjunto de fatos, cujo número aumenta e constitui já um grandíssimo amálgama, deve ser atribuído à intervenção das forças e recursos da personalidade oculta.
O estado de sonambulismo, em que é mais comum a sua manifestação, não é um estado “regressivo” ou mórbido, como o julgaram certos observadores; é, antes, um estado superior e, segundo a expressão de Myers, “evolutivo”. (Denis trabalha incansavelmente o trabalho do pioneiro da Frederic William Henry Myers, contemporâneo seu). É verdade que o estado de degenerescência e enfraquecimento orgânico facilita, em alguns pacientes, o afloramento das camadas profundas do “eu”, o que é designado pelo nome de histeria. Tudo o que, de um modo geral, deprime o corpo físico, favorece, convém notar, o desprendimento, a saída do Espírito. A esse respeito, muitos testemunhos nos seriam fornecidos pela lucidez dos moribundos; mas, para avaliar somente esses fatos, é mister considerá-los principalmente sob o ponto de vista psicológico. Aí está toda a sua importância.
A ciência materialista viu nesses fenômenos o que ela chama “desintegrações”, isto é, alterações e dissociações da personalidade. Os diversos estados da consciência aparecem algumas vezes tão distintos e os tipos que surgem são de tal modo diferentes do tipo normal, que têm levado a crer que se está em presença de várias consciências autônomas, em alternação no mesmo paciente. Acreditamos, com Myers, que nada disso sucede. Há aí simplesmente uma variedade de estados sucessivos coincidindo com a permanência do “eu”. A consciência é uma, mas se manifesta de diversos modos: de maneira restrita, na vida normal, enquanto está limitada ao campo do organismo; mais completa, mais extensa em estados de desprendimento e, finalmente, de maneira cabal, perfeita, na ocasião da morte, depois da separação definitiva, como o demonstram as manifestações e os ensinamentos dos Espíritos. A desagregação é, pois, apenas aparente. A única diferença entre os estados variados de consciência é uma diferença de graus. Esses graus podem ser numerosos. O espaço que, por exemplo, medeia entre o estado de incorporação e a exteriorização completa parece considerável. A personalidade não deixa, por isso, de permanecer idêntica através da concatenação dos fatos da consciência, que um laço contínuo liga entre si, desde as modificações mais simples do estado normal até os casos que comportam transformação da inteligência e do caráter; desde a simples idéia fixa e os sonhos até a projeção da personalidade no mundo espiritual, nesse Além onde a alma recupera a plenitude das suas percepções e dos seus poderes.
Já no decurso da existência terrestre, da infância à velhice, vemos o “eu” modificar-se incessantemente; a alma atravessa uma série de estados, anda em mudança contínua. Não obstante, no meio dessas diversas fases, é invariável a fiscalização que exerce sobre o organismo. A Fisiologia salientou a sábia e harmoniosa coordenação de todas as partes do ser, as leis da vida orgânica e do mecanismo nervoso, que não podem ser explicadas sem a presença de uma unidade central. Essa unidade soberana é a origem e a causa conservadora da vida; relaciona-lhe todos os elementos, todos os aspectos.
Foi por uma conseqüência não menos perniciosa das teorias materialistas que os “psicólogos” da escola oficial chegaram a considerar o gênio como uma neurose, quando ele pode ser a utilização, em maior escala, dos poderes psíquicos ocultos no homem.
Myers, falando da categoria dos histéricos que conduzem o mundo, emite a opinião de que “a inspiração do gênio não seria mais do que a emergência, no domínio das idéias conscientes, de outras idéias em cuja elaboração a consciência não tomou parte, mas que se têm formado isoladamente, por assim dizer, independentemente da vontade, nas regiões profundas do ser”.
Em geral, aqueles que tão levianamente são qualificados como “degenerados” são muitas vezes “progenerados”, e nestes sensitivos, histéricos ou neuróticos, as perturbações do organismo físico e as alterações nervosas muito caracterizadas em certas inteligências geniais, como em outro lugar vimos (No Invisível, último capítulo), podem realmente ser um processo de evolução pelo qual toda a humanidade terá de passar para chegar a um grau mais intenso da vida planetária.
O desenvolvimento do organismo humano até à sua expansão completa é sempre acompanhado de perturbações, do mesmo modo que o aparecimento de cada novo ser na Terra é delas precedido. Em nossos esforços dolorosos para maior soma de vida, os valores mórbidos transmutam-se em forças morais. As nossas necessidades são instintos em fusão, que se concretizam em novos sentidos para adquirir mais poder e conhecimento.
Mesmo no estado comum, no estado de vigília, emergências, impulsos do “eu” profundo podem remontar até às camadas exteriores da personalidade, trazendo intuições, percepções, lampejos bruscos sobre o passado e o futuro do ser, os quais denotam faculdades muito extensas, que não pertencem ao “eu” normal.
Cumpre relacionar com essa ordem de fenômenos a maior parte dos casos de escrita automática. Dizemos a maior parte, porque sabemos de outros que têm como causa agentes externos e invisíveis.
Há em nós uma espécie de reservatório de águas subterrâneas, donde, em certas horas, rompe e sobe à superfície uma corrente rápida e em ebulição. Os profetas, os mártires de todas as religiões, os missionários, os inspirados, os entusiastas de todos os gêneros e de todas as escolas conheceram esses impulsos surdos e poderosos, que nos têm brindado com as maiores obras que hão revelado aos homens a existência de um mundo superior.
Continua.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

969-Encontro com o Espírito


Muito prazer, senhor Eu!

O artigo de hoje é para ler e reler sempre que você tiver a sensação de que pensamento e ação não são coerentes. Levaremos isso adiante falando a linguagem da primeira pessoa.
Talvez eu possa pensar e agir exatamente assim como será descrito. Eu não tenho mais dúvidas, vai ser assim. Eu me apresento a mim e me reconheço Eu. Eu me assumo como um todo Eu, inseparável, indissociável, uno, completo, íntegro.
Não serei mais um anjo apenas quando estiver na missa. Não serei mais um cidadão comportado apenas diante das lentes das câmeras de monitoramento.  Deste momento em diante não existirá mais pensamentos em oposição às ações, ou ações dissociadas dos pensamentos ou da vontade. Não haverá mais pensamentos invasores minando a construção de uma verdade única: Eu sou o que fui, o que sou e o que serei, com base naquilo que desejei, pensei, fiz, desejo, penso, faço, desejarei, pensarei, farei. Nada em minha história deve ser escondido, negado, justificado. Nada irá pra baixo do tapete para ser escondido. De nada pedirei perdão ou buscarei desculpa. Tudo que fiz foram obras minhas e jamais negarei sua autoria. Foram, são e serão resultados esperados, efeitos de causas, reações a ações. Estarão anotadas em meus feitos e cabe a mim, exclusivamente a mim, as responsabilidades por suas conseqüências. Mais do que responder por tudo, cabe a mim trabalhar por reparar o que tiver de ser reparado e melhorar o que tiver que ser melhorado.
Eu me descubro pouco a pouco; eu caminho na direção da minha verdade; eu me conheço cada dia mais; eu me amo cada dia mais; eu me assumo cada dia mais; eu me responsabilizo por mim cada dia mais.
Agora, não mais haverá culpados ou algozes pelas coisas que me aconteceram, acontecem e acontecerão. Tudo quanto houve eram as únicas coisas e pessoas que poderia haver. Todas as pessoas e coisas que participaram da minha história e da minha construção eram as únicas pessoas e coisas, pessoas e coisas certas, que poderiam existir para mim. Do mesmo modo, deste momento para frente, pessoas e coisas surgirão, permanecerão, ir-se-ão e tudo estará certo, justo, perfeito.
Na condução da minha vida não haverá lugar para dois pilotos opostos. As oscilações entre claro e escuro, frio e quente, alto e baixo, belo e feio, serão contingências pelas quais terei de passar na construção de um caráter, de uma personalidade, de uma índole, a minha, inseparavelmente minha, a única que tenho e terei.
Eu não negarei a mim mesmo. Eu não trairei a mim mesmo. Eu não buscarei subterfúgios para mim mesmo. Eu quero ser a minha verdade. A minha verdade não precisará de adjetivos, conceitos, versões, advogados, padrinhos, abonadores. Eu sou Eu. O espírito que me tem como aparelho de sua evolução não precisará envergonhar-se de mim. A minha dignidade não precisará de carteiraços, jeitinhos, desvios, engodos, muletas, aditivos, doping. A minha luz brilhará na exata proporção de como sou e serei. Eu não precisarei mais de que se acendam holofotes sobre mim para que eu apareça ou seja notado. Eu não precisarei mais de insinuar-me para merecer qualquer reconhecimento, distinção, poder, prêmio ou recompensa. Tudo quanto tenha de pertencer-me como vitória ou conquista minha, tem de vir a mim por mérito exclusivamente meu. Renuncio partidos, times, agremiações nas quais já projetei minhas vontades na esperança de satisfazer meu ego pobre. As minhas alegrias e as minhas vitórias não carecerão mais dessas muletas ou caricaturas. Virão por outros vieses.
Então, eu renuncio desde já as decepções, as frustrações, os melindres, as mazelas, as seqüelas por coisas ou pessoas que não tenham trazido, tragam ou trarão resultados adversos ao que eu imaginava.
Então, eu renuncio desde já as alegrias (fajutas) e vitórias (fajutas) que durante muitos anos foram engodos de alegria, engodo de vitória seja em que situação tenham sido, sejam ou venham a ser. Não minhas alegrias e/ou vitórias; eu é que me apropriava delas para mentir a mim mesmo.
Continuarei tenho sonhos, imaginando o melhor que me possa acontecer, mas nunca desistirei deles se o caminho buscado para obtê-los deva ser diferente daquele que imagino ser o correto.
Terei a humildade de consultar a minha consciência, o meu Eu Profundo e jamais “acharei” isto ou aquilo “coisa ideal” por conta de instintos ou devaneios, ambições fantasiosas ou desejos absurdos. O que vale dizer: tudo quanto vir a ser tem de ser verdadeiro, como quero ser.
Então, muito prazer, senhor Eu. Estaremos nos conhecendo melhor de agora em diante. 
A partir de agora esta série irá tratar dos sonhos.  

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

968-Encontro com o Espírito


Você não iria ao encontro com sua alma?

Então aqui vamos aprofundar um pouco mais o nosso modo de buscar interação e integridade espiritual.
Aprendemos o que a Psicologia chama de Self (inicial maiúscula) e self (inicial minúscula). Self = alma; self = ego.
Alguns dos mais antigos escritos sobre as oposições impeditivas à Plenitude falam das incompatibilidades existentes entre a dimensão profana, que se corrompe, e a dimensão sagrada que tem a missão de derrotar as próprias imperfeições para se tornar plena.
Os essênios e os gnósticos do Antigo Egito acreditavam nisso e difundiam o alcance da Plenitude sem a necessidade de alguém que os conduzisse, tipo sacerdote, pastor ou rabino. Por essa razão os primeiros cristãos, que eram muito próximos culturalmente aos essênios e gnósticos, foram perseguidos e executados. Nada diferente foi a sorte dos cátaros no século XII, no sul da França e dos gnósticos do século XIV em diante, quando pelos mesmos motivos foram alcançados pela Inquisição.
Alguns analistas arriscam opinar que se Kardec não fosse francês, país aonde as liberdades floresceram mais cedo, também os espíritas teriam sido alcançados pelas condenações capitais (queimados vivos pela Inquisição) já no início daquela doutrina.
Vale lembrar que em pleno século XX, o padre Leonardo Bof foi condenado ao silêncio em sua “Teologia da Libertação” através de um ato da Sagrada Congregação Para a Defesa da Fé, ex-Santo Ofício. Parece ter sido providencial o surgimento do Espiritismo depois de 1850, pois a moderna crença dos espíritas também dispensa a condução do sacerdote para a obtenção da libertação da alma.
Então, leitor, chegou a hora de entender a fusão, a conexão, a religação do que estava separado, colar o que estava quebrado, libertar o que estava preso. Não é uma tarefa fácil, mas você pode fazer, começar a fazer e fazer completamente.
Não se trata de uma retórica ou uma teoria. Jesus passou por esta prova antes de se tornar Messias, segundo algumas fontes, quando esteve no deserto. Há uma narrativa nos evangelhos de Nag Hammadi (descobertos no Alto Egito em 1945) que descreve a visita recebida pelo menino-adolescente, Jesus, do que ali está descrito como um gêmeo Salvador, a partir do que Ele adquiriu o Conhecimento Messiânico. A Psicologia entende isso como a fusão do Ego com o Espírito.
O maniqueísmo também se refere à mesma coisa havida com o profeta Mani (215-277d.C.), também aos 12 anos, em que recebeu a visita de um anjo gêmeo, do qual recebeu a outorga para proclamar a doutrina. Com Sidarta Gautama não foi diferente. Muito próximo disso foi o que houve com Maomé.
O leitor está convocado a buscar a fusão do ego com o Espírito, iniciando uma caminhada progressiva de identificação entre os dois, através do que o ego será completamente absorvido, isto é, anulado. Não importa o tempo que isso demore. Esta é a meta. Existem razões para acreditar ser este o destino de todos nós.
Na linguagem psicológica de Jung, significa que a Sombra será iluminada, trabalho que tentaremos levar adiante em próximos artigos. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

967-Encontro com o Espírito


O que acontece a quem trai a vida?

Afinal, o que é a vida? O que é trair a vida? Para que serve a vida? Qual é o seu objetivo? Deve haver uma proposta, um propósito, uma razão... Pense nisso profundamente.
Ficar na oposição a esta proposta é o que chamamos de traição.
Nada acontece por acaso, não é mesmo? Esse mal interpretado acaso, chamado vida, não acaso, (não existe acaso) é algo inteligente: pensa, imagina, cria, elabora, emociona-se, produz ação, reage, obtém resultado... Logo, não é um acaso.
Então, o que é a vida?
Não podemos ser exigentes com a resposta, pois os capítulos desta comunicação em rede têm cerca de uma lauda cada um e a resposta a uma pergunta com esta profundidade poderia exigir alguns milhões de palavras. Vamos resumir?
A vida é o caminho da verdade para a volta do Homem ao Éden, de onde se afastou por haver adquirido autonomia, capacidade, discernimento e iniciou sua caminhada para adquirir o mérito de lá retornar, não como dependente da Natureza, mas como co-criador dos mundos, aliado de Deus. Descobrir essa verdade, talvez seja a sua reconciliação, primeiro, consigo mesmo, depois com a Natureza e em seguida com o princípio sagrado. Depois disso o Homem conquistará a condição de merecedor da vida.
A felicidade só existirá por inteiro quando todos os homens puderem optar por serem felizes. Aí chegará o segundo grande momento do Homem, o seu prêmio pela reconciliação com a Natureza: viver e ser feliz.
“A vida é a eterna dança da consciência expressando-se na troca dinâmica de impulsos inteligentes entre o micro e macrocosmos, entre corpo humano e corpo universal, entre a mente humana e a mente cósmica” (Fritjof Capra).
Trair a vida tem muitas nuances: maltratar o próprio corpo com alimentos equivocados; maltratar as emoções com pensamentos e atitudes destituídos de amor; desmerecer a confiança de seus familiares, amigos e clientes; maltratar o meio social e ambiental. Trair a vida é colocar-se como inimigo dela e querer disto tirar proveito.
Ouvi não sei onde: existem cinco categorias de pessoas. Quais são elas? Os traídos – aqueles que os líderes os conduzem para o abate; os distraídos – aqueles que não querem ver o que se passa diante do seu nariz; os retraídos – medrosos de enfrentar a vida; os traidores – sempre dispostos a enganar e tripudiar; e finalmente os atraídos – aqueles que viram uma pequena luz no fundo do túnel e se dirigiram para lá.
Já escolheu a sua tribo?   

domingo, 27 de janeiro de 2013

966-Encontro com o Espírito


O que acontece com quem trai a si mesmo?

Existem muito escritos por aí e muitas inteligências desencarnadas sinalizando mapas a quem queira aproximar-se do princípio sagrado que chamamos pelo nome de Deus. A Bíblia quase toda é fruto de falas espirituais anotadas por médiuns.
A aproximação nossa com Deus não se dará de outra forma que não pela via espiritual. Todos quantos estiverem desejando conectar-se mentalmente e para isso estejam usando da mente física, nada conseguirão. Este desiderato tem de ser espiritual. A via é espiritual, o destino é espiritual. E sendo espiritual, nada tem a ver com o conhecimento terreno. Tudo ocorrerá no mundo da transcendência, da luminiscência, da lealdade para com a vida, que é a manifestação do princípio sagrado. Uma mente PhD terá o mesmo valor de uma mente não alfabetizada. O que muda entre as duas é o grau de cobrança, o grau de discernimento.
Ah, mas você está cobrando o final do episódio anterior, não é mesmo?
Lá vai.
Figuradamente, você precisa entender que o nosso personagem foi mandado para o hospital a fim de livrar-se de sua mochila. Quando estiver livre, leve e solto, reformado, deve retornar e reivindicar sua entrada no portal das almas dignificadas, sem mochila.
Veja, estivemos analisando a obra de Carl Gustav Jung, um curador de almas e de cultura. Nem chegou a ser bem interpretado em sua época, do mesmo modo como Allan Kardec também não foi. E muitos outros não o foram.
Jung tentou ensinar o caminho humano para o encontro com a alma, por ele chamado “inconsciente”. Na verdade, a alma não permanecerá nas sombras da inconsciência quando nós tivermos capacidade de iluminá-la e, ao iluminá-la, vê-la-emos tornar-se gnose, conhecimento sagrado, luz, clareza. É ali que iremos encontrar o “arquivo eterno” de cada um de nós.
Este “arquivo eterno” é o chip que entrará pela portaria, segundo aquela metáfora anterior, sem ser barrado. Só será conferido. Segundo os méritos ali contidos, será o encaminhamento. Lá tem creche, orfanato, escola, oficina, atelier, enfermaria, hospital, penitenciária, bem como aqui e bem como são os destinos das pessoas aqui nesta dimensão. Cada um recebe o encaminhamento que merece.
Por que o chip e não a mochila? É porque o chip contém a verdade. Verdade que fica. Mochila a gente enche de coisas descartáveis, substituíveis e até inservíveis.
Pode-se dizer que esta seja a vocação que nos torna humanos, pois nos tornamos menos humanos na medida em que negligenciamos a verdade, na medida em que ignoramos a nossa própria verdade íntima.
As árvores e as flores, os pássaros e os animais, que seguem seu próprio destino sem inventar nada, são superiores ao homem e à mulher que (inventam além da conta) traem a si mesmos.
Afastado da sua verdade o ser humano chamará para si o peso perturbador (mochila inócua) da privação da luz, da desconexão, do desenraizamento espiritual, onde tem origem os descaminhos, a doença, o sofrimento, a desorientação, a fuga, a busca de entorpecentes e embriagantes.
Tudo é uma questão de vibrações.
O diapasão espiritual, independentemente do conhecimento acadêmico de uma pessoa, arrebata os seres para uma vibração de freqüência compatível, elevada, média, baixa, onde transitam os conteúdos de que nos ocupamos durante nossas vidas no corpo e fora dele.
A vida é a maior verdade que podemos acessar. E o maior objetivo da vida é o amor. Por isso não se pode trair a vida. Ao traí-la nos tornamos indignos, inferiores, caídos, passíveis de hospitalização e até mesmo de prisão. Passamos a merecer o reformatório.
Tanto aqui como lá na outra dimensão, creche, orfanato, escola, oficina, atelier, enfermaria, hospital, penitenciária, são estágios compatíveis com nosso desenvolvimento. Recebemos o tratamento adequado para nossos estados de evolução ou situação em que nos encontramos. Por isso, não temos autorização para trair a vida. Porque se assim for... 

sábado, 26 de janeiro de 2013

965-Encontro com o Espírito


Você voltou?
Então vamos ao encontro com sua alma

Antes, porém, conheça a história de outro alguém numa situação parecida com a sua. Isto aqui é uma metáfora, uma lenda, um causo.
Era uma vez uma pessoa, comum, dessas que povoam nossas estatísticas. Lidava com as coisas e pessoas de sua vida de um modo bem conhecido, como será narrado. Tudo quanto saísse errado, tinha de ter um culpado externo. Algumas vezes eram seus pais, noutras seus irmãos, noutras mais o prefeito, o governador, o vizinho, o patrão ou os clientes, enfim, alguém, quem sabe, até mesmo, o professor, longínquo professor da adolescência.
Tudo quanto fizesse de errado, precisava ser escondido, jogado pra baixo do tapete, guardado num cantinho escuro da consciência, espécie de depósito.
No início, só algumas coisas eram guardadas. Depois mais, muitas coisas. Comno se sabe, o primeiro erro puxa o segundo, puxa o terceiro...
O depósito foi ficando cheio, inchado, transbordante...
Chegou um tempo em que o nosso personagem precisava inventar uma mentira para encobrir outra, arranjar um novo esconderijo para esconder um novo erro.
Como fantasmas, seus erros se agigantavam em seu íntimo. E ocupavam quase todas as suas energias. Se quiser, pode comparar com alguém que carrega uma enorme mochila às costas, sem nenhum conteúdo útil.
Por conta de se ocupar excessivamente com seus monstros íntimos, o nosso personagem já não sonhava com nenhuma coisa boa, não tinha tempo para imaginar coisas novas e boas. Todos os dias brigava com seus monstros, obrigando-os a permanecerem engavetados, encaixotados, arquivados, silenciosos.
Tinha dias que os monstros brigavam entre si, cada qual querendo ocupar maior espaço na mente do nosso personagem.
Por conta desse turbilhão de inquietações, vinham também as correrias e nosso personagem começou a faltar com suas obrigações, esquecer seus compromissos, sofrer pequenos acidentes, até que, um dia, foi além: teve uma enorme discussão com sua cônjuge, perdeu a cabeça, meteu a faca no peito da cônjuge, matou-a. E mais uma vez não assumiu seu erro: fugiu de casa, escondeu-se da polícia.
Veja, agora, já não eram apenas os seus monstros que estavam escondidos. O próprio personagem também já se escondia.
Mas, foi localizado, recebeu voz de prisão, não se entregou, tentou fugir mais uma vez e foi atingido pelas balas dos policiais. Morreu.
Dizem que chegou lá aonde chegam as almas que perdem o corpo e foi recebido como alguém que tem muitas sombras dentro de si. “A mochila não entra”, disse o porteiro. Como estava acostumado a arranjar desculpas, tentou explicar os culpados por toda aquela enorme ficha. Argumentou, inventou lorotas, mas nada adiantou.
O encarregado da entrada das almas merecedoras de honra, explicou que para ser Alguém nós temos de deixar de ser Ninguém.
“Mas, eu não sou ninguém, eu tenho uma identidade, endereço, cpf!!!”
A o que o porteiro retrucou. “Isso não prova nada. Você não foi você, você preferiu ser os fantasmas e as fantasias que você mesmo criou, por isso você é sua mochila. E aqui mochila não entra!!!”
Como você acha que esta história acaba?
Nós iremos concluí-la na próxima mensagem.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

964-Encontro com o Espírito


Você já esteve diante de sua alma?

Eu sei, você dirá: “como assim?” Certa a sua pergunta. Se você e ela são a mesma coisa, como isso seria possível? Tem um jeito. Você conhece alguma história de encontros entre pessoas que começam namoros por correspondência (hoje é comum na internet) e marcam para se encontrar? Pois é, existem estórias por aí não só em romances e novelas, mas na vida real, em que dois seres enamorados um do outro preparam seu primeiro encontro e acontece a aproximação física da princesa e do príncipe encantado...
Na interpretação corriqueira seguindo a cultura geral, a moça vai ao salão, encomenda um penteado, pinta as unhas, faz maquiagem, veste o melhor vestido, calça o melhor e mais bonito sapato. O rapaz idem, idem.
Também, por parte dela e dele há toda uma preocupação em causar uma boa impressão, evitar gestos ou palavras que possam estragar tudo.
O encontro mais importante daquela fase de suas vidas está por acontecer. Nada pode sair errado. E quantos namoros prosperaram depois de tais encontros? São incontáveis.
Então prepare-se amigo, amiga leitor(a). Estamos planejando colocar você diante de sua alma para que vocês se apaixonem de uma vez por todas e acabem com essa picardia boba entre vocês dois de se ignorarem. Vocês dormem na mesma cama, comem na mesma mesa, sofrem nos mesmos calvários, divertem-se nas mesmas festas... Por que vocês dois não se falam?
Como assim? – você há de exclamar.
Calma. Estamos falando da mente terrena, formatada pelo processo cultural de uma tradicional família com raízes (possivelmente) noutro continente e de uma mente eterna que pode estar a milhões de anos buscando seu crescimento espiritual e desesperadamente dependendo da mente terrena.
Como é que vocês vão se amar se vocês não conversam, não namoram, não se amam?
Este encontro não pode admitir a menor possibilidade de fracasso, a menos que o espírito esteja por abandonar o corpo ou o corpo esteja desejando livrar-se do espírito. É o seu caso? Espero que não!
Saiba que no primeiro caso é a morte; no segundo, é o suicídio.
Então não é o seu caso, certo? Se não for, ótimo. Veja como isso será maravilhoso.
Na verdade, o encontro dos “namorados” desta metáfora deu-se no instante da fecundação biológica no ventre da mamãe. A preocupação com a boa impressão é coisa passada, já foi, já aconteceu, apenas a gente não lembra de nada disso. Aqui se está tentando aproximar alguém que já vive junto há muito tempo e não se conhece, não conversa, não se curte, não se preza, não se prestigia, quem sabe nem se ame...
Vai haver, sim, necessidade de franqueza e honestidade, não de parte do espírito, mas de parte da mente terrena, educada para levar vantagem, tirar proveito, ludibriar, driblar, buscar escapes, mentir, sair numa boa, muitas vezes até na barreira policial.
Mas, saiba você, aqui não tem padrinho, nem advogado, não adiante ligar pedindo ajuda. Aqui é preto no branco, cara a cara, tete a tete, olho no olho.
Só entre vocês dois e mais ninguém.
Na maioria dos casos essa malandragem que aprendemos nos jeitinhos brasileiros, é coisa de malandro, não se sabe inventada por quem, e todo o desacerto da vida terrena com a porção eterna tem origem aí.
Você quer, mesmo, ficar frente a frente com sua alma, conhecê-la, respeitá-la, amá-la?
Pense bem, decida convictamente e, se tiver coragem, volte aqui para ler a continuidade desta série.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

963-O Espírito


ESSA DEMORA É UMA COISA ESTRANHA

Desde muito antes de Cristo se discutia abertamente o papel do Espírito na concepção de um cosmos inteligente. E os homens demonstravam maior inteligência. O período dos filósofos gregos desde 600 anos de Cristo, cuja maior figura foi Pitágoras, e mesmo após Cristo com alguns destacados pensadores com sede em Alexandria, onde estava a maior biblioteca universal, foi um período rico em abstrações cosmogônicas e cosmogênicas. Mas, os ditadores sempre atrapalharam alguma coisa e é assim que devemos interpretar a iniciativa romana de fundar uma igreja para sustentar o império, que ruía. Ainda que se diga que a religião católica foi obra de centenas de cardeais, nunca se deixará de entender que esses construtores do cânone católico ali estiveram a serviço dos generais romanos e vigiados pelos militares. A igreja não era independente, nunca foi até bem depois do século XIX e prestar obediência ao imperador e a seus prepostos era uma questão de garantir os salários daqueles religiosos que receberam a missão de “inventar” uma igreja que pudesse aproveitar tudo quanto fosse útil da pregação de Jesus anotada por seus apóstolos e evangelistas.
Nesta concepção, quase 400 anos depois de Jesus, era preciso preservar o poder que controlava o povo. Essa coisa de reuniões em pequenos grupos nas casas do caminho, como faziam os verdadeiros cristão, cai fora. O povo teria de vir para dentro das catedrais ouvir o papa, o cardeal, o padre. Esse discurso tinha de ser coerente com o que pensava o imperador. O que pensava o imperador? Conquistar, dominar, garantir a fidelidade dos súditos, arrecadar impostos (na igreja era dízimo – décima parte daquilo que os contribuintes ganhavam), expandir o império, enriquecer. E a Igreja Romana fez exatamente isso principalmente depois que o Império Romano faliu e ela teve de segurar a peteca sozinha.
Tudo quanto fizeram os imperadores romanos e tudo quanto fez a Igreja, está na história – ainda que a história tenha sido escrita pelos vencedores – e a história é um sangue só, invasões, dominações, inquisições, condenações.
É claro e evidente que um poder com estas preocupações não podia ter tempo para Deus. E a doutrina do Espírito era a primeira a ser afastada dos catecismos.
A ciência teve como estudá-lo e estudou-o profundamente, ao menos por parte daquela parcela de cientistas não ateus. Mas, vindo da ciência, rotulada como atéia, ficava fácil à Igreja condenar os estudos espirituais como coisa do diabo, não do diabo Lúcifer, mas dos “diabólicos anti-cristos”, inimigos da Igreja.
Hoje, quanto você ouve os discursos inflamados dos pobres e obscuros pastores de algumas igrejas dita evangélicas, dita pentecostais, arrasando com a doutrina espiritual, saiba que eles estão apenas repetindo o discurso católico de alguns séculos atrás. Sua “doutrina” condena o catolicismo, mas usa o discurso católico.
Coitados, não sabem o que estão dizendo.
Veja o leitor: completamente à margem dos estudos de Helena Blavatsky e de Allan Kardec, ainda em 1851, o médico Paul Gibier, nascido francês e mais tarde radicado nos Estados Unidos, publicava um livretinho que quando visto na prateleira da livraria você parece nem notar que ele existe. Chama-se “A Análise das Coisas” e versa sobre o que Gibier chamou de “ciência futura”. Sim, a ciência toda era coisa de futuro. E trata do Espírito e sua influência sobre as religiões, filosofias, ciências e artes.
A tradução do francês para qualquer outra língua é uma tarefa dura e quanto mais fiel pior fica para um brasileiro entender. Mas, Gibier passeia garbosamente pelas avenidas do conhecimento e põe de pé a idéia que o mundo é uma aldeia espiritualmente estruturada a partir de dois princípios que geram um terceiro: a inteligência e a energia, que o organizam e o terceiro princípio, a matéria. Sem a participação da inteligência, a energia continuaria solta sem finalidade. Com a participação da inteligência, a energia ganha propósito, programa, finalidade. E vai se condensar, por exemplo, no corpo humano. Melhor dizendo, antes disso vai compor as milhões de partículas do corpo, como se fosse a partitura contendo as milhares de notas que depois de escritas (DNA) poderão se fazer partitura e ganhar vida material (a sinfonia que é o corpo humano).
Mais de 130 anos depois os estudiosos do Genoma olharam para dentro da célula humana e entenderam que ela tem sua partitura, seu programa, sua memória. E essa não é autoria da energia e nem da matéria. O que há por trás de uma célula? O chip divino, chamado Espírito.
Já não se trata de demora para que todos os setores da ciência e das religiões incluam em suas pautas o Espírito. Trata-se de preconceito, teimosia, queda de braço, birra, orgulho.
Já pensaram como ficará feio a estas igrejas todas terem de admitir que erraram?
Já pensaram como ficará feio a todos os ateus, incluindo-se aí os cientistas, terem de admitir que estavam equivocados?
Esta série termina aqui. Outras virão. Acompanhe-nos.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

962-O Espírito


NADA SE ALTERARÁ, TUDO MUDARÁ
        
Se você compreende, as coisas são tal como são;
         se você não compreende, as coisas são tal como são.

Tudo não passa de que as nossas percepções e avaliações continuarão por muito tempo um pesadelo subjetivo e coletivo. Nossos sentidos comuns da realidade prática – do mundo, tal como o vemos numa manhã de sol – é uma elaboração de repressão e condicionamentos sociais, um sistema de falta de atenção seletiva, pelo qual aprendemos a eliminar aspectos e relações dentro da natureza das coisas que não estejam de acordo com as regras do jogo da vida civilizada. E, curiosamente, a visão quase sempre reforça a percepção de que todas as restrições sofridas pela nossa consciência não se afastam um milímetro da normalidade e da adequação de todas as coisas.
No mínimo, o homem carece de realimentar seu constante processo físico, emocional, psíquico, intelectual e espiritual em pólos que contemplem equilibradamente conteúdos de cunho social, político, religioso e econômico. E não é difícil compreender que o econômico dominou pelo lado puramente material de acumulação. Os homens se petrificaram. E pedras são pedras. Têm Espírito? Já existem estudos falando da energia das pedras, mas não se pode falar de espírito.

Que função tem o Espírito?

Na maioria dos casos, os estudiosos respondem: a supraconsciência. E o que seria a supraconsciência? Além de incomum, a definição para supraconsciência demorou ou está demorando a acontecer. Os vícios filosóficos herdados dos pensadores materialistas nos colocaram no paradigma de que o mundo, o homem e a natureza são relógios, cada qual com seu mecanismo regulado e previsível. Inventaram o deus sobrenatural, acima da natureza e colocaram o homem nem lá nem cá. Ainda que equivocada, esta visão, ao menos, serviu para forçar – porque isso seria inevitável – a busca pelo homem cético, mesquinho e limitado, o seu ingresso num mundo mais amplo, a procura de coisas que são e não são sondáveis por ele, que são menores que ele, do seu mesmo tamanho e maiores que ele. Por isso, mesmo, desafiadoras.
Para penetrar no mundo mais amplo, o homem necessitou, em primeiro lugar,  de livrar-se do pensamento egocêntrico da sua personalidade e, em seguida, estabelecer contato com um “Eu” mais abrangente e mais consciente do que o “eu” comum. E assim foi penetrando nas funções do cérebro para conhecer a mente. Ali não encontrou muito, apesar de conhecê-la só em parte. Penetrou na matriz do pensamento e chegou à vontade. Ao estudá-la percebeu sem muita certeza que esta matriz é um campo que se divide em três hemisférios: (1) o da vontade propriamente dita, ânima e animada em busca da realização de algo definido, preexistente; (2) o do juízo, consciência ou tribunal íntimo que aplica a ética, promovendo a fiscalização da execução do projeto preexistente; e (3) um terceiro hemisfério, amoroso, cósmico, inteligente, capaz de estabelecer as conexões acima e abaixo da inteligência que está em uso.
Todo o maravilhoso e complexo sistema biológico do homem está a serviço dessa matriz, cujo nome pode ser Espírito, pode ser outro. Mas, Jesus ensinou existir uma força cósmica, que chamou de Espírito Santo, da qual somos cópia, semelhança.

Temos um Espírito ou somos um Espírito?

Para chegar mais ao centro dessa luminosa criação que é o Espírito e seu invólucro, o corpo humano, o homem quis primeiro buscar saber sobre o cosmos. Voltamos ao começo: a parte pode conter o todo? Dizem os quânticos que sim. Então o homem é a cópia do cosmos.
A mais espantosa característica dessa experiência de perscrutar o desconhecido, é que há a convicção de que todo esse mundo inexprimível está “certo”, tão certo que nossas ansiedades comuns tornam-se ridículas e, se todos os homens pudessem ver o que os iniciados vêm e sentem, ficariam embriagados de alegria.
E nós nos imaginávamos iniciados. Estamos só na primeira fase do processo iniciatório. Por que nem todos alcançam os mais elevados estados de consciência? Alguns não querem ou têm medo, outros não sabem e finalmente outros jamais chegarão a ele: são pessoas que querem ter o controle de tudo o que acessam. Os desastres ecológicos, a vaca louca no meio, a gripe suína e, já, a clonagem humana, são apenas sintomas do que não está capaz o homem.
O mundo, que afinal de contas somos nós, nunca poderá ser subjugado por quem não o compreende. Sobre ele, temos vagas indicações, muitas vezes inexprimíveis. Concordamos com sua existência sem, no entanto, sermos capazes de dizer exatamente o que ele é. Não sabemos o que ele é. Sabemos apenas que é. Para descrever o que é, teríamos de saber classificá-lo, mas é óbvio que o “todo”, dentro do qual a multiplicidade das coisas se delineia, não pode ser classificado.
Voltando aos pontos de vista – que permeiam religiões, filosofias, ciências, políticas, e formam as ideologias e as teorias – é preciso dizer que o que existe de conhecimento é fragmento, por que o homem não é um todo, e não sendo um todo, será sempre parte, fragmento e fragmentado.
Talvez demore, talvez não, mas a definição de que somos espíritos em trânsito pela matéria, virá. E virá com sobras. Então a compreensão da vida será outra.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

961-O Espírito


VISÕES DE MUNDO (DE QUE MUNDO?)

O fato mais impressionante na experiência intelectual, espiritual e poética do homem sempre foi a preponderância universal desses espantosos momentos de intuição, de visão interior e exterior por ele alcançados, que se chama “consciência cósmica”. Não existe um nome satisfatório para esse tipo de experiência. Chamam-na de mística e confundem-na com visões de um outro mundo, ou de deuses e anjos. Chamam-na de espiritual e metafísica, sugerindo não se tratar de algo extremamente concreto e físico, ao mesmo tempo em que a expressão “consciência cósmica” possui um indisfarçável sabor de jargão ocultista. E não é. O Deus que buscamos é um cientista.
Na verdade, tudo parece ser uma coisa só e a expressão “cósmica” pode significar o “eu superior”, por vezes também chamado de supraconsciente. E com um pouquinho mais de esforço, pode-se dar ao “eu superior” um status de entidade conectada com o divino, muito poderosa, muito mais poderosa do que nos ensinaram os nossos professores de teologia al longo desses últimos 50 séculos.
Em todos os tempos, em todas as culturas, são pródigos os relatos do envolvimento do homem com as sensações inequívocas do transcendental no sensorial, surgindo, via de regra, de forma repentina e inesperada, sem causas claramente compreendidas. É o nosso despreparo para a coisa? É possível. A manifestação do Sagrado no profano nos acompanha desde os desenhos rupestres do homem primitivo.

Pontos de vista

Para os indivíduos preparados para algumas coisas para as quais já somos capazes, a experiência aparece como uma certeza vívida e esmagadora de que o universo, naquele momento preciso, como um todo e em cada uma de suas partes, está tão clamorosamente certo que não precisa de nenhuma explicação ou justificativa, além do que ele simplesmente é. A “visão” (é assim que “vemos” o que não pode ser por nós percebido de outra forma comunicativa: o cérebro “vê”) sugere que tudo está correto, não necessita de definição e não pode ser descrito por falta de referência. Inexistem palavras apropriadas para descrever o que “vemos”. Assim, se o universo está clamorosamente certo, o Espírito humano também está e não precisa de nenhuma explicação ou justificativa e sim de reconhecimento e transcendência. Quem precisa chegar lá é a nossa inteligência.
Mas, é pouco. A curiosidade inconformada do homem quererá mais. E ao ter mais, quererá ainda mais e mais.         Quem já experimentou visitar a zona de absoluto silêncio, morada do Espírito, de lá retorna relatando que nesses momentos vê em vez de pensar e só mais tarde começa a procurar, de modo desajeitado, as palavras através das quais tenta expressar o que lhe foi revelado.
E de novo esbarramos nos pontos de vista. Uma pessoa dirá (1): “encontrei a resposta para todo o mistério da vida, mas não tenho palavras para descrevê-lo”. Outra sustentará impávida: (2) “não houve nenhum mistério e, portanto, não há nenhuma necessidade de resposta, dado que a experiência deixou clara a irrelevância e o artificialismo de todas as questões que nos atormentavam”. Uma terceira pessoa declarar-se-á (3) “absolutamente convencida de que a morte não existe e de que o seu eu verdadeiro é eterno como o universo”. Haverá ainda aquela que proclamará (4) “que a morte simplesmente deixou de constituir motivo de preocupação, pois o momento presente é tão completo que não exige um futuro”. E, assim, mais outra, sentir-se-á (5) “possuída e ligada a uma vida infinitamente diferente da sua própria”.
Mas, assim como as batidas do coração podem ser inscritas como algo que acontece conosco, ou como alguma coisa que nós fazemos, dependendo dos pontos de vista, um indivíduo sentirá que experimentou não a transcendência de um Deus, mas a sua própria natureza mais íntima. Outro sentirá como se o seu ego ou o seu eu se expandisse a ponto de conter em si todo o universo, enquanto outro mais sentirá que se perdeu de si mesmo, inteiro, e que o que considerava seu ego nunca passara de uma abstração. Indefinidamente, outro contará entusiasmado de que forma enriqueceu, infinitamente, enquanto outro se lamentará de ter sido reduzido a tão extrema miséria, que não possui nem mesmo a sua mente e o seu corpo, e não tem mais ninguém no mundo que se preocupe com sua desgraça, sem que em nenhum dos casos esteja se referindo a coisas materiais.
Preciso interromper aqui para que você volte a reler quantas vezes mais precisar os trechos que acabaram de entrar para seu conhecimento. Voltamos ao assunto na próxima postagem.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

960-O Espírito


A PALAVRA MAIS RECENTE

Cientistas e filósofos, ultimamente, desenvolvem com intensidade seus estudos para tentar explicar o que existe, ali, tão misteriosamente, no íntimo humano, misturando inteligência, percepção, consciência, vontade, iluminação. Gunther S. Stent, biólogo molecular, conclui que “para ir além na investigação parece restar três sérios problemas a resolver: a origem da vida, o mecanismo da diferenciação celular e a base funcional do sistema nervoso superior”.
John White, cuja dedicação aos estudos da consciência humana é notória, anuncia: “não prevejo uma solução para o mecanismo da consciência (...) uma vez que seus aspectos epistemológicos postulam-na não só como o problema filosófico central da vida, mas também situam-na além do domínio da investigação científica”.
Roger Wescott contribui com a hipótese de que a consciência é uma bio-iluminiscência interna, endocraniana, “uma forma de luz, propriamente dita, gerada no, pelo e para o cérebro, podendo ser a matéria-prima da consciência pura, ou seja, o Espírito”.
A própria percepção pode consistir na geração e recepção internas de radiação perceptível – numa palavra: de luz. Seria, esta luz, a energia que chamamos de Espírito?  

A consciência pode explicar?

Antes de pensar, imaginar, estudar e deter-se sobre o Espírito, o homem precisará vencer suas pequenas diferenças, que se tornam grandes a jusante das idéias religiosas, filosóficas e culturais, que perturbam a compreensão nem tanto pela via dos conceitos, mas muito pela via dos preconceitos.
A sutil diferença entre um cavalo e um homem, além da construção biotipológica, sempre será o aspecto da consciência, que em um deles está desenvolvida e no outro não. E é o aspecto consciência que parece traçar o mapa de ingresso do nosso conhecimento no mundo do Espírito. Mas, até mesmo para falar da consciência devemos afinar conceitos, pois o Ocidente costuma confundi-la com pensamento e chega ao extremo de colocá-la no mesmo nível da emoção, da sensação ou do movimento, como se vê em inúmeros escritos. E ela – a consciência, também como já vimos – não é nenhuma dessas funções; ela é uma percepção das nossas diversas atividades no exato momento em que estas estão ocorrendo em nós. Ela é aquela região silenciosa, que para muitos estudiosos é a morada do Espírito. E aqui já tomamos o Espírito como a mesma coisa que a consciência pura, desprovida de quaisquer pensamentos e palavras ou algo muito próximo um do outro. Por isso, uma região silenciosa. Tão silenciosa, que em todas as culturas, para alcançá-la, se pede silenciar a mente, alcançando, assim, o Espírito e, por extensão, a Deus.
Aprendemos com algumas religiões a silenciar a mente e orar para pedir graças a um deus superior, idealização do poder absoluto. Com a evolução do conhecimento teológico aprendemos a silenciar a mente para adquirir poder.
Assim, ao enfraquecer a mente pelas intervenções de outros poderes, como tentação, desejo, compulsão, volúpia, se deduz, ficamos reféns sem poder algum. Se, pelo contrário, afastamos as intervenções numa espécie de “linha direta” com o alto, o poder nos socorre, nos instrumenta e até, num exercício de ilação, adquirir a capacidade de fazer acontecer o que é desejado ou ambicionado.
Nesta linha de raciocínio somos levados a imaginar que fazer promessas, acender velas, fazer penitências ou pedidos diante de forças intermediárias da vida, é a mesma coisa que querer singrar os mares sem içar as velas ou sem ligar os motores.
Nestes tempos pós-modernos e pós-tecnológicos, em plena Era de Aquário, chegarão inúmeras novas visões do mundo, podes crer.

sábado, 19 de janeiro de 2013

959-O Espírito


O QUE É O ESPÍRITO?

Sabemos muito pouco sobre ele e sobre ele estudamos muito pouco. De qualquer forma, é muito importante estudá-lo. Ao conhecê-lo, o homem conhecerá talvez tudo sobre si mesmo e sobre o que poderá existir além do homem.
Sabendo muito pouco sobre o Espírito, os desinformados e apressados exercitam a própria imaginação para falar sobre ele. Para defini-lo, dizem tratar-se de algo imaterial e sobrenatural ou imaginário, como imaginários poderiam ser também os anjos, os diabos, os duendes e, por que não, Deus. Imaterial por que, ao que consta, é energia. Sobrenatural por que, ao que se ensina, está acima do mundo que existe. Imaginário por que, segundo se diz, é a imaginação que qualifica o animal humano perante os demais animais. Os dons humanos, segundo esta lógica, advêm do imaginário.
Não se pode pensar, imaginar, estudar e deter-se sobre o Espírito, sem incluir a hipótese de que o mundo é permeado e organizado por uma Inteligência Superior, da qual o Espírito que habita o homem é parte, cópia, semelhança ou algo assim, como sugerem as escrituras sagradas.
O ponto de vista humano será ainda por muito tempo o ponto de vista da parte perante o todo. E a parte não pode conhecer o todo. Ou pode? Podendo ou não, é certo, o ponto de vista humano sempre será provisório e temerário enquanto a coisa for colocada como algo incomensuravelmente maior que o homem. Ou enquanto insistirmos em separar a parte do todo.

A Tese Fonseca

No livro “Karma Genético” (Evolução Editorial, SP, 1997), o autor, Alcides A. Fonseca, desenvolve o raciocínio não muito diferente do que encontramos no “Livro dos Espíritos”, segundo o qual um Espírito é soma ou agregação de trilhões de átomos, que se encontram pela primeira vez numa mônada ainda no reino mineral, evoluindo para o reino vegetal e deste ao reino animal e humano. Teses um tanto semelhantes acrescentam outros estágios como o dos insetos e dos vírus antes de chegar nos mamíferos, a caminho do humano. Sem novidade, pois, como vimos, Kardec já aborda a mesma seqüência ou quase.
O que determina, segundo Fonseca, o limite para a transmutação, é o volume celular compatível a cada reino. Algumas espécies de vida, como a dos vírus e dos insetos, ele coloca como estágios transitórios entre os reinos. Assim, entre o estágio mineral e vegetal, vivem os vírus portadores do Espírito intermediário. Os insetos seriam os portadores do Espírito transitório entre os estágios vegetal e animal. E os símios seriam os portadores do Espírito transitório entre os reinos animal e humano. A cada fase o Espírito cresce em conteúdo e poder. A mais importante transmutação se dá na passagem do reino animal para o reino humano e deste para o reino angelical.
Aquele autor também define a missão do Espírito: unir os pedacinhos de consciências que carrega para alcançar o conhecimento total. E, para isso, a necessidade das passagens pelos reinos mineral, vegetal e animal, numa estreita relação com a água, a terra, o ar e o fogo e a absoluta necessidade da reencarnação, uma vez que as vidas em todos os reinos são muito curtas para garantir a inteira evolução. E ainda explora a possibilidade da existência dos Espíritos iniciáticos, inocentes, ingênuos, puros, que são os seus estados naturais de criaturas detentoras de pouca ou nenhuma informação, até mesmo pela ausência de experiências anteriores de vidas no reino humano, como são os gnomos e duendes. Continuaremos a explorar esta fascinante descoberta. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

958-O Espírito


O Espírito visto sob diferentes culturas

A palavra espírito tem sua raiz etimológica do Latim "spiritus", significando "respiração" ou "sopro", mas também pode estar se referindo a "alma", "coragem", "vigor" e finalmente, fazer referência a sua raiz no idioma PIE (s)peis- (“soprar”). Na Vulgata, a palavra em Latim é traduzida a partir do grego “pneuma” (πνευμα), (em Hebreu (רוח) ruah), e está em oposição ao termo anima, traduzido por “psykhê”.
A distinção entre a alma e o espírito somente ocorreu com a atual terminologia Judeo-Cristão (ex. Grego. "psykhe" vs. "pneuma", Latim "anima" vs. "spiritus", Hebreu "ruach" vs. "neshama", "nephesh" ou ainda "neshama" da raíz "NSHM", (respiração).
A palavra espírito costuma ser usada em dois contextos, um metafísico e outro metafórico.

Filosofia

 

Espírito é definido pelo conjunto total das faculdades intelectuais. Ele é freqüentemente considerado como um princípio ou essência da vida incorpórea (religião e tradição espiritualista da filosofia), mas pode também ser concebido como um princípio material (conjunto de leis da física que geram nosso sistema nervoso).
Na Antiguidade, o sopro e o que ele portava (o som, a voz, a palavra, o nome) continha a vida, seja em protótipo, em essência ou em potência (mítica). No tronco judaico-cristão das religiões diz-se que Deus soprou o barro para gerar o (ser no) homem. Dar um nome aos seres vivos ou não, emitir o som do nome (i.e, chamar por um nome, imitar as vozes animais, mimitizá-los, fazer do nome onomatopéia, apresentar-lhes na língua, dar-lhes uma palavra que lhes chame etc), fazer soar pela emissão do sopro vocal, significava possuir (ter o que é deles, a carne, a voz, i.e., ser-lhes o proprietário). Assim, diz-se também que ao dar nomes aos animais, o Homem ancestral, tomou deles a posse, tomou deles algo, deu-lhes a representação, o espírito. Nos contos míticos, emitir um som significa chamar pelo ser que atente a tal som. Assim, o gênio da lâmpada de Aladino das (Mil e Uma Noites) aparecia quando Aladim esfregava a lampada maravilhosa, assim emitindo um ruído ou som que era exatamente o nome do gênio encarcerado.
Ainda quanto ao gênio, desde as mais antigas tradições cultiva-se a idéia do gênio que vem em ajuda do homem, porém nem sempre, nascendo daí a necessidade de tê-lo aprisionado, disponível, numa alusão de que para possuir as suas qualidades há que dominá-lo, domá-lo. Somente a partir de 1572 começou a aparecer na literatura a expressão “gênio” como sinônimo de inteligência extraordinária ou dom genial.
De qualquer maneira, há muito significado entre gênio e espírito.
Em política, diz-se do espírito das leis, expresso na constituição e em muitas outras ocasiões em que se refere ao “espírito da coisa” como um conteúdo entendido não explicitamente.

Corpo e espírito

 

Em diferentes culturas, o espírito vivifica o ser no mundo. O espírito também permitiria ao ser perceber o elo entre o corpo e a alma. Entretanto, muitas vezes espírito é identificado com alma e vice-versa, sendo utilizados de forma equivalente para expressar a mesma coisa.
Segundo a teoria dualista de Descartes, o corpo e o espírito são duas substâncias imiscíveis, cada qual com uma natureza diferente: o espírito pertenceria ao mundo da racionalidade (res cogitans), enquanto o corpo às coisas do mundo com extensão (res extensa), i.e., ao mundo das coisas mensuráveis. Descartes acreditava que a função da glândula pineal seria unir a alma/espírito ao corpo. Sua visão do ser humano era mecanicista. O corpo era tratado como uma máquina de grande complexidade. Pensava em partes separadas, no que ligaria o que com o que, qual seria a função de cada parte, em suas relações etc.
Para os religiosos, a morte separa o espírito do corpo físico, e a partir daí, o espírito passa a ser somente da esfera espiritual. Para eles, a morte parece não encerrar a existência de cada ser particular.

Psicologia

 

Em psicologia, o espírito designa a atitude mental dominante de uma pessoa ou de um grupo, que motiva-o a fazer ou a dizer coisas de um determinado modo.

Espiritologia

 

De acordo com a espiritologia (ou "psicologia espiritual"), o espírito é o corpo psíquico, que entra em contato com a quarta dimensão (ou Mundo Astral), local onde não existem problemas de espaço (distâncias) ou de tempo. Segundo esta corrente, o ser humano pode entrar em contacto com outros lugares ou até outras épocas, sendo que, alguns pesquisadores, como o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, acreditavam que os problemas do mundo contemporâneo, não eram regidos apenas pelas pessoas fisicamente, mas também psiquicamente, utilizando o mundo astral como meio de intervir no Mundo Terrestre.

Espíritos na Bíblia

 

Na Bíblia, ao menos no que restou das mutilações que ela sofreu quando foi adaptada ao interesse ao romano, a expressão "espíritos" se refere aos anjos que se rebelaram contra Deus. Na tradição judaico-cristã, são também chamados de "anjos decaidos", "espíritos impuros" ou “demônios”. Eles subordinaram-se à liderança de um anjo rebelde que foi proeminente na hierarquia angélica, comummente denominado por Satanás e Diabo.
Segundo a Bíblia Cristã, embora impedidos de se materializar, estes "anjos decaidos" teriam grande poder e influência sobre a mente e o modo de viver dos humanos. Teriam capacidade de se incorporar em humanos e em animais e possuí-los (possessão espírita, não delirio de possessão), e também usam coisas inanimadas (assombração), tais como casas ou objetos.
No Novo Testamento, o uso do termo "demônio", em gr. daimoníon, é limitado e específico em comparação com as noções dos antigos filósofos e o modo em que esta palavra era usada no grego clássico. Originalmente, o termo daimoníon designava as divindades, que podiam ser boas ou ruins.
Os "espíritos superiores" ou "mais evoluídos", alegadamente espirítos de bem, apresentam-se como protectores e conselheiros dos humanos, e até mesmo, chegando a conferir poderes ou dons sobrenaturais.
É também no Novo Testemento que o Espírito Santo é apresentado como a ligação entre Deus (Criador) e o Homem (Criatura).

Espiritismo

 

Segundo a Doutrina Espírita, o espírito é a individualização do princípio inteligente do Universo. Quando encarnado - ou seja, vestido de um corpo humano - é chamado de alma, nesta situação alma e espírito são as mesmas coisas em diferentes estágios. A reencarnação, segundo o espiritismo, é o processo de auto-aperfeiçoamento por que passam todos os espíritos.
Para os espíritas, o estado natural do espírito seria o de liberdade em relação à matéria, ou seja, a condição de desencarnado. Nesta situação, o espírito mantém a sua personalidade e suas características individuais.
Também segundo a doutrina espírita, a interação do espírito com o cérebro se dá através do perispírito. Este conecta a vontade que nasce no espírito com o estímulo que direciona o cérebro.
Para designar um espírito específico, os espíritas utilizam a inicial em maiúsculo, como por exemplo: "O Espírito Emmanuel".

Teosofia

 

Na Teosofia, o espírito é associado aos dois princípios mais elevados do Homem, a díade Atman-Budhi, a essência imortal do Homem.

Outras teorias

 

Na teoria Shmuelin, é o espírito Divino que reside na mente do homem – o Ajustador do Pensamento. Este espírito imortal é pré-pessoal – não é uma personalidade, se bem que esteja destinado a transformar-se em uma parte da personalidade da criatura mortal, quando da sua sobrevivência.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

957-Estados e Estágios de Consciência


Níveis de consciência

Segundo o que se pode obter da cátedra de Ken Wilber, cada um de nós é para o mundo e é o que o mundo significa para nós, de acordo com aquilo que cremos e transformamos em realidade. Quando você vê uma multidão de nordestinos aos pés da imagem de Padre Cícero buscando um milagre, uma cura, uma solução para seus males, pode crer, são pessoas sofridas, com baixa auto-estima, muita fé, a procura de um salvador. Estamos lidando com baixos níveis de consciência, justamente onde a Igreja mais atuou e onde o governo menos atuou.
Pelo Brasil a fora e na América, na África ou em qualquer lugar onde os conhecimentos ainda são limitados, iremos encontrar milhões de pessoas com níveis de consciência como as descrições a seguir identificam:
         Acredito em mau-olhado, magia-negra, gato-preto cruzando a rua, azar provindo de haver passado por baixo da escada, dependo da ajuda de líderes carismáticos, de salvadores, de milagreiros, de protetores, de adivinhos e curandeiros;
         Acredito na ação de santos, orixás, patuás, breves e escapulários;
         Acredito na ação de invejosos, de duendes e gnomos e na suas influências sobre mim, minha casa e minha família;
         Acredito que Deus está no céu de onde tudo vê, tudo dirige, e de onde há de vir julgar os vivos e os mortos numa data breve;
         Acredito no dia do juízo final em que todos os mortos serão ressuscitados e todos, vivos e mortos, serão julgados e enviados para um destino fatal: inferno ou paraíso;
         Acredito no poder da energia mental e na atração que exercemos sobre aquilo que mentalizamos com recorrência;
         Acredito na existência do Sagrado que se revela espiritualmente com cuja influência posso mudar em grande parte o curso do meu destino graças ao livre-arbítrio;
         Acredito na existência de Leis Universais Naturais com as quais temos de lidar permanentemente colocando-nos a seu favor ou contra elas;
         Acredito poder potencializar nosso desempenho frente ao destino com a ajuda de forças sagradas e também na possibilidade de perder forças e poder por conta de um posicionamento equivocado, egoístico ou egocêntrico;
         Acredito no poder de uma Inteligência Superior que deu causa ao Universo e na autoria de um projeto para o qual os seres humanos contribuem melhorando-o ou piorando-o segundo nossos estágios de conhecimento-consciência e que, por conta disso, temos o mundo que merecemos ter não só individualmente, mas também coletivamente;
         Acredito ser muito grande o poder humano não só para destruir, como ocorre, enquanto nos comportamos como adversário das Leis Naturais Universais e que a nossa recuperação é aguardada pelo Comandante Supremo com grande expectativa, pois, dessa forma, teremos correspondido e confirmado pertencermos ao grupo dos aliados da Inteligência Superior Universal no tocante a contribuir para uma constante melhoria;
         Acredito no poder associado de várias, muitas, milhares, milhões de mentes capazes de criar egrégoras e campos imantados com poder de modificar o resultado de alguns fenômenos físicos;
         Acredito que a humanidade terrena seja capaz de mudar o resultado de seu destino pela união de seu desejo focado naquilo que seja o bem maior desejado;
         Daqui para frente não é a mente humana autorizada a dizer o que vem. (Daqui a alguns anos esta lista estará bastante alterada)
(Até onde alcançar o seu “sim” é até onde a sua consciência já consegue “enxergar”- para frente, para trás, para os lados, para cima)