segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

960-O Espírito


A PALAVRA MAIS RECENTE

Cientistas e filósofos, ultimamente, desenvolvem com intensidade seus estudos para tentar explicar o que existe, ali, tão misteriosamente, no íntimo humano, misturando inteligência, percepção, consciência, vontade, iluminação. Gunther S. Stent, biólogo molecular, conclui que “para ir além na investigação parece restar três sérios problemas a resolver: a origem da vida, o mecanismo da diferenciação celular e a base funcional do sistema nervoso superior”.
John White, cuja dedicação aos estudos da consciência humana é notória, anuncia: “não prevejo uma solução para o mecanismo da consciência (...) uma vez que seus aspectos epistemológicos postulam-na não só como o problema filosófico central da vida, mas também situam-na além do domínio da investigação científica”.
Roger Wescott contribui com a hipótese de que a consciência é uma bio-iluminiscência interna, endocraniana, “uma forma de luz, propriamente dita, gerada no, pelo e para o cérebro, podendo ser a matéria-prima da consciência pura, ou seja, o Espírito”.
A própria percepção pode consistir na geração e recepção internas de radiação perceptível – numa palavra: de luz. Seria, esta luz, a energia que chamamos de Espírito?  

A consciência pode explicar?

Antes de pensar, imaginar, estudar e deter-se sobre o Espírito, o homem precisará vencer suas pequenas diferenças, que se tornam grandes a jusante das idéias religiosas, filosóficas e culturais, que perturbam a compreensão nem tanto pela via dos conceitos, mas muito pela via dos preconceitos.
A sutil diferença entre um cavalo e um homem, além da construção biotipológica, sempre será o aspecto da consciência, que em um deles está desenvolvida e no outro não. E é o aspecto consciência que parece traçar o mapa de ingresso do nosso conhecimento no mundo do Espírito. Mas, até mesmo para falar da consciência devemos afinar conceitos, pois o Ocidente costuma confundi-la com pensamento e chega ao extremo de colocá-la no mesmo nível da emoção, da sensação ou do movimento, como se vê em inúmeros escritos. E ela – a consciência, também como já vimos – não é nenhuma dessas funções; ela é uma percepção das nossas diversas atividades no exato momento em que estas estão ocorrendo em nós. Ela é aquela região silenciosa, que para muitos estudiosos é a morada do Espírito. E aqui já tomamos o Espírito como a mesma coisa que a consciência pura, desprovida de quaisquer pensamentos e palavras ou algo muito próximo um do outro. Por isso, uma região silenciosa. Tão silenciosa, que em todas as culturas, para alcançá-la, se pede silenciar a mente, alcançando, assim, o Espírito e, por extensão, a Deus.
Aprendemos com algumas religiões a silenciar a mente e orar para pedir graças a um deus superior, idealização do poder absoluto. Com a evolução do conhecimento teológico aprendemos a silenciar a mente para adquirir poder.
Assim, ao enfraquecer a mente pelas intervenções de outros poderes, como tentação, desejo, compulsão, volúpia, se deduz, ficamos reféns sem poder algum. Se, pelo contrário, afastamos as intervenções numa espécie de “linha direta” com o alto, o poder nos socorre, nos instrumenta e até, num exercício de ilação, adquirir a capacidade de fazer acontecer o que é desejado ou ambicionado.
Nesta linha de raciocínio somos levados a imaginar que fazer promessas, acender velas, fazer penitências ou pedidos diante de forças intermediárias da vida, é a mesma coisa que querer singrar os mares sem içar as velas ou sem ligar os motores.
Nestes tempos pós-modernos e pós-tecnológicos, em plena Era de Aquário, chegarão inúmeras novas visões do mundo, podes crer.

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