sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

964-Encontro com o Espírito


Você já esteve diante de sua alma?

Eu sei, você dirá: “como assim?” Certa a sua pergunta. Se você e ela são a mesma coisa, como isso seria possível? Tem um jeito. Você conhece alguma história de encontros entre pessoas que começam namoros por correspondência (hoje é comum na internet) e marcam para se encontrar? Pois é, existem estórias por aí não só em romances e novelas, mas na vida real, em que dois seres enamorados um do outro preparam seu primeiro encontro e acontece a aproximação física da princesa e do príncipe encantado...
Na interpretação corriqueira seguindo a cultura geral, a moça vai ao salão, encomenda um penteado, pinta as unhas, faz maquiagem, veste o melhor vestido, calça o melhor e mais bonito sapato. O rapaz idem, idem.
Também, por parte dela e dele há toda uma preocupação em causar uma boa impressão, evitar gestos ou palavras que possam estragar tudo.
O encontro mais importante daquela fase de suas vidas está por acontecer. Nada pode sair errado. E quantos namoros prosperaram depois de tais encontros? São incontáveis.
Então prepare-se amigo, amiga leitor(a). Estamos planejando colocar você diante de sua alma para que vocês se apaixonem de uma vez por todas e acabem com essa picardia boba entre vocês dois de se ignorarem. Vocês dormem na mesma cama, comem na mesma mesa, sofrem nos mesmos calvários, divertem-se nas mesmas festas... Por que vocês dois não se falam?
Como assim? – você há de exclamar.
Calma. Estamos falando da mente terrena, formatada pelo processo cultural de uma tradicional família com raízes (possivelmente) noutro continente e de uma mente eterna que pode estar a milhões de anos buscando seu crescimento espiritual e desesperadamente dependendo da mente terrena.
Como é que vocês vão se amar se vocês não conversam, não namoram, não se amam?
Este encontro não pode admitir a menor possibilidade de fracasso, a menos que o espírito esteja por abandonar o corpo ou o corpo esteja desejando livrar-se do espírito. É o seu caso? Espero que não!
Saiba que no primeiro caso é a morte; no segundo, é o suicídio.
Então não é o seu caso, certo? Se não for, ótimo. Veja como isso será maravilhoso.
Na verdade, o encontro dos “namorados” desta metáfora deu-se no instante da fecundação biológica no ventre da mamãe. A preocupação com a boa impressão é coisa passada, já foi, já aconteceu, apenas a gente não lembra de nada disso. Aqui se está tentando aproximar alguém que já vive junto há muito tempo e não se conhece, não conversa, não se curte, não se preza, não se prestigia, quem sabe nem se ame...
Vai haver, sim, necessidade de franqueza e honestidade, não de parte do espírito, mas de parte da mente terrena, educada para levar vantagem, tirar proveito, ludibriar, driblar, buscar escapes, mentir, sair numa boa, muitas vezes até na barreira policial.
Mas, saiba você, aqui não tem padrinho, nem advogado, não adiante ligar pedindo ajuda. Aqui é preto no branco, cara a cara, tete a tete, olho no olho.
Só entre vocês dois e mais ninguém.
Na maioria dos casos essa malandragem que aprendemos nos jeitinhos brasileiros, é coisa de malandro, não se sabe inventada por quem, e todo o desacerto da vida terrena com a porção eterna tem origem aí.
Você quer, mesmo, ficar frente a frente com sua alma, conhecê-la, respeitá-la, amá-la?
Pense bem, decida convictamente e, se tiver coragem, volte aqui para ler a continuidade desta série.

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