quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Coisas antigas e atravessadas pedem revisão


27. Revendo trechos de nossa história

Quem tenha feito a leitura de “Exilados de Capela” (Edgard Armond) pode correlacionar a emigração européia e asiática para América como uma espécie de semelhante de exílio. Pode e não pode ser verdade. Os capelinos tinham uma conta a acertar, uma contribuição a dar ao planeta Terra e estavam marcados para retornar à Capela, como de fato, lá está descrito. Os emigrantes, em grande maioria, deixaram seus países para não perecer. A revolução industrial estava solapando a economia daquelas regiões e a única opção era escapar para regiões pouco habitadas com grandes extensões de terra. Italianos, alemães, poloneses, austríacos, eslavos, russos, japoneses, coreanos, chineses, etc. etc. vieram para as Américas fazer fundamentalmente agricultura e pecuária e servir-se da exuberância das árvores, animais silvestres, recursos hídricos, etc. Não voltaram para seus países de origem, exceto alguns poucos.
Como se deu a vida aqui na América e especialmente no Brasil?
Tivemos essa grande contribuição dos imigrantes. Aqui nasceram lavouras, pomares, hortas, indústrias de transformação, clubes, igrejas, escolas, pequenas cidades... O Brasil foi interiorizado. Mas esses “brasileiros” de sotaque acentuado sofreram muito para se afirmar como cidadãos abandonados que foram e ainda tiveram de enfrentar as repercussões de duas guerras envolvendo seus países natais e nascente política que colocava em lados opostos poderosos países do planeta.
O Brasil, em 1922, já com 100 anos de independência e todos nós ainda perplexos com a violência da I Grande Guerra e incomodados com os rumos da política e economia locais e a tomada do poder pelo Partido Comunista nos países liderados pela Rússia, vimos começar aqui um movimento de transição. Alguns brasileiros queriam tirar o Brasil da roça de café e do curral das vacas e colocá-lo na modernidade.
A Semana de Arte Moderna, grito nativista dos artistas e intelectuais de então, a fundação do Partido Comunista, a revolta dos tenentes com movimentos armados insurretos ditos nacionalistas, social-democratas e mesmo comunistas, em represaria ao conservadorismo que entregava a economia nacional nas mãos dos cafeicultores e dos estancieiros criadores de gado. Tempos agitados.
Isso viria desembocar num golpe de estado que colocaria Getúlio Vargas no poder por longos 15 anos. Mas que daria a largada para a industrialização nacional, para o rádio, a tevê e novos incrementos “nacionalistas” de modernidade. Este foi o tempo em que algumas figuras de proa da cultura nacional foram reveladas aqui e lá fora: Carlos Drummond, Graciliano Ramos, Portinari, Darci Ribeiro, Irmãos Vilas Boas, Guimarães Rosa, Carmen Miranda; surgiram centros culturais com inspiração nativista; houve a defesa do samba como ritmo símbolo da brasilidade. Houve outras iniciativas, que são muitas, como o nascimento do cinema nacional e os seus temas de impacto.
O estrangeirismo sempre abriu espaços através da cultura e muito das lutas nacionais era anteparo às invasões através do cinema, da música, da literatura, das artes em geral, rádio e tevê, além da economia. E o nativismo (entenda como sentimento nacionalista de quem nasceu aqui) sempre precisou de poetas, cantores, músicos, escritores, cineastas, líderes populares, para dar o recado “esta terra tem dono”, com outro significado, oposto, ao que faziam e fazem os latifundiários quando querem afastar os sem-terras. Mas, no passado, eles próprios invadiram terras indígenas sem nenhuma cerimônia.
Quero que você, leitor, não tome estas palavras como uma defesa dos sem-terra e sim como defesa do direito líquido e certo de propriedade dos meios de produção, o que inclui a não derrubada de árvores por exploradores da Amazônia ou a poluição de mares, rios e lagoas por empresários “bem intencionados” para com o “progresso”.
Este embate conquistador de espaços (legal e ilegalmente) persegue a história do homem desde quando ele se lançou atrás da primeira caça a abateu (conquistou-a) e foi servi-la como alimento de seu filho. Nunca mais paramos.
Em 1945, quando acabou a II Grande Guerra, o Brasil já estava refém de grandes indústrias estrangeiras e ficou ainda mais quando os Estados Unidos receberam a Américas como partilha de guerra. Frigoríficos como Swift, Armour, Anglo, moinhos e depois fábricas de óleos vegetais como a Samrig, empresas de energia elétrica, telefones e petróleo como a Light, ITT, Esso, Shel, Texaco, etc. exploravam livremente o mercado nacional e tiveram de modificar seu comportamento por conta da política de Vargas e Brizola.
Mas, os nacionalistas de Vargas, Brizola, Darci Ribeiro e outros, inclusive os românticos comunistas, não estavam à altura das transformações que pregavam, como Lula também não estava algum tempo depois.
Os exageros da esquerda despreparada levaram os militares ao poder, também com um discurso nacionalista, pífio.
Sob o “fogo cruzado” da guerra fria sofremos os embates do capitalismo versus comunismo e desembocamos no movimento “diretas-já”, porém devendo a alma para o capital internacional. Andamos de lado. Nem éramos capitalismo puro porque o Estado era e é um grande empreendedor e nem éramos comunismo puro porque a economia em boa parte é livre. Nem as privatizações do governo FHC conseguiram levar o Brasil a uma economia de mercado, de fato.
Como o dualismo vem marcando nossa história, não conseguimos ser um país capitalista e também não um país de esquerda, apesar dos governos eleitos do PT, um partido que se assume comunista, mas governa com a mão direita. Somos, na verdade, cópia. Cópia de uma esquerda que não atua, cópia de um capitalismo que não é real.
Tentamos ser originais em 1822, damos umas escaramuças em 1922, um pulinho em 1930, passamos por sopros de cá e de lá, mas somos cópais mal feitas ora de Cuba, ora da Inglaterra, ora dos Estados Unidos e... nada. Nada de independência real.
Em 1860 a Inglaterra determinou e nós fomos ao Paraguai mandar chumbo nos paraguaios que, de nação líder da América do Sul foi transformado nisso que você conhece.
Em 1940 os Estados Unidos determinaram e nós fomos mandar chumbo nos italianos, obrigando os netos de imigrantes atirar contra seus próprios primos.
Em 1950 os Estados determinaram e nós arrancamos os trilhos das ferrovias para incrementar a construção de rodovias destinadas a receber os caminhões deles. Vai chegar o dia em que os caminhões pararão por excesso de tráfego e o trem não andará por que não há trilhos.
Em 1996 a Inglaterra determinou e nós saímos a privatizar, isto é, a leiloar pelo método “quem dá menos” as nossas melhores estatais.
Você está satisfeito? Então não faça nada.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Sempre haverá uma pergunta:


26. É realmente o fim (?!)

Você sabe, leitor, tem gente escrevendo e falando de tudo um pouco, mas nós bagrinhos da sociedade dita classe média nada sabemos sobre a crise do Oriente Médio, nem da crise do Euro e muito pouco da crise dos Estados Unidos. A verdade profunda está sendo negada da humandade. Acompanhe os raciocínios.
No século XIX, o escritor Georg Wilhelm Friedrich Hegel criou a Teoria do Fim da História acenando para o lindo momento em que tudo estivesse resolvido entre os povos. No último quarto do século XX o tema foi retomado no contexto da crise da historiografia e das Ciências Sociais no geral.
Essa teoria sustenta, como o nome sugere, o fim dos processos históricos caracterizados como processos de mudança. Para Hegel isso iria acontecer no momento em que a humanjidade atingisse o equilíbrio, representado, de acordo com ele, pela ascensão do liberalismo e da igualdade jurídica, mas com prazo indeterminado para ocorrer.
Há vários anos essa teoria já adquire caráter de situação ocorrida pois, de acordo com os seus pensadores, a História terminou no episódio da Queda do Muro de Berlim. Naquele momento, os antagonismos teriam terminado pelo fato de, a partir de então, haver apenas uma única potência – os Estados Unidos - e, consequentemente, uma total estabilidade.
Apesar do sobrenome japonês, Francis Fukuyama, é um norte-americano e desenvolveu uma linha de abordagem da História, desde Platão até Nietzshe, passando por Kant e pelo próprio Hegel, a fim de revigorar a teoria de que o capitalismo e a democracia burguesa constituem o coroamento da história da humanidade. Na sua ótica, após a destruição do fascismo (Hitler-Mussolini) e do socialismo (URSS), a humanidade, à época, teria atingido o ponto culminante de sua evolução com o triunfo da democracia liberal ocidental sobre todos os demais sistemas e ideologias concorrentes. Em oposição à proposta capitalista liberal, restavam apenas os vestígios de nacionalismos (sem possibilidade de significarem um projeto para a humanidade) e o fundamentalismo islâmico (restrito ao Oriente e a países periféricos). Desse modo, diante da derrocada do socialismo, o autor concluiu que a democracia liberal ocidental firmou-se como a solução final do governo humano, significando, nesse sentido, o "fim da história" da humanidade.
Papo furado. Ele não sabia que o capitalsimo também estava agonizando. Olhai para os Estados Unidos e para a Zona do Euro. E tentai ver o que se passa no Oriente Médio e Norte da África.
As Revoluções tunisiana e egípcia. A primavera árabe. O calote grego. A cada vez mais provável quebra da Zona do Euro. A segunda onda da crise financeira global. O retorno vingativo da crítica sistêmica ao capitalismo. O ressoante chamado no mundo todo por democracia real. As manifestações dramáticas contra austeridade, desigualdade e neoliberalismo na Espanha, Grécia, Chile e Israel. As revoltas em Atenas, Londres e Roma. A ocupação de Wall Street e a difusão do movimento pelos EUA. Os protestos massivos de milhões de pessoas em 1000 cidades e em 80 países no dia 15 de 0utubro de 2011. Até a morte de Muammar Kaddafi é sintoma.
Tudo isso aponta para a direção de uma simples, mas inequívoca verdade: 2011 marca o Fim do Fim da História. Os caras não sabiam de nada ou estavam jogando cortinas de fumaça para evitar que o povão visse a realidade que estava por trás.
Além do horizonte monótono da democracia liberal e do capitalismo global, os eventos de 2011 não só abriram todo um novo capítulo no desenrolar da saga da humanidade, como colocaram os alicerces para um desfile sem fim dos capítulos a seguir. O que está sendo destruído não é tanto o sistema capitalista democrático como tal, mas a crença utópica que o sistema é o único modo de organizar a vida social na busca eterna por liberdade, igualdade e felicidade.
Há quase 20 anos atrás, seguindo o colapso total da União Soviética e o descrédito final do estado comunista, aquele mesmo cientista político, americano, Francis Fukuyama, como vimos no início deste capítulo, conjeturou não só o fim da Guerra Fria, ou o passar de um período particular de história de pós-guerra, mas o fim da história como tal: quer dizer, o ponto final da evolução ideológica da raça humana e a universalização da democracia liberal ocidental como a forma final de governança humana. Antigamente uma previsão assim demandava 100 anos ou mais. Esta durou duas décadas. A tese de Fukuyama demonstra estar mais abalada do que nunca.
Isso para não repetir o clichê esquerdista de que o neoliberalismo está morto – como Slavoj Žižek assinalou, a ideologia já teve duas mortes, primeiro como tragédia, seguindo os ataques terroristas de 11/09, e depois como farsa, seguindo o colapso financeiro global de 2008 – mas para assinalar que o neoliberalismo como tal finalmente revelou o que sempre foi: uma ideologia zumbi mascarada com face de humanidade, assim como o famoso polvo vampiro de Matt Taibbi, “incansavelmente enfiando seu funil sanguinário em qualquer coisa que cheire parecido com dinheiro”.
Infelizmente, com raras exceções, só andamos pra frente onde cheire dinheiro. Só lidera este mundo velho e cansado aquele que tiver mais grana. Que pobreza!
Até Deus anda cansado conosco.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Não podemos fazer parte disso


25. Os últimos a sair

A metáfora do fim de festa parece bem adequada para raciocinar sobre os tempos atuais vividos por muita gente. Você, leitor, certamente já viveu a experiência do fim de festa, do fim de baile, quando alta madrugada geralmente sobra uma escória que bebeu muito, dançou muito, cansou muito, com aquela sensação de que não aproveitou tudo, de que não se realizou e então exagera em palavras, atos, comportamento inadequado, cenas de provocações, depredações, violência até, sem falar naqueles que andam à espreita de vítimas, presas fáceis, para se aproveitar, roubar, tirar proveito...
Os tempos atuais se encaminham para um “fim de festa” deste tempo. Os insatisfeitos, deslocados, desajustados, ignorantes, abusados, infelizes, sem esperança, vão acentuando suas participações, provocando, jogando lixo no ventilador, escandalizando mesmo.
Aqueles outros, como eu e você, talvez, e provavelmente, precavidos, sensatos, amadurecidos, teremos nos afastado desses locais para evitar a contaminação, o perigo da “maria vai com as outras” e também porque, certamente, essa não é a nossa praia e nem a nossa turma.
Para o bom observador, com alguma capacidade de análise, verá, por exemplo, o que ocorre com a música, e o Brasil é o melhor exemplo disso. Quantos gêneros musicais estão rolando nas rádios tevês, gravações. shows e baladas? Talvez os melhores especialistas tenham dificuldade para enumerar. E precisa? Você sabe que não e também sabe que alguns gêneros musicais de alto consumo, não se trata de música.
Os argumentos servem apenas para que você, leitor, comece a centrar o foco e descubrir que a dispersão é o sintoma do caos. Quando nos despersamos, discordamos, divergimos, separamos, excluímos, o caos está batendo à porta.
Mas, não pense que o argumento aqui está colado a alguma reação, coisa de reacionário, entende? Nada a condenar, apenas a analisar.
Já que o Brasil está tomado como exemplo, coloca mais um, o das igrejas. Você sabe quantas igrejas estão operando na sua cidade? É outro sinal.
Nada contra isso também. Isto aqui é um dado para análise. Deu-se assim com os partidos políticos, que já foram três ou quatro e hoje são 32.
Este aspecto da dispersão é a repetição do Big Bang em pequena escala. Explode primeiro, separa primeiro, para depois juntar, implodir.
São os ciclos, tais como o verão e o inverno, a Lua Cheia e a Nova.
O coração humano faz este exercício umas 80 vezes por minuto. E quando ele parar de fazê-lo, o corpo estará morrendo.
No caso da música, dos partidos políticos e das igrejas, para ficar só nestes três exemplos, estamos dentro da tendência: dividir e mediocrizar. Parece que a palavra “medíocre” chega a ser um tanto elogiosa. A coisa é bem pior.
Os últimos a sair de uma festa sempre são os embriagados, drogados, alucinados, destemperados, deslumbrados e, tirando os serviçais, são, mesmo, os piores do baile, os perigosos, os periclitantes, os que precisam de ajuda.
Continuando no Brasil, tomado como cenário para exemplicar: estamos passando por este período. As músicas não têm conteúdo e são muitas e de péssima qualidade; os partidos são muitos e seus integrantes não estão ali para ajudar a Nação; as igrejas se valem da tonteira religiosa para tirar provieto: são endereços comerciais onde se vendem passagens para o céu. Sò que a viagem não será para lá. Para onde será, nem eles sabem.
Espero que nós estejamos sabendo para onde queremos ir, isto é, que esta pergunta em nenhum momento saia de foco: “O que é, mesmo, que eu quero ser quando reencarnar?”

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Uma visão ampliada

24. Trato é trato, acordo é acordo, jogo é jogo

Há uma grande arena, universal

Nela, somos chamados a atuar. Seria o jogo da vida? Sim, a resposta mais adequada é:
este é o jogo da vida. Jogo que tem regras muito bem definidas e dentro das quais os nossos talentos devem ser revelados ou desvelados. É nesse campo que nos formaremos como seres humanos.
Ao jogar, iremos nos encontrar com jogadores medíocres, incapazes, sem ânimo, aqueles que já entram na arena derrotados e sempre terão as maiores dificuldades de acreditar nas suas próprias forças, por isso entregam o resultado a ser obtido não ao seu próprio esforço e capacidade, talento e criatividade, mas a alguma força externa. No seu pensar, o seu sucesso virá de fora.
Iremos olhar para esse jogador como um coitado, um zero à esquerda, sem fibra, sem gana, sem garra, sem paixão, sem sonho...
Opa, e se esse for o nosso perfil de jogador?
(pausa para uma auto-análise)
Enquanto jogamos, iremos encontrar aquele jogador que faz muita questão do resultado escuso, do gol de mão, do pênalti que não existiu, da conquista usurpada, do atalho que encurta a estrada, do prêmio extra, da conquista arranjada, da cola, da fraude, do jeitinho.
Iremos olhar também para este parceiro do jogo com piedade, com dó, com pena, desejosos de ajudá-lo a trazer seus desejos e ânsias para o campo da verdade, para a luz da razão, para a clareza das regras?
Agora, neste momento, parece ser esta a nossa reação.
Mas, cabe-nos, também, a elevada missão de analisar se este é ou não o nosso perfil de jogador. E se for?
(pausa para a auto-análise)
Há um terceiro perfil de jogador com o qual fatalmente iremos também encontrar: é aquele que se mata jogando; joga na sua posição, joga na posição dos outros, quer carregar o fardo do próximo, extenua-se, vive cansado de tanto jogar e não pára de reclamar que os outros deixam a desejar, por isso a sua grande batalha, a sua grande luta. São jogadores que viverão em estado de esgotamento e jamais obterão nem os seus próprios resultados e nem permitirão que os demais façam o seu jogo e sintam-se responsáveis por seus próprios resultados.
Este perfil de jogador é encontrado muito em sala de aula, assoprando "respostas certas" aos colegas em dias de provas, ou então "passando a mão na cabecinha" de filhos ou subordinados que cometem besteiras e não são corrigidos.
O que pensar desse jogador?
Parado lá! E se esse for o nosso caso?
(pausa para a auto-análise)
Há outros perfis, como, por exemplo, o daquele jogador que só joga bem quando o jogo é televisado, quando os holofotes são ligados sobre a sua própria "estrela". Há o jogador medroso, que entra em campo tremendo de medo, sem confiança, sem auto-estima. Há o bronqueiro que, logo iniciado o jogo, já começa a xingar. Xinga os colegas, xinga o árbitro, reclama do campo, do sol, da chuva, do calor, do frio, da torcida...
Tem aquele que gostaria de levar consigo a arrecadação das bilheterias.
Enfim, nesta imensa arena universal, iremos encontrar jogadores de muitos perfis.
Não é difícil imaginar que todos terão de lapidar-se para alcançar o mais elevado nível profissional.
Esses são instantes ou são casos em que um olho "
que se vê a si mesmo" precisa ser aberto e acionado - em cada um de nós -, de forma isenta e elevada para ver o que é preciso ser visto. Esse olho poderoso tem o nome de consciência. Quando ele faz o seu trabalho, nós adquirimos consciência de nós mesmos e somos o juiz de nós mesmos, o mentor de nós mesmos, o timoneiro da nossa navegação, o piloto da nossa nave.
Não há outro modo de obter a dignidade de cumprir o trato, de dar cabo ao acordo, de jogar corretamente o jogo se não for assim. Trato é trato, acordo é acordo, jogo e jogo. Ninguém passará por aqui - aqui é a vida - sem levar dela os resultados que produzir. Sem levar dela as colheitas das sementes que plantar. Ninguém passará por debaixo da cerca, sem experimentar sua própria senha na porta oficial. Não vale gol de mão. As multas jamais serão zeradas. Terão de ser pagas uma a uma.
Em compensação, os louros, os troféus, as conquistas, jamais serão desviados daqueles que tiverem o mérito de obtê-los.
Se não for assim, o jogador incompleto, deficiente, improdutivo, desleal, exagerado, sempre estará sendo advertido com "cartão amarelo", que poderá chegar a "cartão vermelho" e pode, mesmo, deixar de ser escalado na equipe titular.
Cabe, pois, para encerrar a reflexão deste momento, a cada jogador do jogo da vida, descobrir sua posição no jogo, jogá-lo com lealdade e afinco, esforçando-se ao máximo para que o seu quinhão seja completado com eficácia. A torcida desses jogos todos sempre saberá olhar para a arena com olhares de sabedoria e
sempre saberá quem jogou o jogo, quem cumpriu o trato, quem deu cabo do acordo.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Levando um puxão de orelha


23. Chutando os calcanhares

O artigo passado, de número 19, parece ter sido um tanto contundente e assustador. Quando se lê ingenuamente chega a dar um nó na garganta, “Estamos perdidos”, pode ser uma espécie de raciocínio.
Para ser franco, do jeito que as coisas estão, o caminhar da carruagem leva exatamente para lá.
Mas, acredite, querido leitor, tem muita gente que, ao tropeçar, faz o tropeço um passo de dança.
Quantas pessoas você conhece que para se emendar tem de levar um chapuletada?
Quantas pessoas você conhece que para dar valor algo é preciso, antes, perde-la?
Já existem estudos bem adiantados sobre Sistemas que falam das correlações entre os membros de um sistema e do perfeito entendimento de que se os membros de um sistema não curam entre si, o sistema morrerá.
Um exemplo bem chão disso que se escreveu, é a família. Família é Sistema.
Sistema é um conjunto de elementos inter-relacionados. Assim, um sistema é uma entidade composta de pelo menos dois elementos e uma relação estabelecida entre cada elemento e pelo menos um dos demais elementos do conjunto. Cada um dos elementos de um sistema é ligado a todos os outros elementos, direta ou indiretamente e a saúde de um ou mais elementos acaba por influenciar a saúde de todos os demais. Quem esteja acompanhando a crise econômica mundial e mais ainda a da região do Euro, entnde perfeitamente como isso funciona. Quem compreende o que seja um açude onde convivam peixes de todas as espécies e tamanhos entenderá que houver uma contaminação, de veneno, por exemplo, todos os peixes serão afetados. E não só. As aves e demais animais não aquáticos, inclusive o homem, serão afetados.
A Terra é um sistema. O Sistema Solar é um sistema. O corpo humano é um sistema. Cada pedacinho de qalquer sistema interfere na vida de todo o sistema. O fígado não funcionando corretamente, ou qualquer outro órgão do corpo, interferirá diretamente no funcionamento do todo.
Agora você já pode entender o quanto nós estamos perdedo sempre que olhamos para uma família em desestruturação e viramos as costas achando que não é problema nosso. Sempre uma população aumenta em nossa cidade e começa a ocupar os contornos, morros e mangues, nós viramos a costas para o fenômeno e entendemos ser problema da Prefeitura, da Câmara de Vereadores, e não nosso, estamos permitindo que a vida de nossa cidade e, por extensão, a nossa vida, entre em colapso.
Com o planeta é a mesma coisa.
Hoje a ciência deixou de ser reducionista, isto é, parou com a tendência de estudar as partes para entender o todo. Fez isso durante muitas décadas. Tome-se como exemplo a Biologia, a Medicina. Quando a ciência chegou na célula – que não é menor parte do corpo – descobriu que a célula é um sistema dentro de outros sistemas e que o corpo é outro sistema dentro de outros sistemas, assim como o Sistema Solar é um sistema dentro de outros sistemas. Onde isso temina? Talvez não termine, mas dá para ir imaginando que a solução do problema esteja na Unificação. Quando os sistemas, todos, estiverem sintonizados no todo de tudo talvez a vida esteja curada para sempre. Enquanto isso aconteça, os calcanhares dos homens continuarão sendo chutados.
Por que os calcanhares dos homens?
Ora, somos os mais inteligentes de todos os viventes biológicos do planeta e somos o mais quebradores de regras. Logo, os mais perseguidos para para a busca da perfeição. Somos, possivlmente, o anjo caído, que se rebelou e está está sendo desafiado a reaquirir dignidade penra te a vida para apresentar-se diante dela como merecedor de dela fazer parte.
Se você quiser estudar um pouco mais a fundo a Teoria dos Sistemas, saiba que a teoria de sistemas estuda, de modo interdisciplinar, a organização abstrata de fenômenos, independente de sua formação e configuração presente. Investiga todos os princípios comuns a todas as entidades e modelos que podem ser utilizados para a sua descrição.
A teoria de sistemas, cujos primeiros enunciados datam de 1925, foi proposta em 1937 pelo biólogo Ludwig von Bertalanffy, tendo alcançado o seu auge de divulgação na década de 50. Em 1956 Ross Ashby introduziu o conceito na ciência cibernética. A pesquisa de Von Bertalanffy foi baseada numa visão diferente do reducionismo científico até então aplicada pela ciência convencional. Dizem alguns que foi uma reação contra o reducionismo e uma tentativa para criar a unificação científica.
Como conceito, a Teoria se define:
1.O Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função.
2. Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção.
3. Sistema é um conjunto de partes coordenadas, formando um todo complexo ou unitário.
Fritjof Capra trabalha muito bem a Teoria de Sistemas em seu livro “A Teia da Vida”. Ed. Cultrix, 1997.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Algo para pensar com carinho



22.Expiações e provas (necessárias)

A propósito da crônica anterior, de nº 21, o raciocínio mais superficial que se faz é, por um lado, lamentar quando acontecem as tragédias naturais ou provocadas, o que bem demonstra nossa índole humanitária, hoje.
Quem sabe num longínquo passado tenhamos tido o prazer de atear fogo nos casebres de nossos adversários sem perguntar se ali dentro havia inocentes...
As tribos adversárias mandavam seus guerreiros invadir a taba desafeta e atear fogo nos casebres. De que lado nós estávamos, resta perguntar.
Quem quiser andar pra frente não pode furtar-se desta conversa. Conversa não para encher lingüiça e passar o tempo, mas para servir de baliza do passado.
Aqueles radicalmente cheios de razão não fazem concessões nem curvas. Andam em retas.  Uma reta é sempre traçada a partir de três balizas: a de ré (que assinala o ponto do passado, de onde viemos); a daqui (que assinala onde estamos no presente); e a da frente, que assinala para onde queremos ir.
Então se descobre que evoluir é também fazer curvas, copiar a sabedoria das águas, que sempre sabem para onde vão, fazendo curvas e concessões...
Evoluir é abandonar velhos hábitos, antigas atitudes, matar o homem velho em favor do nascimento do homem novo.
Se não, não há avanço.
Vamos retroceder alguns séculos e nos transportar para o Coliseu, em Roma. Observe que os legisladores e o imperador e seus asseclas ao determinarem e ao executarem a soltura das feras contra indefesas vítimas desarmadas, mulheres, idosos e crianças, há que considerar que entraram para a lista kármica, sem distinção. Aquelas centenas ou milhares que, das arquibancadas e galerias, aplaudiam o leão e se deliciavam com o sangue derramado e a derrota daqueles que consideravam desafetos, também entraram para a lista kármica, já podem ter sido chamados a derramar sangue para experimentar a recíproca ou quem sabe ainda estejam no período de acerto.
Evoluímos um pouquinho. Hoje vamos aos estádios e vibramos com a derrota do time adversário. E algumas vezes quebramos a cara do torcedor adversário nojento que nos desafia ali mesmo na arquibancada ou antes ou depois na entrada ou saída da versão moderna do coliseu.
Há que botar em dia o karma, ah se há!!!.
E as guerras das quais participamos e durante as quais acionamos armas contra alguém de outra farda ou bandeira e pintamos de heróis, como fica isso, cabe perguntar.
E há que perguntar também sobre as barbaridades perpetradas contra escravos e índios.
Como imigrantes europeus, que somos, em grande maioria, é quase certo, também, que estivemos no Coliseu, nas guerras e mais tarde, já na América, promovendo atrocidades contra escravos e índios.
Nascer pobre, quase mendigo, ser expulso do desenvolvimento, ter de morar no morro, na favela, na palafita, passar por “catástrofes calculadas”, sentir o “mundo acabar”, não ter para onde ir, aprender a linguagem da solidariedade, da caridade, da justiça com misericórdia, pode ser uma experiência karmática.
De outro modo, gostaria de enfocar o pouco caso com que as Leis Naturais ou Divinas são encaradas pelos membros das gangues de poder e do tráfico, acostumadas a eliminar os concorrentes para retirá-los do caminho ou submeter seus eleitores a duras provas por desleixo administrativo. Não se pode imaginar que ignorem as leis divinas e nem que imaginem poder manipulá-las. Muito menos se pode imaginar que se julguem isentos de serem chamados a responder por seus atos.
Pensemos nisso tudo, até depois...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Somos também responsáveis por isso...



21. Catástrofes e “catástrofes”

A palavra catástrofe tornou-se popular no Brasil a partir de 1960 quando inverteram-se as estatísticas habitacionais, não só aqui, como em muitos países alcançados pela industrialização tardia. Até aquele ano, aproximadamente, tínhamos 70% dos brasileiros morando nas zonas rurais e aceleradamente nos 30 anos subseqüentes as cidades incharam recebendo mais que o dobro dos habitantes que tinham, graças ao êxodo rural. A mecanização dos campos e a industrialização urbana chamaram mais da metade dos habitantes rurais para as cidades deste continente mas, em grande número, eram pessoas pobres, antigos trabalhadores rurais sem terra, peões agrários, pequenos posseiros e proprietários que, inviabilizados nos campos, procuraram trabalho e moradia nas cidades. Como não tinham profissões urbanas, tiveram de aceitar o que havia: serventes de pedreiros, varredores de ruas, trabalhadores braçais, empregados domésticos, mendigos, todos com baixa remuneração.
Por conseqüência da baixa renda acabaram por se localizar nos lugares onde os terrenos eram mais baratos: encostas e mangues. Onde antes havia vegetação, os casebres foram substituindo as árvores e desenhando o futuro das cidades. As favelas e palafitas renderam aos políticos demagogos e aos aproveitadores do trabalho barato, excelentes resultados.
Uma coisa é o excesso de chuvas, que realmente também acontece em virtude de fenômenos climáticos a serem abordados também, aqui. Outra coisa é olhar para as encostas peladas de árvores e para os mangues invadidos, povoados de casebres deslizando morro abaixo ou sendo inundados.
Uma terceira coisa é erguer as mãos para os céus e pedir clemência aos deuses por causa das tragédias calculadas, denominadas de “catástrofes”, isto mesmo, entre aspas. Melhor seria chamá-las de RESULTADO PREMEDITADO.
As cidades não estavam e não estão preparadas para receber tanta gente em tão curto espaço de tempo. Na quase totalidade das cidades, as ruas  foram projetadas há 100, 200 ou mais anos aonde só passavam charretes, carroças e cavalos, nem mesmo calçadas para pedestres possuem, pois as pessoas realmente quase não saiam de casa. Eram os escravos que trabalhavam.
Veio a urbanização e a necessidade de transporte entre bairros, passando por onde? Pelas estreitas ruelas, um transporte deficiente, lento, caro, ineficaz, tendo na contramão a indústria do automóvel e o sonho de consumo de todos. Outro passo gigante: as ruas se encheram de carros e o colapso também foi um RESULTADO PREMEDITADO.
Mas isso não aliviou a pressão por moradia nas encostas e mangues e a vida foi se deteriorando continuamente. E continuará assim enquanto a sociedade que lê e raciocina não se mexer.
As cidades geralmente construídas em vales ou litorais passaram a receber a água dos morros a descer em alta velocidade, levando por diante o que houvesse no seu caminho e inundando as ruas existentes nas partes baixas.
Coisa estranha: faz 200 anos que existe aquela rua e nunca ficou inundada!!!
Claro, o morro próximo estava arborizado, as ruas eram de paralelepípedo e agora o morro não tem árvores e as ruas são asfaltadas. A gota d’água que demorava quatro horas para descer do morro, agora desce em 15 minutos.
Chove mais? Chove. Com a supressão das árvores em grandes extensões de terra o aquecimento se tornou inevitável (árvores são os ar condicionado do planeta) e a evaporação maior é a conseqüência.
Engraçado, não? A meteorologia não dá isso como fator decisivo para o aumento e concentração das chuvas. Mais água evaporando, mais água descendo dos ares. Óbvio, não?
Sem desmerecer o trabalho da meteorologia, parece lógico de se esperar mais chuvas independentemente de outros fatores que, de fato, existem.
Os deslizamentos de encostas e inundações de baixios (mangues) levam consigo casas, coisas e vidas.
E o dinheiro da educação, da saúde, da segurança e do transporte (entre outros) vai para o socorro às vítimas, que serão vítimas novamente na próxima “catástrofe”.
Mas, não é só.
A meteorologia fala dos efeitos El Niño e La Niña, apontando as águas do Pacífico (mais quentes ou mais frias) como responsáveis pela evaporação (chuva) e a falta de evaporação (seca) na América do Sul pois, como dizem, o vapor se eleva, é empurrado para Leste pelos ventos em altas camadas e vem encontrar as frentes frias que se desprendem do Pólo Sul e vira chuva abundante aqui. Mas, é complicado depender das evaporações ou das ausências delas no Pacífico para ter não ter chuva no Brasil, a 3 mil quilômetros de distância.
Não parece contraditório?
Contraditório ou não, são as anunciadas (pela meteorologia) Convergências do Oceano que fazem chover muito ou suspender as chuvas por aqui e por ali.
Mas, não é só.
Fatos novos ou fenômenos novos podem estar relacionados com a entrada do Sistema Solar numa nova zona vibratória da galáxia.
Os comentários são de que o magnetismo da Terra sofrerá alterações, podendo, mesmo, inverter-se o pólo norte negativo, hoje localizado sobre o Oceano Glacial Ártico, passando para algum ponto do Pólo Sul.
Noticia-se o lento deslocamento do centro magnético negativo, que por muitos séculos estava estacionado e ultimamente está avançando em direção à Rússia a quase 64 quilômetros por ano devido a mudanças magnéticas no núcleo do planeta, afirma uma nova pesquisa. O núcleo é profundo demais para que os cientistas detectem diretamente seu campo magnético. Mas os pesquisadores podem inferir os movimentos do campo acompanhando como o campo magnético terrestre muda na superfície e no espaço.
Tudo isso e mais o que não se sabe, pode estar influenciando vulcões, ventanias, chuvas, terremotos, tsunamis...
Dados oficiais revelados:
  • Os 11 dos 12 últimos anos foram os mais quentes da história;
  • Por falta de florestas, os oceanos absorvem 80% do calor excedente gerado nos últimos anos, ajudando a aumentar (por degelo) o nível do mar;
  • As montanhas glaciais e geleiras vêm derretendo em ritmo recorde;
  • O nível do mar subiu 10,8 mm entre 1961 e 2003; entretanto, entre 1993 e 2003, a média de alta no nível do mar foi de 3,1 mm por ano;
  • A temperatura na região ártica dobrou nos últimos 100 anos;
  • Desde 1978, a cada década quase 3% da camada de gelo do Pólo Norte derreteu, contribuindo para aumentar o nível do mar;
  • O nível das chuvas cresceu de forma alarmante nas América do Norte e do Sul, no norte da Europa e no norte e no centro da Ásia;
  • As secas aumentaram no Sahel, Mediterrâneo, sul da África e partes do sul da Ásia e já começam a afetar o Sul do Brasil;
  • A água do mar no hemisfério norte tem ficado mais fria; no hemisfério sul, o grau de salinidade aumentou;
  • Aumentou o número de dias quentes e diminuiu a quantidade de nevascas e dias de baixa temperatura;
  • Desde 1970, aumentou a incidência de tufões e furacões no Atlântico Norte.
O QUE PODE SER ESPERADO:
  • A Temperatura deve aumentar entre 1,8º C e 4º C ao longo dos próximos anos;
  • Em 2020, o nível do mar estará cerca de 59 cm mais alto;
  • As chuvas devem aumentar em cerca de 20% nas maiores latitudes;
  • A Corrente do Golfo, do oceano Atlântico, diminuirá em cerca de 25% durante o século, mas não impedirá aumento de temperatura.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Uma dificuldade momentânea

Uma deformação da configuração do sistema impede que novas postagens sejam veiculadas. Assim que for superada voltaremos a postar.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Quem vai entrar para esta lista?

20. Os desalojados da natureza

A vida moderna (e já apontada como pós moderna), impôs às pessoas uma brutal modificação nos hábitos, nos sentimentos, na alimentação, na vida familiar, nos transportes, no trabalho, nas diversões, na vida religiosa...
No dia-a-dia, enfrentamos diversos problemas desencadeados por pressões sociais, culturais, econômicas e financeiras, tanto na rua, no emprego, como na família.
Uma vez, os casais iam aos bailes para dançar abraçados e para segredar frases de carícia ao pé do ouvido, sentindo um do outro as vibrações energéticas e o afeto corporal. Hoje o volume do som os impede de se falarem e a distância entre os corpos não permite; a dança é um show ritmado. As almas pedem socorro, mas o remédio é apenas corporal.
No trânsito, cada um em seu carro, em silêncio, ouvindo, quem sabe as notícias policiais do dia ou um som nem sempre adequado para relaxar.
Na vida religiosa, em desuso, o representante de Deus fala do que é certo e errado citando exemplos de 2, 3 mil anos passados...
Em família, raramente sentam-se todos no mesmo ambiente para falar ou fazer refeições ou orar. Cada um em sua quarto, em seu televisor, em seu PC, note book, ou tablet...
A vida moderna e já identificada como pós-moderna, faz de muita gente, maioria talvez, verdadeiros autômatos, coisa que o ser humano não é e não será.
Estamos sempre "correndo atrás do trem da vida" e com medo de ficarmos para trás, pois o mundo competitivo nos obriga a sermos os melhores: melhor funcionário, melhor namorado, melhor cônjuge, melhor pai, melhor mãe, melhor filho, melhor aluno... Nossa busca se generaliza para diversas áreas e acabamos nos esquecendo de coisas simples, como arranjar tempo para nós mesmos.
Essas pressões acabam produzindo conflitos pessoais, emocionais e espirituais que se exteriorizam como dificuldades em mantermos saúde plena, física e mental.
Então, percebemos a necessidade do retorno ao equilíbrio pessoal, da paz e da saúde para a nossa e para a vida daqueles com quem convivemos e amamos. Entretanto, também percebemos que as pessoas que conosco vivem e em quem buscamos apoio se encontram com problemas semelhantes aos nossos, necessitando também de auxílio.  Nestes momentos de dificuldades, podemos melhorar nosso entendimento, clareando nossos pensamentos e aliviando nossos sentimentos através de uma conversa amiga.
Mas, quem está disposto a ouvir com o coração e entender com a alma?
Essa preciosidade, uma vez, ainda estava na moda: o melhor amigo, a melhor amiga. Até um diário, muita gente rabiscava. Mas, além de cair de moda, essas figuras emblemáticas de nossas vidas, cambiaram de interesse. O diário foi parar nas páginas de relacionamento da Internet. Os nossos amigos, “amigos pero nó mucho”, se achegam para esvaziar seu saco a procura de um saco que acolha as suas lamúrias. Falam, falam, falam e não querem ouvir. Despejam suas angústias, como se fosse o vaso que recebe os dejetos e nem puxam a descarga e se vão apressadamente.
Muito provavelmente essa é a causa do imenso sucesso dos milhões de animais convivendo com pessoas, comendo com elas à mesa, dormindo com elas à cama, andando com elas nos carros e fazendo até coisas que seriam exclusivas entre humanos... O animal ouve e não fala. Dá afeto e não exige compromisso. Quando se entrega, se entrega totalmente. Faz tantas coisas mais que os humanos complicam quando querem fazer...
Onde chegamos, hein? Somos trocados por um cachorro, por um gato, por um passarinho. Regredimos? Sim. Isso não é evolução, porque o andar de cima do gênero humano é algo parecido com o que os anjos são capazes. Certamente não é o andar de baixo, que pertence aos animais.
Nada contra aqueles que buscam conforto emocional, companhia, afeto e outras coisas mais entre os animais. Pelo menos essas pessoas estão se dando a oportunidade de uma via alternativa de vida nesta estrada pedregosa por onde marchamos ansiosos e cansados.
Uma prática que tem tido um sucesso enorme em algumas casas de caridade é o Ouvido Fraterno. Pessoas que se oferecem para ouvir. Ouvem com acurada atenção. Nada sugerem, confirmam ou perguntam e descobrem, os dois envolvidos no diálogo, que o desabafo é uma grande sessão terapêutica sem a intervenção do psicólogo, pois o paciente sabe tudo quanto lhe é útil e saudável, mas o turbilhão emocional o impede de raciocinar.
O pior é que, uma maioria, sem poder desabafar em harmonia, acaba desabafando em crise: no casamento, no trânsito, na fila, na balada, onde mais? Conseqüências: casamentos arrombados, brigas, socos, agressões, tiros, tribunal, cadeia, cemitério, hospital... Mais solidão, mais desagregação, mais separação, mais alcoolismo, mais drogas, mais suicídios...
Em nosso próximo artigo iremos explorar a hipótese de reversão dessa tendência à luz da Era de Aquário ou sem ela.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Vamos precisar aprender...

19. Algumas leis naturais

 

Duas leis superiores aparecem nestes tempos em que mais e mais pessoas fazem grandes contribuições para a evolução humana e alguns pequenos grupos insistem em praticar o “fora do tom”, desafinar, quebrar a harmonia, provocar desequilíbrio, contribuir para a separação e para a exclusão.
É muito importante entender como funcionam as leis do Karma e do Dharma para que possamos saber o que fazer para conduzir nossas vidas em harmonia com as forças superiores.
Algumas filosofias falam de Lei de Causa e Efeito. Outras falam de Ressonância Harmônica. A palavra “harmônica” aqui usada não é substantivo, é adjetivo. A ressonância de um ato se faz harmônica, coerente, no mesmo padrão. Entendeu?
Qualquer ato seja do bom ou do mal, tem a sua conseqüência. Se praticarmos o bem a conseqüência será boa para nós; se temos uma má conduta as conseqüências serão ruins.
Não existe efeito sem causa e nem causa sem efeito.
Outro aspecto das mesmas leis: sempre fomos induzidos a acreditar que existe um tribunal para julgar nossas ações. Isso só é aplicável para os espíritos ignorantes que desconhecem os princípios éticos.
Seres de consciência totalmente desperta, responsáveis por seus atos, comandante de seu arbítrio livre, só produzem o que agrada a proposta da vida e têm noção de quando estão em falta com a vida. O Tribunal da Justiça Divina atua em seus íntimos, são as suas consciências, cuja função é pesar nossas boas e más ações e aplicar de forma justa a sentença, a conseqüência de nossas ações, o resultado de nossos plantios.

Uma tradição antiga

Nas pirâmides do Egito foram encontradas várias ilustrações do Tribunal da Justiça Divina. Esse Tribunal é formado pelo regente Anúbis e seus 42 juízes.
Nestas ilustrações o regente Anúbis é representado por um homem com a cabeça de chacal e os 42 juízes são simbolizados por diversos animais. Anúbis, na tradição egípcia, é o juiz que pesa o coração dos mortos e aplica a pena correspondente.
A tradição servia a uma época em que o Deus fazia tudo pelos fiéis e também julgava a todos.
Mas, de uma coisa podemos estar certos. A Lei Divina tem como base a justiça e a misericórdia. A justiça sem misericórdia é tirania. A misericórdia sem justiça é tolerância, complacência com o erro. Compreender isso, se conscientizar disso é sabedoria espiritual.
Se ao pesar nossas ações em uma balança, o prato das boas ações estiver mais pesado o resultado será um Dharma, que é uma recompensa, um prêmio, uma bênção pelas boas obras.
O Dharma (do sânscrito), que também se escreve sem o “h”, significa também realidade ou ainda virtude.
Se ocorrer o contrário, se o prato das más ações estiver mais pesado, o resultado será um Carma, ou seja sofrimento, dor, adversidades, etc.
A palavra de origem sânscrita Karma significa ação. Podemos entendê-la como lei de ação e conseqüência.

Os tipos de Carma.

Existem vários tipos de Carma:
Individual: quando é aplicado especificamente a uma pessoa. Por exemplo, no caso de uma doença ou defeito físico ou peripécias sequenciais.
(é importante ressaltar que nem todo sofrimento ou acontecimento ruim é cármico, pois devido a nossa inconsciência podemos causar diretamente nosso próprio sofrimento. Ex: uma pessoa que atravessa uma rua sem a devida atenção e é atropelada).
Familiar: quando é aplicado de tal forma que afeta toda uma família. Por exemplo, no caso de se ter um membro da família que é viciado em drogas. Isto traz sofrimento para todos ao redor.
Regional: quando é aplicado em determinada região. Temos como exemplo as secas, enchentes ou outras adversidades climáticas que ocorrem em determinados lugares e regiões.
Nacional: é uma ampliação do carma regional. Temos o exemplo de países que são assolados pela guerra, ditaduras, misérias, desastres naturais, etc.
Mundial: quando é aplicado a toda humanidade. Temos o exemplo das guerras mundiais e, atualmente, vemos a imensa degradação e a progressiva escassez dos recursos naturais, iminência de guerra nuclear, grandes desastres naturais, ameaças de epidemias, etc.
Neste momento não poderíamos deixar de alertar que estão ocorrendo grandes transformações em nosso mundo.
Katância: é o carma mais rigoroso, que é aplicado aos Mestres, papas, líderes do planeta, que apesar de suas inúmeras perfeições, podem cometer erros e ser penalizados.
Kamaduro: que é o carma aplicado a erros graves, assassinatos, emboscadas, torturas, etc. Esse tipo de karma não é negociável e quando é aplicado vai inevitavelmente até as suas consequências finais.
Karmasaya: esse carma também não é negociável e é aplicado quando a pessoa comete adultério.
Nas escrituras sagradas está escrito que “todo falta será perdoada, menos as faltas contra o Espírito”, e essa falta é aquela ação que impede um espírito de se desenvolver: cativeiro ou outra forma de privação da liberdade, fome, miséria, traição, adultério. 
Nos casos da traição e do adultério o leitor não deve voltar sua atenção apenas para as relações conjugais, pois a traição é também mentir, enganar, trapacear; e o adultério pode se dar em qualquer tido de adulteração.
Sabendo disso podemos então fazer uma idéia de como é grave a situação cármica de toda a humanidade.

É como as leis do mercado
Como foi dito, as bases da Lei Divina são a justiça e a misericórdia. Isso significa que, por mais duro que seja nosso carma, podemos pagá-lo com boas obras e então não necessitaremos sofrer.
Existem sentenças clássicas sobre o carma e darma: “Quando uma lei inferior é transcendida por uma lei superior, a lei superior lava a lei inferior”.
“Faze boas obras para que pagues tuas dívidas. Ao leão da lei se combate com a balança”.
“Quem tem com que pagar, paga e sai bem em seus negócios; quem não tem com que pagar, pagará com dor”.
Se no prato da balança cósmica colocamos as boas obras e no outro as más, é evidente que o resultado poderá ser Carma ou Darma (qual prato estará mais pesado). Os devedores enfrentarão os juros. Os bons pagadores conquistarão descontos. Nossas existências passadas determinarão o Darma ou Carma futuro.
Por isso é urgente avaliar nossa conduta diária e fazer como certos caminhões que trazem escrito na traseira “Como estou dirigindo?”. Como motoristas de um corpo pelas estradas da vida, alguém (nossa consciência) deve responder-nos como estamos dirigindo.
Ao invés de protestarmos por estarmos em dificuldades, devemos sim agradecer a oportunidade de crescer para suplantar o desafio e ainda arranjar forças para ajudar aqueles que têm ainda piores problemas.
Ao invés de protestarmos por estarmos doentes, devemos perguntar ao nosso organismo, “onde foi que falhei contigo?”.
Ao invés de reclamarmos das pessoas que nos criticam, devemos aprender a ver o ponto de visto alheio e abandonar de uma vez a teimosia, as intrigas, as reclamações, etc.
Nosso carma pode ser perdoado se eliminarmos a causa de nossos erros, de nossa ira, de nossa inveja, de nosso orgulho, etc.
A causa de nossos erros e, por conseguinte, de nosso sofrimento é o ego, nossos defeitos psicológicos.
O mundo seria um paraíso se as pessoas eliminassem de si mesmas essas abominações inumanas.
Não é possível ter uma conduta reta se somos manipulados pelos defeitos psicológicos.
Conforme vamos eliminando nossos próprios defeitos o carma referente a tal ou qual defeito vai sendo zerado. Isto é a misericórdia de mim para comigo.
Nunca devemos protestar contra nossa situação cármica, pois isso só vem a agravá-la. O Carma é um remédio das Leis Divinas aplicado para que sejamos capazes de através dele identificarmos nossos defeitos por meio da experiência direta, que é o sofrimento.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Então, leia mais esta...

18. Caindo na real (II)

Deixando de lado as previsões catastróficas, porque podem ser tendenciosas, temos de centrar no seguinte: o planeta já passou por várias fases, mas nunca foi destruído, como gostariam que fosse aqueles arautos do fim do mundo.
Todo aquele que possa entender deve entender que Deus não é um ser com a mente humana, que é capaz de pôr fogo no próprio corpo, e não iria destruir um dos seus mais bonitos e melhores planetas. Expulsar dele os inconvenientes, assim como se expulsa da escola o mau aluno, isso é óbvio.
Mesmo que andem taxando este período como último período do ciclo atual da Terra e dizendo que ele demarca o chamado "julgamento final" ou apocalipse, podemos apostar no plano de Deus para a humanidade. A mudança poderá ter o nome que tiver, seja “julgamento final”, seja “juízo final”, seja “armagedon”, seja “fim do mundo” ou qualquer outro que venha a ser inventado, o que importa é que vai haver mudança, como está não fica.  Fatos novos e inusitados acontecerão e também um grande conhecimento provocará uma mudança nos hábitos humanos. A Terra não será a mesma desses pobres e tumultuados últimos séculos.
Existem diversas concepções equivocadas a respeito do que será o apocalipse – palavra de origem grega que quer dizer revelação – e elas decorrem do desconhecimento da chamada "Quarta Dimensão" ou "Dimensão Oculta". Qualquer análise desse fato que se baseie unicamente no conhecimento adquirido por mera transmissão ou leitura está fadado ao erro. É a última vez que do ponto de vista religioso se falará em revelação. Você já parou para pensar o que significa uma revelação? Alguém diz que possui a informação secreta e sob tais e tais condições concede revelá-la.
Foi assim que nesses 30 séculos, aproximadamente, profetas, gurus, messias e avatares ocuparam os espaços sagrados como intermediários da Ciência de Deus.
Agora vai mudar. É imprescindível que se tenha a vivência do seja a quarta dimensão para se poder opinar corretamente a respeito do sagrado. O sagrado deixa de ser uma revelação vinda de fora para se dar a conhecer pela experiência íntima. Ainda é cedo para falar de tudo o que virá, mas poderiam ser nossas intenções que estarão sendo aferidas, a orientação íntima de cada um colocada em cheque. Nossos defeitos e imperfeições estarão sendo corrigidos não porque uma câmera está focando ou porque os olhos de Deus estão vendo, mas porque eu e você não precisamos da ameaça de castigo para andar na linha. O carma de cada indivíduo estará sendo reduzido e trocado pela dharma. Você entende?
Tem gente apostando no exílio. Os espíritos fora de foco, como dizem já ter acontecido com os espíritos de Capela (que teriam vindo para a Terra sob a condição de promover uma revolução aqui para expiar suas faltas). Os exilados daqui iriam para um planeta mais atrasado e fariam lá uma revolução evolutiva em troca do carma. Isto é, transformariam a penitência em desafio construtivo.
Como seus íntimos (o íntimo dos espíritos candidatos ao exílio) vibram em ressonância com a natureza primitiva de Hercólobus, aquele será o ambiente adequado para que tenham novas oportunidades para se redimir perante  a Lei Maior. Por isso, Hercólobus é chamado de planeta chupador. Por osmose, leva o que lhe serve.

Para ser sincero, a caminhada da humanidade sempre se faz oportunidade para muitas experiências, para bilhões de experiências no corpo. Experiências que vão desde o estágio dos monstros que conhecemos através dos noticiários policiais, matadores frios, afoitos brincalhões que se sujam nas festas pagãs, como é o carnaval, bandidos por excelência, desde a tenra idade, até as crianças índigo e cristais que conhecemos em nossas próprias famílias. À medida que a egrégora se constitui em busca de uma elevação do nível do moral e ético, a conseqüência não poderá ser outra: os desalinhados sentir-se-ão excluídos e reagirão, cada um com as forças que conhece. Os de baixa moral mostrarão o seu padrão através da pedofilia, corrupção, baixarias, das exibições libidinosas e de outras barbaridades; os violentos e agressivos invadirão igrejas, escolas, teatros, praças, parques, para aplicar a sua “justiça” através de fuzilamentos coletivos.
Em compensação, os iluminados produzirão espetáculos dignos de registro.
E assim vamos caminhando pelas veredas da vida, uns sendo incentivados a melhorar e outros sendo cobrados a se retirar daqui antes da hora.
A retirada pode se dar por métodos violentos ou não, exemplo, prisão do corpo, acidente, suicídio, afogamento, doença grave, fenômenos naturais etc.
Ainda voltaremos a este tema.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Mas, apesar de tudo...

17. Caindo na real (I)

Parece chegada a hora de cair na real. Toda a leitura trazida pelos 15 artigos anteriores teve o mérito de criar fantasias, incutir medo, semear esperança. Tem muita gente fugindo para as montanhas à espera da elevação das águas do mar. Muita calma nesta hora. Você não precisa e não deve fazer nada disso, em primeiro lugar, porque nada está confirmado. Em segundo lugar, como já foi dito anteriormente, pode demorar uns 600 anos.
Então somando o que sobrou de resumo, a entrada da Era de Aquário, toda saudada como tempo maravilhoso, se choca com a notícia do planeta invasor, trazendo preocupação.
Vamos cair na real?
Essas estados comocionais já estão sedo estudados com responsabilidade por gente competente. Trataremos aqui da Ciência desenvolvida pelo biólogo inglês, Rupert Sheldrake, cujos resultados nos deram a descoberta dos campos morfogenéticos e da ressonância mórfica, a serem detalhadas adiante. Segundo o holismo, os campos morfogenéticos são a memória coletiva à qual recorre cada membro de uma espécie e para a qual cada um deles contribui. Isso é muito evidente quando se vê milhares de peixes ou pássaros nadando ou voando em perfeita sincronia nos seus cardumes e bandos aparentemente sem um maestro a conduzi-los. Os humanos também podem chegar a tanto, como veremos adiante.
Este é um estudo complexo, mas fascinante. Precisamos passar por ele para chegar às influências de uma Era ou de um elementos do Zodíaco.
Morfo = forma; genético = criador; tem-se o termo “forma criadora”. O campos morfogenéticos são campos de forma; padrões ou estruturas de ordem. Estes campos organizam não só os campos de organismos vivos mas também de cristais e moléculas. Cada tipo de molécula, cada proteína por exemplo, tem o seu próprio campo mórfico – a hemoglobina, um campo de insulina, etc. De um mesmo modo, cada tipo de cristal, cada tipo de organismo, cada tipo de instinto ou padrão de comportamento tem seu campo mórfico. Estes campos são os que ordenam a natureza. Há muitos tipos de campos porque há muitos tipos de coisas e padrões dentro da natureza, identificou Sheldrake.
Este foi um passo decisivo da ciência pós-moderna.
Os campos morfogenéticos ou campos mórficos são campos que levam informações, não energia, e são utilizáveis através do espaço e do tempo sem perda alguma de intensidade (a qualquer distância) depois de ter sido criado. Eles são campos não físicos que exercem influência sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente.
Os campos morfogenéticos agem sobre a matéria impondo padrões restritivos em processos de energia cujos resultados são incertos ou probabilísticos. Os Campos Mórficos funcionam modificando eventos probabilísticos. Quase toda a natureza é inerentemente caótica, isto é, não é rigidamente determinada. Os Campos Mórficos funcionam modificando a probabilidade de eventos puramente aleatórios. Em vez de uma grande aleatoriedade, de algum modo, eles atuam de forma que certas coisas acontecem em harmonia em vez de aleatórias e caóticas. É deste modo como Sheldrake ensina que esses campos funcionam.
Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas e animais: grupos de animais – como bandos de pássaros, cães, gatos, peixes – e, como se leu, entre grupos humanos, times, famílias, etc. Não é uma coisa fisiológica, mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas que juntos convivem e promovem interações de campos. Essas afinidades é que são responsáveis pela comunicação que acaba se constituindo em forma criadora.
Talvez, de uma maneira mais sofisticada, poder-se-ia dizer que o DNA é um campo de forma estabelecido por inteligências superiores e que fica atuando e repetindo seus eventos enquanto não alterado.
Átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias: cada uma dessas entidades estaria associada a um campo mórfico específico. São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes. Sem a existência dessa “união”, a desorganização seria uma expressão caótica.
Sua atuação é semelhante à dos campos magnéticos, da física. Quando colocamos uma folha de papel sobre um ímã e espalhamos pó de ferro em cima dela, os grânulos metálicos distribuem-se ao longo de linhas geometricamente precisas. Isso acontece porque o campo magnético do ímã afeta toda a região à sua volta. Não podemos percebê-lo diretamente, mas somos capazes de detectar sua presença por meio do efeito que ele produz, direcionando as partículas de ferro. De modo parecido, os campos mórficos distribuem-se imperceptivelmente pelo espaço-tempo, conectando todos os sistemas individuais que a eles estão associados.
A ressonância mórfica “move montanha”
Ao contrário dos campos físicos, os campos mórficos pesquisados por Sheldrake não envolvem transmissão de energia, como já dissemos. Por isso, sua intensidade não decai com o quadrado da distância, como ocorre, por exemplo, com os campos gravitacional e eletromagnético. O que se transmite através deles é pura informação. É isso que nos mostra o conhecido exemplo dos macacos, que será demonstrado em nosso capítulo 4. Nele, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie.
O processo responsável por essa coletivização da informação foi batizado por Sheldrake com o nome de "ressonância mórfica". Por meio dela, as informações se propagam no interior do campo mórfico, alimentando uma espécie de memória coletiva. Em nosso exemplo, a ressonância mórfica entre macacos da mesma espécie teria feito com que a nova técnica de quebrar cocos passasse da ilha “A” para a ilha "B", sem que para isso fosse utilizado qualquer meio usual de transmissão de informações. Não havia contato entre os macacos das duas ilhas.
Parece telepatia. Mas não é. Porque, tal como a conhecemos, a telepatia é uma atividade mental superior, focalizada e intencional que relaciona dois ou mais indivíduos da espécie, no caso da telepatia, os humanos. A ressonância mórfica, ao contrário, é um processo básico, difuso e não-intencional que articula coletividades de qualquer tipo. Sheldrake apresenta um exemplo desconcertante dessa propriedade.
Quando uma nova substância química é sintetizada em laboratório - diz ele -, não existe nenhum precedente que determine a maneira exata de como ela deverá cristalizar-se. Dependendo das características da molécula, várias formas de cristalização são possíveis. Por acaso ou pela intervenção de fatores puramente circunstanciais, uma dessas possibilidades se efetiva e a substância segue um padrão determinado de cristalização. Uma vez que isso ocorra, porém, um novo campo mórfico passa a existir. A partir de então, a ressonância mórfica gerada pelos primeiros cristais faz com que a ocorrência do mesmo padrão de cristalização se torne mais provável em qualquer laboratório do mundo. E quanto mais vezes ele se efetivar, maior será a probabilidade de que aconteça novamente em experimentos futuros.
Doutor em biologia pela tradicional Universidade de Cambridge e dono de uma larga experiência de vida, Sheldrake já era, então, suficientemente seguro de si para não se deixar destruir pelas críticas, que foram várias. Ele sabia muito bem que suas idéias heterodoxas não seriam aceitas com facilidade pela comunidade científica. Anos antes, havia experimentado uma pequena amostra disso, quando, na condição de pesquisador da Universidade de Cambridge e da Royal Society, lhe ocorreu pela primeira vez a hipótese dos campos mórficos. A idéia foi assimilada com entusiasmo por filósofos de mente aberta.
Esperamos que também seja por você, leitor.
O que isso tem a ver conosco?
Tem a ver que quando milhões de seres humanos estiveram sintonizados para pos novos tempos, o paradigma caminhará sozinho e o mundo melhorará.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

E ainda há mais essa...

16. Hercolóbus, o planeta cármico

Se você nunca ouviu nada sobre ele, é bom prestar atenção. Este planeta, Hercólobus (ou Hercólubus), conforme o descrevem, é um intruso da galáxia, some e retorna, numa viagem extremamente longa. Aliás, já se disse que ele é um cometa, porém muito grande. Conforme alguns estudiosos, ele já se encontra à vista de muitos astrônomos do planeta Terra.
Ele tem outros nomes: chamado de Nêmesis pelos norte-americanos e também por Isaac Asimov, em seu livro homônimo. É chamado de Anã Vermelha e de Rá, por JJ Benitez. Oficialmente, este planeta foi chamado de Barnard I. E no Brasil, por grupos espíritas, de Planeta Higienizador e Planeta Chupão.
Os místicos dizem que ele vem à Terra a cada 25.968 anos. Acredita-se que foi o causador do desaparecimento da Atlântida e Lemúria. Na Bíblia é encontrado com o nome de Absinto (amargura). Os sumérios referem-se a ele com os nomes Nibíru e Marduk. Entre os maias, é a Estrela Baal, e segundo os gnósticos e também os espiritualistas brasileiros, Hercólobus. (Na verdade, devemos admitir que o nome Hercólobus foi primeiramente citado no Brasil por uma entidade espiritual chamada Ramatis, em 1956.)
Atenção: Hercólobus é o grande e verdadeiro causador dos diversos distúrbios climáticos que vêm sendo divulgados na imprensa de todo o mundo. Os tsunamis, os terremotos, os furacões, o degelo dos pólos, tudo isso tem uma única e derradeira causa: a aproximação cada vez maior deste famigerado planeta ou cometa.
El Niño, um fenômeno conhecido pelos cientistas, é nada menos que uma série cíclica de alterações climáticas que ocorrem no Oceano Pacífico e que repercutem no mundo todo.
Quais são suas causas? O El Niño ocorre devido a uma gigantesca falha geológica que percorre a costa sul-americana, que vai até a Antártida. Essa falha permite que os fogos do interior da Terra se comuniquem com o Oceano, gerando pressões e alterações geofísicas fantásticas no mundo submerso. Essas alterações provocam aumentos cíclicos na temperatura das águas do Pacífico.
Tais alterações do El Niño se devem às influências cada vez maiores e perigosas de Hercólobus sobre o magma terrestre. Mais cedo ou mais tarde, iremos presenciar um aumento dos cataclismos nunca antes imaginado pela ciência dita moderna.
Qual a causa da falha e dos desequilíbrios constantes, desde há milênios? Isso se deve ao afundamento da Atlântida, há cerca de 12 mil anos antes de Cristo, desequilibrando assim todo o continente americano, elevando a costa ocidental e rebaixando perigosamente a costa atlântica das Américas. Grosso modo, é como se o continente atlante estivesse “torto”, inclinado no sentido Pacífico-Atlântico… Essa inclinação, segundo algumas fontes, é tão perigosa que a qualquer momento toda a Amazônia (brasileira, peruana, colombiana etc.) poderá ser afundada, com conseqüências inimagináveis para o planeta todo. Possivelmente, esse afundamento de toda a região amazônica se dará com a erupção do supervulcão de Yellowstone, no centro dos EUA, a qual afetará em pouco tempo todo o continente americano, do Alasca à Patagônia, afundando não somente a Amazônia, mas grande parte da América do Sul.
Hercólobus é um mundo gigantesco, poderoso, seis vezes maior que Júpiter e pertence ao Sistema Solar de Tylo (este sol pertence à cadeia de estrelas, mais precisamente à sexta estrela, Taigeta que gira ao redor de Alcione).
Não é como alguns supõem, um planeta deslocado de algum sistema solar, um planeta perdido. Não se deslocou nem está perdido no universo. Pelo contrário, é o planeta mais afastado, de todos que giram ao redor de Taigeta.
Hercólobus pertence ao sistema solar vizinho ao nosso. A Terra faz parte do sistema solar chamado na gnose de Ors. E Hercólobus, do sistema solar de Tylo, ou, como os astrônomos o chamam, de Taigeta. A órbita de Hercólobus é a mais externa naquele sistema e se aproxima muito do sistema solar de tempos em tempos. É quando alguns planetas passam muito próximos uns dos outros. (Neste período, dois outros planetas também terão suas órbitas afetadas diretamente por Hercólobus: Marte e Urano.)
Como foi dito, ele gravita ao redor do Sistema Solar de Tylo (nome esotérico de Taigeta). Dentro de pouco tempo, o gigantesco mundo passará por um ângulo do nosso sistema solar e então são esperadas grandes transformações no sistema solar e também no planeta Terra.
Conforme se calcula entre os matemáticos celestes, Hercólobus irá, entre outros efeitos, modificar a inclinação do eixo da terra em relação ao Sol, hoje de cerca de 23 graus, e com essa, por assim dizer, verticalização, os mares poderão invadir boa parte das áreas baixas do planeta, eliminando quase toda a vida que ali existe.
Este planeta é uma peça importante da grande maquinaria cósmica e pode ser encarado como um “planeta cármico”. A aproximação de Hercólobus, conforme previsões, está às portas. O fogo líquido do interior da Terra, com o choque magnético entre Terra e Hercólobus, será atraído para a superfície e originará mais e mais vulcões e, em geral, o elemento ígneo fará arder afetando o clima. As cinzas vulcânicas poderão espalhar-se por grandes áreas, num efeito parecido com o do vulcão chileno que paralisou boa parte da aviação.
Várias publicações que falam de Atlântida se referem a algo que se inscreve dentro de um Plano Maior do Universo: uma espécie de descarte de civilizações que pouco ou nada contribuíram para a evolução da vida humana. Mas, nem tudo é descartado. Em Atlântida houve uma raça escolhida, que serviu de base ao núcleo para a formação desta nossa 5ª raça-raiz (Ária), que habita a Terra. Quando Hercólobus chegar, grande parte da perversa civilização que temos será descartada e FORMAR-SE-Á UM NÚCLEO PARA A SEXTA RAÇA-RAIZ.
Os atlantes teriam passado por isso quando a revolução dos eixos da Terra (naquela vez) fez com que os mares mudassem a localização de seus leitos. Foi quando o continente de Atlântida com todos os seus milhões de habitantes, submergiu. Mas de lá partiram os navegantes encarregados de povoar as áreas que ficaram secas. Aí se encaixa a história ou lenda de Noé, entre outras que já são conhecidas. Não foi só Noé a navegar.
Há um forte esquema de terrorismo religioso por causa dessa informação, que parece verdadeira, mas que pode demorar uns 600 anos para acontecer.
O que religiosamente pode ser dito: que as pessoas éticas consigo mesmas, com o próximo, com o planeta, com Deus, serão escolhidas para compor a 6ª Raça-Raiz, encarregada de dar uma nova índole à humanidade. 
Como a partir de Atlântida formou-se um povo seleto, assim também estamos sendo chamados para formar um povo seleto na Nova Terra.
Aqueles que tenham se transformado. Aqueles que eliminaram de sua psique os elementos não humanos que possuímos… Aqueles serão selecionados para habitar o Reino de Deus.