domingo, 26 de fevereiro de 2012

Uma visão ampliada

24. Trato é trato, acordo é acordo, jogo é jogo

Há uma grande arena, universal

Nela, somos chamados a atuar. Seria o jogo da vida? Sim, a resposta mais adequada é:
este é o jogo da vida. Jogo que tem regras muito bem definidas e dentro das quais os nossos talentos devem ser revelados ou desvelados. É nesse campo que nos formaremos como seres humanos.
Ao jogar, iremos nos encontrar com jogadores medíocres, incapazes, sem ânimo, aqueles que já entram na arena derrotados e sempre terão as maiores dificuldades de acreditar nas suas próprias forças, por isso entregam o resultado a ser obtido não ao seu próprio esforço e capacidade, talento e criatividade, mas a alguma força externa. No seu pensar, o seu sucesso virá de fora.
Iremos olhar para esse jogador como um coitado, um zero à esquerda, sem fibra, sem gana, sem garra, sem paixão, sem sonho...
Opa, e se esse for o nosso perfil de jogador?
(pausa para uma auto-análise)
Enquanto jogamos, iremos encontrar aquele jogador que faz muita questão do resultado escuso, do gol de mão, do pênalti que não existiu, da conquista usurpada, do atalho que encurta a estrada, do prêmio extra, da conquista arranjada, da cola, da fraude, do jeitinho.
Iremos olhar também para este parceiro do jogo com piedade, com dó, com pena, desejosos de ajudá-lo a trazer seus desejos e ânsias para o campo da verdade, para a luz da razão, para a clareza das regras?
Agora, neste momento, parece ser esta a nossa reação.
Mas, cabe-nos, também, a elevada missão de analisar se este é ou não o nosso perfil de jogador. E se for?
(pausa para a auto-análise)
Há um terceiro perfil de jogador com o qual fatalmente iremos também encontrar: é aquele que se mata jogando; joga na sua posição, joga na posição dos outros, quer carregar o fardo do próximo, extenua-se, vive cansado de tanto jogar e não pára de reclamar que os outros deixam a desejar, por isso a sua grande batalha, a sua grande luta. São jogadores que viverão em estado de esgotamento e jamais obterão nem os seus próprios resultados e nem permitirão que os demais façam o seu jogo e sintam-se responsáveis por seus próprios resultados.
Este perfil de jogador é encontrado muito em sala de aula, assoprando "respostas certas" aos colegas em dias de provas, ou então "passando a mão na cabecinha" de filhos ou subordinados que cometem besteiras e não são corrigidos.
O que pensar desse jogador?
Parado lá! E se esse for o nosso caso?
(pausa para a auto-análise)
Há outros perfis, como, por exemplo, o daquele jogador que só joga bem quando o jogo é televisado, quando os holofotes são ligados sobre a sua própria "estrela". Há o jogador medroso, que entra em campo tremendo de medo, sem confiança, sem auto-estima. Há o bronqueiro que, logo iniciado o jogo, já começa a xingar. Xinga os colegas, xinga o árbitro, reclama do campo, do sol, da chuva, do calor, do frio, da torcida...
Tem aquele que gostaria de levar consigo a arrecadação das bilheterias.
Enfim, nesta imensa arena universal, iremos encontrar jogadores de muitos perfis.
Não é difícil imaginar que todos terão de lapidar-se para alcançar o mais elevado nível profissional.
Esses são instantes ou são casos em que um olho "
que se vê a si mesmo" precisa ser aberto e acionado - em cada um de nós -, de forma isenta e elevada para ver o que é preciso ser visto. Esse olho poderoso tem o nome de consciência. Quando ele faz o seu trabalho, nós adquirimos consciência de nós mesmos e somos o juiz de nós mesmos, o mentor de nós mesmos, o timoneiro da nossa navegação, o piloto da nossa nave.
Não há outro modo de obter a dignidade de cumprir o trato, de dar cabo ao acordo, de jogar corretamente o jogo se não for assim. Trato é trato, acordo é acordo, jogo e jogo. Ninguém passará por aqui - aqui é a vida - sem levar dela os resultados que produzir. Sem levar dela as colheitas das sementes que plantar. Ninguém passará por debaixo da cerca, sem experimentar sua própria senha na porta oficial. Não vale gol de mão. As multas jamais serão zeradas. Terão de ser pagas uma a uma.
Em compensação, os louros, os troféus, as conquistas, jamais serão desviados daqueles que tiverem o mérito de obtê-los.
Se não for assim, o jogador incompleto, deficiente, improdutivo, desleal, exagerado, sempre estará sendo advertido com "cartão amarelo", que poderá chegar a "cartão vermelho" e pode, mesmo, deixar de ser escalado na equipe titular.
Cabe, pois, para encerrar a reflexão deste momento, a cada jogador do jogo da vida, descobrir sua posição no jogo, jogá-lo com lealdade e afinco, esforçando-se ao máximo para que o seu quinhão seja completado com eficácia. A torcida desses jogos todos sempre saberá olhar para a arena com olhares de sabedoria e
sempre saberá quem jogou o jogo, quem cumpriu o trato, quem deu cabo do acordo.

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