quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Somos também responsáveis por isso...



21. Catástrofes e “catástrofes”

A palavra catástrofe tornou-se popular no Brasil a partir de 1960 quando inverteram-se as estatísticas habitacionais, não só aqui, como em muitos países alcançados pela industrialização tardia. Até aquele ano, aproximadamente, tínhamos 70% dos brasileiros morando nas zonas rurais e aceleradamente nos 30 anos subseqüentes as cidades incharam recebendo mais que o dobro dos habitantes que tinham, graças ao êxodo rural. A mecanização dos campos e a industrialização urbana chamaram mais da metade dos habitantes rurais para as cidades deste continente mas, em grande número, eram pessoas pobres, antigos trabalhadores rurais sem terra, peões agrários, pequenos posseiros e proprietários que, inviabilizados nos campos, procuraram trabalho e moradia nas cidades. Como não tinham profissões urbanas, tiveram de aceitar o que havia: serventes de pedreiros, varredores de ruas, trabalhadores braçais, empregados domésticos, mendigos, todos com baixa remuneração.
Por conseqüência da baixa renda acabaram por se localizar nos lugares onde os terrenos eram mais baratos: encostas e mangues. Onde antes havia vegetação, os casebres foram substituindo as árvores e desenhando o futuro das cidades. As favelas e palafitas renderam aos políticos demagogos e aos aproveitadores do trabalho barato, excelentes resultados.
Uma coisa é o excesso de chuvas, que realmente também acontece em virtude de fenômenos climáticos a serem abordados também, aqui. Outra coisa é olhar para as encostas peladas de árvores e para os mangues invadidos, povoados de casebres deslizando morro abaixo ou sendo inundados.
Uma terceira coisa é erguer as mãos para os céus e pedir clemência aos deuses por causa das tragédias calculadas, denominadas de “catástrofes”, isto mesmo, entre aspas. Melhor seria chamá-las de RESULTADO PREMEDITADO.
As cidades não estavam e não estão preparadas para receber tanta gente em tão curto espaço de tempo. Na quase totalidade das cidades, as ruas  foram projetadas há 100, 200 ou mais anos aonde só passavam charretes, carroças e cavalos, nem mesmo calçadas para pedestres possuem, pois as pessoas realmente quase não saiam de casa. Eram os escravos que trabalhavam.
Veio a urbanização e a necessidade de transporte entre bairros, passando por onde? Pelas estreitas ruelas, um transporte deficiente, lento, caro, ineficaz, tendo na contramão a indústria do automóvel e o sonho de consumo de todos. Outro passo gigante: as ruas se encheram de carros e o colapso também foi um RESULTADO PREMEDITADO.
Mas isso não aliviou a pressão por moradia nas encostas e mangues e a vida foi se deteriorando continuamente. E continuará assim enquanto a sociedade que lê e raciocina não se mexer.
As cidades geralmente construídas em vales ou litorais passaram a receber a água dos morros a descer em alta velocidade, levando por diante o que houvesse no seu caminho e inundando as ruas existentes nas partes baixas.
Coisa estranha: faz 200 anos que existe aquela rua e nunca ficou inundada!!!
Claro, o morro próximo estava arborizado, as ruas eram de paralelepípedo e agora o morro não tem árvores e as ruas são asfaltadas. A gota d’água que demorava quatro horas para descer do morro, agora desce em 15 minutos.
Chove mais? Chove. Com a supressão das árvores em grandes extensões de terra o aquecimento se tornou inevitável (árvores são os ar condicionado do planeta) e a evaporação maior é a conseqüência.
Engraçado, não? A meteorologia não dá isso como fator decisivo para o aumento e concentração das chuvas. Mais água evaporando, mais água descendo dos ares. Óbvio, não?
Sem desmerecer o trabalho da meteorologia, parece lógico de se esperar mais chuvas independentemente de outros fatores que, de fato, existem.
Os deslizamentos de encostas e inundações de baixios (mangues) levam consigo casas, coisas e vidas.
E o dinheiro da educação, da saúde, da segurança e do transporte (entre outros) vai para o socorro às vítimas, que serão vítimas novamente na próxima “catástrofe”.
Mas, não é só.
A meteorologia fala dos efeitos El Niño e La Niña, apontando as águas do Pacífico (mais quentes ou mais frias) como responsáveis pela evaporação (chuva) e a falta de evaporação (seca) na América do Sul pois, como dizem, o vapor se eleva, é empurrado para Leste pelos ventos em altas camadas e vem encontrar as frentes frias que se desprendem do Pólo Sul e vira chuva abundante aqui. Mas, é complicado depender das evaporações ou das ausências delas no Pacífico para ter não ter chuva no Brasil, a 3 mil quilômetros de distância.
Não parece contraditório?
Contraditório ou não, são as anunciadas (pela meteorologia) Convergências do Oceano que fazem chover muito ou suspender as chuvas por aqui e por ali.
Mas, não é só.
Fatos novos ou fenômenos novos podem estar relacionados com a entrada do Sistema Solar numa nova zona vibratória da galáxia.
Os comentários são de que o magnetismo da Terra sofrerá alterações, podendo, mesmo, inverter-se o pólo norte negativo, hoje localizado sobre o Oceano Glacial Ártico, passando para algum ponto do Pólo Sul.
Noticia-se o lento deslocamento do centro magnético negativo, que por muitos séculos estava estacionado e ultimamente está avançando em direção à Rússia a quase 64 quilômetros por ano devido a mudanças magnéticas no núcleo do planeta, afirma uma nova pesquisa. O núcleo é profundo demais para que os cientistas detectem diretamente seu campo magnético. Mas os pesquisadores podem inferir os movimentos do campo acompanhando como o campo magnético terrestre muda na superfície e no espaço.
Tudo isso e mais o que não se sabe, pode estar influenciando vulcões, ventanias, chuvas, terremotos, tsunamis...
Dados oficiais revelados:
  • Os 11 dos 12 últimos anos foram os mais quentes da história;
  • Por falta de florestas, os oceanos absorvem 80% do calor excedente gerado nos últimos anos, ajudando a aumentar (por degelo) o nível do mar;
  • As montanhas glaciais e geleiras vêm derretendo em ritmo recorde;
  • O nível do mar subiu 10,8 mm entre 1961 e 2003; entretanto, entre 1993 e 2003, a média de alta no nível do mar foi de 3,1 mm por ano;
  • A temperatura na região ártica dobrou nos últimos 100 anos;
  • Desde 1978, a cada década quase 3% da camada de gelo do Pólo Norte derreteu, contribuindo para aumentar o nível do mar;
  • O nível das chuvas cresceu de forma alarmante nas América do Norte e do Sul, no norte da Europa e no norte e no centro da Ásia;
  • As secas aumentaram no Sahel, Mediterrâneo, sul da África e partes do sul da Ásia e já começam a afetar o Sul do Brasil;
  • A água do mar no hemisfério norte tem ficado mais fria; no hemisfério sul, o grau de salinidade aumentou;
  • Aumentou o número de dias quentes e diminuiu a quantidade de nevascas e dias de baixa temperatura;
  • Desde 1970, aumentou a incidência de tufões e furacões no Atlântico Norte.
O QUE PODE SER ESPERADO:
  • A Temperatura deve aumentar entre 1,8º C e 4º C ao longo dos próximos anos;
  • Em 2020, o nível do mar estará cerca de 59 cm mais alto;
  • As chuvas devem aumentar em cerca de 20% nas maiores latitudes;
  • A Corrente do Golfo, do oceano Atlântico, diminuirá em cerca de 25% durante o século, mas não impedirá aumento de temperatura.

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