sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

971-Encontro com o Espírito em Sonho


Introdução II
  
b. Sonhos: os vôos da alma

Aqui também viajamos nas asas do mestre Denis: O estudo do sono fornece-nos indicações de grande importância sobre a natureza da personalidade. Em geral não se aprofunda muito o mistério do sono. O exame atento desse fenômeno, o estudo da alma e da sua forma fluídica durante a parte da existência que consagramos ao descanso, conduzir-nos-ão a uma compreensão mais alta das condições do ser na vida do Além.
Que é então o sono?
É simplesmente o desprendimento da alma, que sai do corpo. Diz-se: o sono é irmão da morte. Essas palavras exprimem uma verdade profunda. Seqüestrada na carne no estado de vigília, a alma recupera, durante o sono, a sua liberdade relativa, temporária, e ao mesmo tempo o uso dos seus poderes ocultos. A morte será a sua libertação completa, definitiva.
Já nos sonhos, vemos os sentidos da alma, esses sentidos psíquicos, dos quais os do corpo são a manifestação externa e amortecida, entrar em ação. À medida que as percepções externas se enfraquecem e apagam, quando os olhos estão fechados e suspenso o ouvido, outros meios mais poderosos despertam nas profundezas do ser. Vemos e ouvimos com os sentidos internos. Imagens, formas, cenas à distância sucedem-se e desenrolam-se; travam-se conversas com pessoas vivas ou falecidas. Esse movimento, muitas vezes incoerente e confuso no sono natural, adquire precisão e aumenta com o desprendimento da alma no sono provocado, no transe de sonambulismo e no êxtase.
Às vezes, a alma afasta-se durante o descanso do corpo e são as impressões das suas viagens, os resultados das suas indagações, das suas observações, que se traduzem pelo sonho. Nesse estado, um laço fluídico ainda a liga ao organismo material e, por esse vínculo sutil, espécie de fio condutor, as impressões e as vontades da alma podem transmitir-se ao cérebro. É pelo mesmo processo que, nas outras formas do sono, a alma governa o seu invólucro terrestre, fiscaliza-o, dirige-o. Essa direção, no estado de vigília, durante a incorporação, exercita-se de dentro para fora; efetuar-se-á em sentido inverso nos diferentes estados de desprendimento. A alma, emancipada, continuará a influenciar o corpo mediante o laço fluídico que continuamente liga um à outra. Desde esse momento, no seu poder psíquico reconstituído, a alma exercerá sobre o organismo carnal uma direção mais eficaz e segura. A marcha dos sonâmbulos à noite, em lugares perigosos e com inteira segurança, é uma demonstração evidente desse fato.
O estudo do sono fornece-nos indicações de grande importância sobre a natureza da personalidade. Em geral não se aprofunda muito o mistério do sono. O exame atento desse fenômeno, o estudo da alma e da sua forma fluídica durante a parte da existência que consagramos ao descanso, conduzir-nos-ão a uma compreensão mais alta das condições do ser na vida do Além.
O sono possui não só propriedades restauradoras que a Ciência não pôs no devido relevo, mas também um poder de coordenação e centralização sobre o organismo material. Pode, além disso, acabamos de o ver, provocar uma ampliação considerável das percepções psíquicas, maior intensidade do raciocínio e da memória.

c. Nossas visitas em sonho

O sono é um fenômeno físico pelo qual o corpo entra em repouso ficando a alma parcialmente em liberdade. Durante o sono, apenas o corpo descansa, pois o Espírito nunca fica inativo. Quando dormimos, ficamos, temporariamente, no estado em que nos acharemos de maneira definitiva após a morte.
Assim deveríamos ir nos acostumando, desde já, a não temer a morte, visto que morremos todos os dias um pouco. 
Por meio do sono, entramos em contato mais direto com os Espíritos, através dos sonhos, e é isso precisamente o que faz que os Espíritos superiores consintam, sem grande repugnância, em encarnar entre nós; o sono é a porta aberta para irem ter com os seus amigos celestiais; é o recreio após o trabalho, enquanto aguardam a grande libertação, pelo desencarne, que os restituirá ao meio que lhes é próprio.
Pelos sonhos os Espíritos recobram a noção de sua liberdade, lembrando-se do passado e algumas vezes prevendo o futuro.
O sonho é a lembrança do que o Espírito viu ou fez durante o sono.
O perispírito, laço fluídico que liga o Espírito ao corpo, somente se rompe definitivamente pela morte, isto é, pela extinção absoluta da atividade vital, e assim, enquanto o corpo vive, o Espírito, a qualquer distância que esteja, é instantaneamente chamado à prisão, desde que a sua presença aí se torne necessária.
Sendo pesada e grosseira a matéria de que se constitui o nosso corpo, dificilmente podemos conservar as impressões que o nosso Espírito recebeu durante o sono do corpo, e daí não nos lembrarmos sempre dos sonhos; por vezes, porém, ao despertar, conservamos uma lembrança dessas peregrinações, uma imagem mais ou menos precisa, que constitui o sono, ou ainda, trazemos dessas atividades espirituais, intuições que nos sugerem idéias e pensamentos novos, justificando o provérbio que diz ser a noite boa conselheira.
Quando, porém, é necessário e útil que recordemos certos sonhos, os Espíritos atuam magneticamente sobre nós, tão intensa e deliberadamente que nos possibilitam fazer essas recordações, vencendo a barreira vibratória da matéria.
No estado de emancipação, isto é, quando dormimos, prepondera a vida da alma, podendo então, nesse estado, dar-se o encontro entre pessoas vivas, ou seja, entre encarnados. Aliás, quase todas as noites, durante o sono, nos encontramos com amigos e parentes e com os que conhecemos.
Podemos mesmo, as vezes, provocar pela nossa vontade, esses encontros; porém, muitas vezes acontece que, adormecendo, nosso Espírito desperta com o propósito de não prosseguir na intenção do homem, visto que desprendido da matéria vê as coisas diferentemente, sob outro prisma.
Os sonhos podem ser classificados como: sonhos do subconsciente e sonhos reais. Os sonhos do subconsciente são reproduções de pensamentos, idéias e impressões que afetaram nossa mente na vigília, caracterizando-se pelo seu aspecto confuso, nebuloso e pela incoerência e falta de nitidez. Os sonhos reais são os contatos feitos com pessoas ou coisas do mundo espiritual, em lugares para onde somos atraídos por afinidade, vendo, ouvindo ou sentindo, direta e objetivamente os acontecimentos destas esferas de ação, até mesmo com protagonistas, em verdadeiros desdobramentos ou exteriorizações involuntárias do Espírito. (Mediunidade, 3ª edição, página 68 e 69).

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