sábado, 16 de fevereiro de 2013

986-Desenvolvimento de uma Cultura de Interação


b.Por que a vida é possível?

Trataremos da vida corpórea, biológica, como um ciclo da outra vida, a espiritual, como a verdadeiramente eterna. A elementar resposta laica, racional, científica, para a resposta ao título deste tomo sempre será: porque o Sol inunda o planeta em tais condições que o equilíbrio se torna perfeito para este padrão de vida que aqui se desenvolve. Mas, a partir disso vão se juntando novos pressupostos. Planetas há, dentro do nosso sistema solar, que apesar de inundados pela semelhante energia solar, não têm oxigênio e ali não há água e não haverá vida, ao menos não no padrão de vida que concebemos.

Já temos então o segundo pressuposto: o oxigênio. E como se forma o oxigênio? Uma leitura rápida nos leva aos resíduos apodrecidos exalando CO² para ser processado e transformado em oxigênio. Interrompida a exalação do CO², prejudicada estará a fábrica de oxigênio. Então, numa cópia simples do que o oxigênio proporciona a nós, humanos, no interior de nossos pulmões, também ele, oxigênio, depende dos resíduos apodrecidos, cuja maior contribuição vem dos mares, através das algas, de forma cíclica, interativa, sistêmica.

Algas, ao que se diga, foram os primeiros sinais de vida lá muito longe quando o planeta Terra ensaiava se tornar um lugar para se morar.

Temos aí um grande e poderoso exemplo da interação, da troca, do que se recebe e se dá, do que se toma e devolve-se.

Somos interativos. O grande sistema que nos abraça na entrega de oxigênio, água, alimentos, temperaturas ideais e nos dá a carcaça biológica que nos serve de corpo, que nos humanos por companhia, etc, etc. E pede o quê? Eis o xis da questão.

O grande aprendizado que ainda estamos fazendo se compõe desta doma da mente de curto prazo não só para proveito individual, pois o sistema doente precisa ser curado. Sempre que agimos egoisticamente prejudicamos o sistema e o tornamos pior que antes.

Estamos numa jornada de aprendizado e não aprendemos quase nada. Quase tudo que fazemos depõe contra a harmonia do sistema não só do ponto de vista biológico. No biológico, haja vista as fábricas mandando excessivas quantidades de CO², que exigem um esforço sobrenatural do sistema para compensar as perdas. Como a compensação não ocorre, temos o efeito estufa, que aumenta a temperatura, derrete as geleiras, eleva o nível dos mares, afeta os milhões de sistemas da biodiversidade e ameaça a vida humana. Preferimos o dinheiro gerado pelas fábricas a viver a vida com naturalidade.

Tudo bem. Aqui o discurso vai se tornando ecológico e ele não é só ecológico, vai além.

Precisamos voltar aos processos culturais para chegar a não existência de uma desenvolvida cultura de oração e meditação, contemplação e elevada percepção capazes de abrir canais de diálogo eficaz entre a mente corpórea e a mente espiritual. Esse não é um trabalho que dependa da escola. Nós chamamos de educação o que faz a escola e isso está equivocado. O que faz a escola é parte da educação, mas tem nome de instrução. A educação, segundo o conceito clássico, é o trabalho de desenvolver, anular as impurezas, trazer para fora o cristal bruto, revelar, burilar, refinar. Vai muito além das matérias acadêmicas que a escola ministra e, muito mal.

Lidar com a vida em condições de naturalidade é o maior desafio presente neste século XXI, atitude capaz de dignificar o ser humano. Indigno de si mesmo como se encontra ocupando imerecidamente um corpo que vem zero quilômetro e é devolvido aos cacos, vai demorar algum tempo para a primavera eco-espiritual.

Iremos adiante nesse debate.       

 

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