r.Ainda
as recordações e incoerências dos sonhos
Estamos concluindo esta série que, na segunda parte, contou com
o apoio de três estudiosos de sonhos e pesadelos: Therezinha Oliveira, Júlio
Cesar Sá Roriz e Deirdre Barret. Segundo este último, psicólogo da Universidade
de Harvard, pesadelos nos ajudam a sobreviver. Não fosse assim, a evolução
teria nos livrado deles há muito tempo. Para Barret, pesadelos nos ajudam a
concentrar nossa atenção em algo importante, que é em nossa alma imortal.
Sendo assim, pesadelos servem para nos avisar de perigos em
potencial. Até mesmo os pesadelos pós-traumáticos (se você foi mordido na
infância por um cachorro e sonha até hoje com cães te perseguindo, isso é um
pesadelo pós-traumático), no passado, serviam para deixar nossos ancestrais
mais atentos a ataques de animais ou a inimigos que poderiam atacar novamente.
No entanto, esse traço pode não ser mais tão útil assim nos dias
de hoje. E, com os perigos da atualidade sendo incêndios, assalto, terrorismo,
computadores quebrando e acidentes de carro, os pesadelos podem não ser tão
claros assim. Mas de uma coisa você pode ter certeza: se está tendo pesadelos é
porque seu subconsciente está ansioso com alguma coisa. Não há muito como
pesquisar, mas há como prestar atenção nos sonhos e pesadelos.
O pesadelo é uma forma de ficarmos mais atentos. E, assim que os
problemas são resolvidos, eles vão embora – ou pelo menos deveriam.
Nosso subconsciente pode ser muito insistente e algumas pessoas
sofrem com o mesmo pesadelo por várias noites. Uma dica dos especialistas é
“ensaiar” enquanto acordado, o final que queremos que o sonho tenha. No
entanto, antes de tentar mudar um pesadelo, Barret aconselha a pessoa a tentar
entender seu significado – analisar o pesadelo com calma pode ajudar-nos a
entender melhor seu significado na nossa vida.
Segundo Barret, os pesadelos só se tornam algo preocupante
quando a pessoa que os têm fica ansiosa e sem dormir por causa deles – aí é a
hora de procurar um psicólogo ou um centro espírita. Mas, ainda de acordo com
Barret, isso acontece raramente e a maior parte das pessoas que têm pesadelos
não é tão afetada por eles.
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