a.Introdução
Em
citações de uma série anterior prometemos retornar ao tema do desenvolvimento
de uma cultura de oração e meditação, contemplação e elevada percepção capazes
de abrir canais de diálogo eficaz entre a mente corpórea e a mente espiritual. Esta
é, precisamente, a proposta da série que agora se abre.
O
ser humano começa sua existência no corpo em um extraordinário nível de
interação com o espírito. Enquanto a coroa cerebral não se fecha – que os
antigos chamavam de moleira – a criança está em sintonia relativa com a
dimensão espiritual: vai dominando situações que um cérebro recém formado
jamais dominaria, inclusive quanto ao desenvolvimento da fala e em muitos casos
revelando talentos que costumamos chamar de prodígio. Depois, a mente corpórea
vai assumindo a pilotagem, vem a escola, a sociedade envolvente, as induções
culturais e novamente o espírito volta a reinar lá adiante quando a idade
parece ir derrotando o viço corporal. Acaba o período em que somos o piloto e
passam a ser incorporados à mente de longo prazo as conquistas desta
existência, numa permanente troca entre lá e cá.
Tudo
é cíclico. Tudo é interativo. Tudo é sistêmico. Senão, vejamos: os espíritos
ganham um corpo e desistem dele numa permanente interação entre os dois planos
da vida, inclusive através dos sonhos, como exploramos numa série anterior. Nem
sabemos ao certo se a vida tem apenas dois planos. Ao menos temos razões de
sobra para acreditar que, pelo menos, são dois planos: a dimensão das formas
materiais, energias condensadas e a dimensão das formas espirituais, onde a
matéria se faz presente sob outra característica, a etérea.
Viver
aqui no plano condensado nos obrigamos respeitar algumas leis universais e suas
regras. Por exemplo:
1.respirar – e nisso oferecer ao nosso sangue, grande condutor dos nutrientes e condicionantes de nossas células, a oportunidade de renovar-se numa repetitiva operação de bota pra dentro e bota pra fora;
2.nutrir-se – e nisso oferecer ao nosso corpo os componentes orgânicos oferecidos pelo grande sistema cósmico através da energia solar, e também numa repetitiva operação de bota pra dentro e bota pra fora; 1.respirar – e nisso oferecer ao nosso sangue, grande condutor dos nutrientes e condicionantes de nossas células, a oportunidade de renovar-se numa repetitiva operação de bota pra dentro e bota pra fora;
3.dormir – e nisso oferecer ao corpo a oportunidade do repouso – ação/reação – enquanto a alma se liberta da prisão material para excursionar pela dimensão etérea, também em repetitivas operações de vai e vem, entra e sai;
4.gerar novos seres – e nisso oferecer a outros espíritos a oportunidade de ganhar um corpo, também numa repetitiva operação de vem e vai, entra e sai;
5.interagir com as informações – e nisso aprender e experimentar, alargar a consciência, desenvolver-se, evoluir, aqui também numa repetitiva operação de recebe e dá;
6.como toda a natureza cíclica (estações, dia e noite), até mesmo os nossos órgãos internos (exemplos: pulmão, coração, rins) atuam num constante fechar e abrir, ir e vir, entrar e sair;
7.as regras da vida sugerem interagir, dar e receber, admitir e descartar, pegar e devolver. Mas, há um pressuposto evolutivo do qual poucas pessoas se apercebem: o trocar é uma ação melhoradora, aperfeiçoadora, refinadora, evolucionadora. Sempre que a regra é desrespeitada, o resultado não é bom. Possivelmente tenhamos tido várias civilizações antes da nossa, que romperam as regras e se auto-destruíram, isto é, provocaram a reação da natureza a tal nível que a vida se tornou inviável. Existem pensadores acreditando que o planeta também pode ser usado como escola e que os alunos passsam por ela e são levados para outro grau, enquanto novos alunos primários vão adentrando.
Esta
série quer explorar, dentro do possível, nossas relações quanto aos itens 5,
6 e 7, uma vez que quanto aos demais itens já tenhamos compreendido
razoavelmente como temos de agir. Acompanhe-nos nos capítulos seguintes.
Caminhemos juntos.
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