terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

975--Encontro com o Espírito em Sonho


g. Um Pouco de História

Homero se ocupou dos sonhos e o fez de forma irreverente, preferindo entendê-los como tentações dos espíritos do mal. Sócrates foi além ao entendê-los como uma expressão do lado bestial humano. Freud veio nessa mesma linha: as repressões exercidas sobre o ser humano, principalmente, sexuais, para ele, dão origem aos sonhos. Jung foi mais sutil e prestou um grande serviço à humanidade. Observou que em toda a história e no mundo inteiro os sonhos têm muita semelhança. Logo, a sua finalidade tem uma causa: transmitem uma verdade universal àquele que sonha e informam que a origem do fenômeno está associada a processo não aleatório. Melhor dizendo: é mais uma coisa comum a todos os seres humanos. E assim fica demonstrada a existência de um criador, um plano, uma causa e um efeito comuns não apenas no plano biológico.
Outros estudiosos, em linha semelhante de pensamento, teorizaram que os sonhos consistem de associações e memórias emitidas da parte frontal do cérebro, em resposta a sinais aleatórios do tronco encefálico. Estes autores sugeriram que os sonhos são o melhor "ajuste" que o cérebro frontal poderia fornecer a este bombardeamento provindo do tronco cerebral. Nesta proposição, os neurônios-ponte, via tálamo, ativariam várias áreas do córtex cerebral emitindo imagens bem conhecidas ou mesmo emoções, e o córtex, então, tentaria sintetizar as imagens disparadas, dando origem aos sonhos. O sonho "sintetizado" pode ser completamente bizarro e mesmo sem sentido porque ele está sendo desencadeado por uma atividade sem controle. Aquele sonho que temos dormindo é uma propriedade do cérebro, dizem os acadêmicos. Com base nessa assertiva, também vão além e dizem que cachorro, veja, um bicho, também sonha, tem pesadelos. Aliás, dedicaremos um capítulo inteiro aos pesadelos.
Há, porém, o sonho no sentido figurado, que sonhamos acordados ou imaginando, aquele que chamamos também de devaneio, plano de vida ou fantasia. Esse parece ser uma função além da mente humana, quem sabe algo maior do que cabe nesta existência. Parece existir uma sutil ligação entre uma e outra coisa, entre sonhos e sonhos.

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