domingo, 24 de fevereiro de 2013

994-A Revolução de Jung em Busca do Espírito


d. Jung premido pelo dever e pela ética

Aos leitores deste blog com algum conhecimento sobre o Sagrado através da Cultura, já perceberam que o velho e querido Jung passou muitos anos de sua vida envolvido com algo entre xamanismo e espiritismo, mas a escola onde estudara e onde lecionara jamais admitiriam tais conteúdos. Ele, porém, já tinha absoluta certeza do que se passava com ele e suas experiências. Esta foi uma árdua tarefa de sua vida, já que sentia uma responsabilidade moral perante a comunidade acadêmica. Afirmava que o homem não pode limitar-se a ver surgir as imagens e surpreender-se ante elas, deve compreendê-las porque de outro modo está condenado a viver de forma incompleta. "É grande a responsabilidade humana ante as imagens do inconsciente", são palavras suas.

Sentia uma vontade louca de abrir para o mundo tudo o que descobrira, mas o mundo científico não o compreenderia, como já havia acontecido com outros.

Em 1916 Jung experimenta uma nova visão: sua alma voava fora dele, o que interpretou como a possibilidade de conectar-se com o mundo dos mortos, dos antepassados ou do inconsciente coletivo. Pouco depois desta visão percebia a presença de espíritos que habitavam sua casa – também seus filhos os percebiam –, até que uma tarde os espíritos tocaram o timbre gritando "Retornamos de Jerusalém, onde não encontramos aquilo que procurávamos". Jung então escreve durante três noites os "Sete Sermões aos Mortos" e posteriormente os espíritos desapareceram. Afirma que esta experiência devia ser tomada pelo que foi: a manifestação externa de um estado emotivo favorável à aparição de fenômenos parapsicológicos. A evasão de sua alma o tinha conectado com os espíritos. Estes escritos, que são diálogos com os mortos, Jung os considera uma preparação daquilo que devia comunicar ao mundo sobre o inconsciente e seus conteúdos. Para escrever os “Sete Sermões” usou praticamente tudo que ditava o espírito Basilides, que se anunciava ter vivido em Alexandria.

Neste período Jung se encontra frente a uma encruzilhada: ou seguir aquilo que lhe ditava seu mundo interno, ou continuar com sua profissão acadêmica. Considerava que não podia seguir ensinando aos estudantes quando em seu interior havia só dúvidas, dúvidas do ponto de vista acadêmico, apenas. Decide então deixar seu posto como docente na Universidade porque "sentia que estava ocorrendo algo grandioso", e ele precisava descobri-lo ou entendê-lo antes de poder compartilhá-lo publicamente. Como conseqüência desta decisão, inicia um período de solidão já que não pode compartilhar seus pensamentos com outros colegas: não o teriam compreendido. Nem sequer ele conseguia entender as contradições entre seu mundo interno e o externo. Para aumentar ainda mais o suplício das dúvidas, Jung tinha como pano de fundo de sua cultura a velha tradição religiosa européia, resultado do confronto de Calvino e Lutero com o Vaticano. Seus colegas e contemporâneos da Psicologia também provinham da mesma escola tradicional ou eram agnósticos. Ele balançava entre declarar-se um estudioso do mundo espiritual e manter a estreitas fronteiras traçadas pela academia. Só quando pudesse demonstrar que os conteúdos psíquicos eram reais e coletivos, pensava ele, era o momento de comunicar sua nova visão sobre a psique. Não teve todo o tempo que desejava. Antes de escancarar sua nova ciência, foi arrebatado desta dimensão.

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