domingo, 17 de fevereiro de 2013

987-Desenvolvimento de uma Cultura de Interação


c.Cadê os aliados da Natureza?

O nosso pobre e equivocado sistema social trabalha da seguinte forma: alguns setores interessados em explorar a natureza com fins lucrativos, sujam o planeta, prejudicam a humanidade ou parcelas dela. Os grandes desastres ecológicos provocados pelo mau uso da natureza são transformados em conta pública, o governo interfere para reparar as conseqüências e o faz aplicando o dinheiro que poderia estar sendo aplicado em educação, saúde, segurança, transporte, etc.

Em algumas situações é o desgoverno institucional o responsável pelos desastres ecológicos. Exemplo: a ocupação irresponsável das encostas sem a necessária orientação e fiscalização do poder público, acaba se transformando em tragédia e em altas contas a serem pagas.

Somos despreparados para ajudar a natureza – inclusive de nossa própria corporal – e acabamos nos transformando em adversários delas.

Como a mente humana é insignificante frente ao que chamamos de mente de Deus, imagina só quem será, sempre, o perdedor?

Como o ser humano pode chegar a ser aliado de Deus? – talvez seja uma pergunte pertinente.

Como resposta: descobrindo a maravilhosa postura de colaborador pelo aperfeiçoamento da vida em todas as suas nuances.

Trata-se, sem dúvida, de um processo natural, que pode demorar, mas ele está vindo.

Conto, sempre, aos meus ouvintes quando falo sobre isso, parte da minha história pessoal e a da história pessoal de meu filho.

Na idade dos peraltas meninos das décadas de 1940 e 1950 saíamos meus amigos e eu pelos campos e matas a caçar e pescar armados de estilingues (que chamávamos de bodoques) e, via de regra, metíamos pedradas nos passarinhos. Não se tratava de matar por matar, pois recolhíamos o produto de nossos abates para assar e comer. Mas, éramos, sem dúvida alguma, matadores de passarinhos. Por essa época, também, outra mortandade de passarinhos entrou em ação. Vieram as lavouras mecanizadas de soja, trigo, milho e outros grãos e o combate ao que chamavam de pragas, na verdade insetos, membros da natureza, era feito com pesadas cargas de agrotóxicos. Os passarinhos que se serviam dos grãos dessas lavouras, morriam em série. Quanto mais passarinhos morrendo, mais insetos vivendo.

Mas, veja como se evolui. Meu filho, menino da década de 1970/80 comprava alpiste nas lojas do ramo e oferecia aos passarinhos que nos visitavam na cidade.

Algumas das situações difíceis pelas quais passamos, têm alguma coisa a ver com a poluição dos rios e falta de pássaros. Refiro-me aos mosquitos da dengue e aos borrachudos, que são, hoje, grandes inimigos da nossa insana sociedade.

Conto também aos meus ouvintes a história do agricultor que se dirigiu a um senhor idoso, tipo eremita, que vivia numas grotas afastadas, para se queixar do ataque dos insetos à sua horta. O eremita ouviu calado, pensativo, e logo disse-lhe:

— Se o senhor não se incomoda com o que eu disser, eu lhe conto a verdade.

Ante a afirmativa de que podia falar sem restrição, disse o eremita:

— O senhor se lembra daqueles inúmeros tiros de espingarda disparados pelo senhor contra as águias que visitavam as árvores de nossa região? Pois, ali, o senhor estava chamando os insetos para sua horta.

— Como assim, responde atônito, o agricultor?

— Sim, sem as águias para comerem as cobras, as muitas cobras comeram todos os sapos. Sem os sapos para comerem os insetos, os muitos insetos acabaram por procurar comida na sua horta. E agora, o todo poderoso homem, tem como trazer de volta à vida as águias? Os sapos? Não pode? Então tem ele que se contentar em combater os insetos. E como faz ele? Mete venenos neles, venenos que acabam entrando na corrente sanguínea dos homens e quem perde é a vida.

Como aliado da vida, que queremos ser, jamais o homem irá atirar contra (ou destruir) qualquer componente do equilíbrio da vida.

 
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