segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

995-A Revolução de Jung em Busca do Espírito


e. Um novo Jung, maduro e firme

Mas, mesmo não tendo podido publicar tudo o que sabia sobre a dimensão espiritual, Jung disse muito.

Quem já teve contato com o mundo espiritual sabe o quanto este processo se acelera a partir do momento em que o “iniciado” se assume. E Jung, agora, era um iniciado, perdera o medo, encarava o processo com naturalidade. Entre os anos de 1918-19 começou a sair da escuridão em que se achava movido por dois fatores: por um lado, distanciou-se da voz feminina que queria convencê-lo que suas fantasias eram de valor artístico e por outro, começou a compreender as mandalas que desenhava praticamente em estado de êxtase. Todos os dias desenhava pequenas figuras circulares através das quais observava suas transformações psíquicas. Considerava-as a totalidade do "Self". À medida que as desenhava expunha-se à finalidade desta atividade, mas sabia que não podia compreender o significado a priori, a não ser através do processo em si. Dava-se conta que o desenvolvimento da psique não era um processo linear, mas circular, que "tudo tende para o centro". Esta certeza lhe permitiu encontrar paz interior e estabilidade. Era como se ele mesmo estivesse encontrando seu próprio centro. O leitor espírita precisa distinguir como espiritual aquilo que, por razões acadêmicas, Jung ainda chamava de psíquico.

Em 1927, ele teve um sonho que confirmava esta idéia. Representou-o através de uma mandala que titulou "Janela para a Eternidade". No sonho, Jung se encontrava em uma cidade de forma circular, em um ambiente nublado e escuro, em companhia de alguns suíços. Apesar deste ambiente opaco, no centro da cidade havia um lugar com uma pequena ilha no centro, onde se achava uma árvore de magnólias, que tinha luz própria. Só Jung tinha notado esta presença de luminosidade, e então compreendeu que essa era a meta. A respeito deste sonho Jung afirma "O centro é a meta e tudo se dirige para o centro. Graças a este sonho compreendi que o "Self" é o princípio e o arquétipo da orientação e do significado... reconhecê-lo para mim quis dizer ter a intuição inicial de meu próprio mito”.

Tempo para um resgate: Jung já havia sonhado com duas figuras bíblicas, a de Elias e de Salomé, acompanhadas por uma serpente negra - que afirmava pertencerem à eternidade. Jung interpretou-as como a personificação de Logos e Eros. Agora, ele via, em sonho, “a árvore da sabedoria”, descrita na Gênese. Os sonhos buscam associações para que sua interpretação se torne coerente. E parece que Jung foi competente.

Sem esta imagem ele teria perdido a orientação e abandonado o caminho que tinha iniciado. Depois de tanta escuridão tal imagem devia conceber-se como um "ato de graça", como a manifestação do numinoso, isto é, uma confortadora revelação do Sagrado.

No ano seguinte desenhou outra mandala que tinha um castelo de ouro no centro. A forma e as cores lhe sugeriam um estilo chinês. De maneira sincrônica, Richard Wilhelm – o alemão que deu início às explorações acadêmicas ocidentais sobre sabedoria espiritual chinesa, o I Ching – lhe enviava uma carta com um manuscrito de um tratado de alquimia taoísta intitulado "O mistério da flor de ouro". Esta coincidência ajudou Jung sair de sua solidão, já que lhe dava a esperança que existiam pessoas com as quais podia ter afinidade e compartilhar suas idéias.

Para Jung, estes foram os anos mais importantes de sua vida: sem cortar os laços com sua realidade de homem comum e apesar da solidão, correu o risco de inundar-se em sua própria escuridão tratando de lhe encontrar um significado e uma finalidade a tudo aquilo que experimentava. Assumiu a responsabilidade de analisar e compreender o material que o inconsciente lhe proporcionava e foi em busca de seu próprio mito.

Muito do que Jung vivenciou, estudou e escreveu enriquece o conhecimento psicológico principalmente do conhecimento europeu, cuja tradição religiosa se voltou contra Kardec a ponto de obscurecê-lo naquele continente. Não foi fácil a Freud também. Jung trazia um jeito espírita de lidar com a Psicologia. E a própria Psicologia, que se proclama ciência de estudos da mente, da alma, do logos, a partir de Jung teve também de aceitar que a alma tem outras ligações noutras direções que a ciência dos homens tem de admitir como campos de estudos. 

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