e.
Um novo Jung, maduro e firme
Mas,
mesmo não tendo podido publicar tudo o que sabia sobre a dimensão espiritual,
Jung disse muito.
Quem
já teve contato com o mundo espiritual sabe o quanto este processo se acelera a
partir do momento em que o “iniciado” se assume. E Jung, agora, era um
iniciado, perdera o medo, encarava o processo com naturalidade. Entre os anos
de 1918-19 começou a sair da escuridão em que se achava movido por dois
fatores: por um lado, distanciou-se da voz feminina que queria convencê-lo que
suas fantasias eram de valor artístico e por outro, começou a compreender as
mandalas que desenhava praticamente em estado de êxtase. Todos os dias
desenhava pequenas figuras circulares através das quais observava suas
transformações psíquicas. Considerava-as a totalidade do "Self".
À medida que as desenhava expunha-se à finalidade desta atividade, mas sabia
que não podia compreender o significado a priori, a não ser através do
processo em si. Dava-se
conta que o desenvolvimento da psique não era um processo linear, mas circular,
que "tudo tende para o centro". Esta certeza lhe permitiu encontrar
paz interior e estabilidade. Era como se ele mesmo estivesse encontrando seu
próprio centro. O leitor espírita precisa distinguir como espiritual aquilo
que, por razões acadêmicas, Jung ainda chamava de psíquico.
Em
1927, ele teve um sonho que confirmava esta idéia. Representou-o através de uma
mandala que titulou "Janela para a Eternidade". No sonho, Jung
se encontrava em uma cidade de forma circular, em um ambiente nublado e escuro,
em companhia de alguns suíços. Apesar deste ambiente opaco, no centro da cidade
havia um lugar com uma pequena ilha no centro, onde se achava uma árvore de
magnólias, que tinha luz própria. Só Jung tinha notado esta presença de
luminosidade, e então compreendeu que essa era a meta. A respeito deste sonho
Jung afirma "O centro é a meta e tudo se dirige para o centro. Graças a
este sonho compreendi que o "Self" é o princípio e o arquétipo
da orientação e do significado... reconhecê-lo para mim quis dizer ter a
intuição inicial de meu próprio mito”.
Tempo
para um resgate: Jung já havia sonhado com duas figuras bíblicas, a de Elias e
de Salomé, acompanhadas por uma serpente negra - que afirmava pertencerem à
eternidade. Jung interpretou-as como a personificação de Logos e Eros. Agora,
ele via, em sonho, “a árvore da sabedoria”, descrita na Gênese. Os sonhos
buscam associações para que sua interpretação se torne coerente. E parece que Jung
foi competente.
Sem
esta imagem ele teria perdido a orientação e abandonado o caminho que tinha
iniciado. Depois de tanta escuridão tal imagem devia conceber-se como um
"ato de graça", como a manifestação do numinoso, isto é, uma
confortadora revelação do Sagrado.
No
ano seguinte desenhou outra mandala que tinha um castelo de ouro no centro. A
forma e as cores lhe sugeriam um estilo chinês. De maneira sincrônica, Richard
Wilhelm – o alemão que deu início às explorações acadêmicas ocidentais sobre
sabedoria espiritual chinesa, o I Ching – lhe enviava uma carta com um
manuscrito de um tratado de alquimia taoísta intitulado "O mistério da flor de ouro". Esta
coincidência ajudou Jung sair de sua solidão, já que lhe dava a esperança que
existiam pessoas com as quais podia ter afinidade e compartilhar suas idéias.
Para
Jung, estes foram os anos mais importantes de sua vida: sem cortar os laços com
sua realidade de homem comum e apesar da solidão, correu o risco de inundar-se
em sua própria escuridão tratando de lhe encontrar um significado e uma
finalidade a tudo aquilo que experimentava. Assumiu a responsabilidade de
analisar e compreender o material que o inconsciente lhe proporcionava e foi em
busca de seu próprio mito.
Muito
do que Jung vivenciou, estudou e escreveu enriquece o conhecimento psicológico
principalmente do conhecimento europeu, cuja tradição religiosa se voltou
contra Kardec a ponto de obscurecê-lo naquele continente. Não foi fácil a Freud
também. Jung trazia um jeito espírita de lidar com a Psicologia. E a própria
Psicologia, que se proclama ciência de estudos da mente, da alma, do logos, a
partir de Jung teve também de aceitar que a alma tem outras ligações noutras
direções que a ciência dos homens tem de admitir como campos de estudos.
MINHA
SUGESTÃO A VOCÈ, LEITOR:
Abra
a página do blog no endereço em que as postagens continuarão sendo renovadas e
adicione-o à sua barra de favoritos para abrir sempre que você quiser. Lembro
que a partir da postagem nº 1.000 os blogs “Profecias para uma Nova Era” e
“2012, um Novo Começo” serão desativados.
O
novo endereço:
http://maioridadespiritual.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário