quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

991-A Revolução de Jung em Busca do Espírito


Um psicólogo bastante espiritualista

Se o leitor não tem muitas informações sobre Jung, o título da postagem de hoje serve uma tentativa de definir Carl Gustav Jung, suíço, que viveu entre nós de 1875 a 1961 e foi contemporâneo de Freud. Encarregou-se de melhorar muito o trabalho de Freud, de quem foi discípulo. E precisamos compreender esse homem, filho da cultura europeia, contaminada por duas correntes básicas de fé, a católica e a protestante e tendo como mestre um ateu famoso, que foi Freud. Andou muito Jung, tendo em vista a conjuntura que, acrescente-se, tinha na Universidade o terceiro pilar do tripé. Jung precisou afastar-se da Universidade e do público cliente para dedicar-se às suas pesquisas. Foi quando demonstrou competência mediúnica e pendores xamânicos. Todos os estudiosos da Psicologia irão encontrar Jung em sua trajetória. Uns o acharão muito espiritual e se agarrarão a ele em busca de explicações científicas para a alma. Outros se afastarão dele por achar que a alma não deve ser estudada.

A série que agora começa, apresentará Jung por ângulos de uma visão desconhecida da maioria dos seus leitores.

a. Superstições ou Coisa Séria?

O homem em sua necessidade constante de progresso e avanço tecnológico, com o passar do tempo, foi pouco a pouco desprezando a forma de pensamento simbólico e mítico, considerando-o como mera fantasia dos povos primitivos e antigos, assim como, se diz, contraproducentes à sua e nossa evolução.

As culturas dos povos antigos (Babilônios, Egípcios, Maias, entre outros) desenvolveram um complexo sistema de pensamento abstrato/sagrado, sendo a Kabalah, a Alquimia, a Astrologia e o Tarot, manifestações que chegaram até nós, mas que ainda são consideradas pelos profanos puras superstições. Tem-se como provável que as versões desses métodos sagrados não chegaram até nós na sua integridade, mas sim bastante alterados, do mesmo modo que os textos sagrados também o foram.

Este conhecimento universal se expressa fundamentalmente através de símbolos que os iniciados são obrigados a dominar já que as imagens míticas outorgam a possibilidade de um atalho para a conexão com o sagrado e com a memória da natureza, o que resulta totalmente inacessível por meio do pensamento lógico.

Dentro da história da Psicologia, foi C. G. Jung quem recuperou estes conhecimentos herméticos e traduzindo-os para uma linguagem psicológica; conseguiu introduzi-los na cultura ocidental moderna, revalorizando-os. Sua missão se encaminhou por compreender as manifestações do inconsciente: sonhos, fantasias, visões, alucinações, que aparecendo de forma aparentemente confusa, desconexa e caótica deviam encerrar um significado e um sentido.

É por isso que, ante as imagens que proporciona do mundo obscuro, segundo Jung, se pode tomar duas atitudes básicas: deixá-las passar lentamente – o que significa que pouco a pouco seguirão apresentando-se cada vez com maior força e até sob forma de sintoma físico – ou assumir o compromisso de trabalhar o material apresentado e tentar dar-lhe um sentido e um significado pessoal para integrá-lo à consciência. Esta segunda foi a opção de Jung, que, a partir de sua própria experiência arquetípica teceu sua teoria, amplificando-a através dos anos, enquanto percorria e vivia seu mito pessoal. Sem sabê-lo, Jung era guiado por forças invisíveis a cumprir um rol xamânico.

Entenda o mundo estudado por Jung: nas tribos animistas, o sacerdote, chamado Chamán era quem possuía a chave para penetrar no mundo dos espíritos e assim ser mediador entre a vontade dos deuses e dos homens. Sua competência de historiador, curador, sábio, conselheiro e chefe espiritual, não lhe era outorgada ao acaso. O candidato a Chamán era identificado por determinados sinais que ia mostrando ao longo de sua infância e puberdade, que consistiam em sintomas físicos e psíquicos particulares: isolamento, convulsões, visões terroríficas, enfermidades físicas desconhecidas, linguagem incoerente, etc. Por volta dos 15 anos, isolava-se o candidato em uma gruta e o submetia a uma rigorosa iniciação, a qual consistia em submetê-lo a provas que implicavam a confrontação com o mundo dos espíritos elementares da natureza. Nesta luta cruenta se o candidato saía vitorioso, os elementares o serviam como aliados e intermediários com outros espíritos dotando-o de poderes tipo curador do físico e da alma; tipo dom para interpretar sonhos; tipo capacidade para viajar no tempo e no espaço em busca de registros; tipo magia para adotar formas animais diversas; e ainda, o tipo conhecedor de ervas curativas. Se o iniciado fracassava na prova, seria vencido por estas mesmas forças sob a forma de morte ou enfermidade, loucura e sofrimento constante. Ressalte-se que este mesmo resultado era a consequência do ato de rechaçar a experiência iniciática por temor.

(Abro aqui este parêntese para convidar o leitor a rivalizar esta narrativa com dois episódios encontrados na Bíblia: a luta de Jacó contra Deus – é isso que lá está – e os 40 dias e 40 noites de jejum e tentações a que se submeteu Jesus no deserto. Ainda voltaremos a isso mais adiante).

Em sua autobiografia Mémórias, Sonhos e Reflexões, Jung descreve esta mesma experiência através da qual ele próprio entra em contato com os conteúdos de seus sonhos e visões, a escuridão e riqueza de sua psique e o enfrentamento com suas dúvidas e temores, devido às imagens que o inconsciente lhe proporcionou durante os anos 1912-1920. Foram para Jung "a matéria prima de um trabalho que durou toda a vida". Precisava achar a resposta às inquietações que as teorias e os dogmas não tinham podido lhe oferecer. Venha conosco nesta jornada que está só começando.

MINHA SUGESTÃO A VOCÈ, LEITOR:

Abra a página do blog no endereço em que as postagens continuarão sendo renovadas e adicione-o à sua barra de favoritos para abrir sempre que você quiser. Lembro que a partir da postagem nº 1.000 os blogs “Profecias para uma Nova Era” e “2012, um Novo Começo” serão desativados.

O novo endereço:
http://maioridadespiritual.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário