Um
psicólogo bastante espiritualista
Se
o leitor não tem muitas informações sobre Jung, o título da postagem de hoje
serve uma tentativa de definir Carl Gustav Jung, suíço, que viveu entre nós de 1875 a 1961 e foi
contemporâneo de Freud. Encarregou-se de melhorar muito o trabalho de Freud, de
quem foi discípulo. E precisamos compreender esse homem, filho da cultura
europeia, contaminada por duas correntes básicas de fé, a católica e a
protestante e tendo como mestre um ateu famoso, que foi Freud. Andou muito
Jung, tendo em vista a conjuntura que, acrescente-se, tinha na Universidade o
terceiro pilar do tripé. Jung precisou afastar-se da Universidade e do público
cliente para dedicar-se às suas pesquisas. Foi quando demonstrou competência
mediúnica e pendores xamânicos. Todos os estudiosos da Psicologia irão
encontrar Jung em sua trajetória. Uns o acharão muito espiritual e se agarrarão
a ele em busca de explicações científicas para a alma. Outros se afastarão dele
por achar que a alma não deve ser estudada.
A
série que agora começa, apresentará Jung por ângulos de uma visão desconhecida
da maioria dos seus leitores.
a.
Superstições ou Coisa Séria?
O
homem em sua necessidade constante de progresso e avanço tecnológico, com o
passar do tempo, foi pouco a pouco desprezando a forma de pensamento simbólico
e mítico, considerando-o como mera fantasia dos povos primitivos e antigos,
assim como, se diz, contraproducentes à sua e nossa evolução.
As
culturas dos povos antigos (Babilônios, Egípcios, Maias, entre outros)
desenvolveram um complexo sistema de pensamento abstrato/sagrado, sendo a
Kabalah, a Alquimia, a Astrologia e o Tarot, manifestações que chegaram até
nós, mas que ainda são consideradas pelos profanos puras superstições. Tem-se
como provável que as versões desses métodos sagrados não chegaram até nós na
sua integridade, mas sim bastante alterados, do mesmo modo que os textos
sagrados também o foram.
Este
conhecimento universal se expressa fundamentalmente através de símbolos que os
iniciados são obrigados a dominar já que as imagens míticas outorgam a
possibilidade de um atalho para a conexão com o sagrado e com a memória da
natureza, o que resulta totalmente inacessível por meio do pensamento lógico.
Dentro
da história da Psicologia, foi C. G. Jung quem recuperou estes conhecimentos
herméticos e traduzindo-os para uma linguagem psicológica; conseguiu
introduzi-los na cultura ocidental moderna, revalorizando-os. Sua missão se
encaminhou por compreender as manifestações do inconsciente: sonhos, fantasias,
visões, alucinações, que aparecendo de forma aparentemente confusa, desconexa e
caótica deviam encerrar um significado e um sentido.
É
por isso que, ante as imagens que proporciona do mundo obscuro, segundo Jung, se
pode tomar duas atitudes básicas: deixá-las passar lentamente – o que significa
que pouco a pouco seguirão apresentando-se cada vez com maior força e até sob
forma de sintoma físico – ou assumir o compromisso de trabalhar o material
apresentado e tentar dar-lhe um sentido e um significado pessoal para
integrá-lo à consciência. Esta segunda foi a opção de Jung, que, a partir de
sua própria experiência arquetípica teceu sua teoria, amplificando-a através
dos anos, enquanto percorria e vivia seu mito pessoal. Sem sabê-lo, Jung era
guiado por forças invisíveis a cumprir um rol xamânico.
Entenda
o mundo estudado por Jung: nas tribos animistas, o sacerdote, chamado Chamán
era quem possuía a chave para penetrar no mundo dos espíritos e assim ser
mediador entre a vontade dos deuses e dos homens. Sua competência de
historiador, curador, sábio, conselheiro e chefe espiritual, não lhe era
outorgada ao acaso. O candidato a Chamán era identificado por
determinados sinais que ia mostrando ao longo de sua infância e puberdade, que
consistiam em sintomas físicos e psíquicos particulares: isolamento,
convulsões, visões terroríficas, enfermidades físicas desconhecidas, linguagem
incoerente, etc. Por volta dos 15 anos, isolava-se o candidato em uma gruta e o
submetia a uma rigorosa iniciação, a qual consistia em submetê-lo a provas que
implicavam a confrontação com o mundo dos espíritos elementares da natureza.
Nesta luta cruenta se o candidato saía vitorioso, os elementares o serviam como
aliados e intermediários com outros espíritos dotando-o de poderes tipo curador
do físico e da alma; tipo dom para interpretar sonhos; tipo capacidade para
viajar no tempo e no espaço em busca de registros; tipo magia para adotar
formas animais diversas; e ainda, o tipo conhecedor de ervas curativas. Se o
iniciado fracassava na prova, seria vencido por estas mesmas forças sob a forma
de morte ou enfermidade, loucura e sofrimento constante. Ressalte-se que este
mesmo resultado era a consequência do ato de rechaçar a experiência iniciática
por temor.
(Abro
aqui este parêntese para convidar o leitor a rivalizar esta narrativa com dois
episódios encontrados na Bíblia: a luta de Jacó contra Deus – é isso que lá
está – e os 40 dias e 40 noites de jejum e tentações a que se submeteu Jesus no
deserto. Ainda voltaremos a isso mais adiante).
Em
sua autobiografia Mémórias, Sonhos e
Reflexões, Jung descreve esta mesma experiência através da qual ele próprio
entra em contato com os conteúdos de seus sonhos e visões, a escuridão e
riqueza de sua psique e o enfrentamento com suas dúvidas e temores, devido às
imagens que o inconsciente lhe proporcionou durante os anos 1912-1920. Foram
para Jung "a matéria prima de um trabalho que durou toda a vida".
Precisava achar a resposta às inquietações que as teorias e os dogmas não
tinham podido lhe oferecer. Venha conosco nesta jornada que está só começando.
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