sábado, 30 de junho de 2012

Reencarnação: nem tudo é fácil (IV)


133. Qual a evidência da reencarnação?
        
Infelizmente, o homem moderno não consegue admitir que o seu pensamento tenha mergulhado num denominador espiritual muito baixo por conta da invenção de salvadores para nossa travessia do corpo para a vida eterna e,  assim, tem procurado "evidências", “provas”, tem querido obter certeza para tudo que esteja relacionado àquilo que a materialidade nem sempre consegue explicar. Esse é o resultado do sepultamento da idéia de sagrado.
Sem levar em conta o Sagrado que percebemos mas não conseguimos explicar, a ênfase mais comum da Reencarnação passou a ser vista como o fenômeno das recordações de "vidas passadas", com o intuito de recordar detalhes dessas supostas vidas anteriores. Isso pode ser obtido através da hipnose ou da recordação espontânea ou intuitiva, fenômeno que se chama "dejá vu".
Certos movimentos ocultistas que têm se infiltrado nas igrejas pentecostais têm usado a técnica da regressão a vidas passadas, uma prática totalmente condenada na Palavra do próprio Deus que inspirou a Bíblia por eles usada.
Por enquanto as provas buscadas que possam comprovar a doutrina da Reencarnação, são o ato de encontrar na mente humana lembranças de vidas passadas, que de fato, existem, mas, novamente sem comprovação, pois se o João da Silva lembrar-se que viveu como Pedro de Oliveira e que seu corpo está enterrado no cemitério das Cucuias, lá, certamente, não existirá uma tumba com uma lousa com este registro, porque, há 200 anos atrás, essa não era uma prática corrente nos cemitérios. Imagine-se então vidas que tenham ocorrido há 500 ou mais anos...
Hoje sim, os cartórios, os cemitérios, os batizados, tudo fica escrito.
De maneira irresponsável, pessoas sem competência para tanto andam conduzindo outras pessoas em experiências de regressão de consciência em busca de registros de vidas passadas. Encontram. Mas, não comprovam nada e os efeitos desta experiência podem danosos àquele que se submete a ela.
Esse exercício é tão delicado quanto mexer na formatação do DNA biológico. A ciência dos homens não pode brincar com a Ciência de Deus.
As igrejas baixo-pentecostais, aquelas da fé aliada à prosperidade, andam se baseando em evidências do tipo das visões, profecias, revelações e outras coisas que lá na própria Bíblia que eles tanto invocam estão condenadas.
Alguns relatos de vidas passadas feitos por pessoas sob o efeito da hipnose podem ser atribuídos à sua própria fantasia ou pelo fato de estar a pessoa hipnotizada sob o comando mental do hipnotizador. O argumento é usado por aqueles que pretendem negar a hipótese da reencarnação, mas não é um argumento burro, pois se sabe que isso é possível. Quando assisto um culto em certas igrejas pentecostais e alguém começa a dizer: “O Senhor está me revelando...”, tenho vontade de ir à frente e puxar as orelhas desse cristão raquítico, que deseja apenas chamar a atenção dos visitantes, melhor dizendo, dos ignorantes que o ouvem e vêm. Não entendem nada de revelação, pois são eles mesmos que condenam a mediunidade e em se tratando de mediunidade, jamais a mente de Deus viria a ser sintonizada por um simples mortal em processo de encenação e pantomima diante dos fiéis de sua igreja.
A edição de junho/1985 da revista "Hipnotic Misrecall" (Recordação Hipnótica Indevida) declara o seguinte: “Os pesquisadores descobriram que as pessoas sujeitas à hipnose haviam improvisado livremente, preenchendo os detalhes esquecidos por passagens fabricadas segundo o estilo do autor. Vários outros estudos levaram à conclusão de que embora um sujeito pareça recordar-se melhor das coisas passadas, quando está sob efeito hipnótico,  o aumento de detalhes registrados vem geralmente acompanhado da perda de evidência. Certos preconceitos do hipnotizado e do hipnotizador podem em muito distorcer as recordações da mente. Por exemplo, uma pessoa hipnotizada  pode se deixar conduzir mais facilmente pelas perguntas direcionadas do que outra pessoa em condições normais” (p. 73).
No entanto, outras revistas e em muito maior número e com maior credibilidade, vêm apresentando notícias extraordinárias valendo-se das impressões digitais. Sabemos todos que aqueles caracóis que nossos dedos desenham sobre o papel quando imprimimos nossa marca individual na Cédula de Identidade ou no Passaporte, não têm similar no universo das pessoas de toda a humanidade. Este é uma prova de que somos únicos, sem cópias, por obra de Deus. Nos registros dos Institutos de Identificação estão sendo buscadas provas de que o sujeito que viveu há 130 anos passados está de volta noutro corpo e com a mesma impressão digital.
Mas, isso não é bastante, ao menos, para algumas pessoas colocarem as barbas de molho. Em seu livro "Reincarnation and Christianity" (Reencarnação e Cristianismo), o Dr. Robert Morey afirma que "um transe hipnótico é o exato estado mental, ao qual os médiuns e as bruxas têm se auto-induzido durante séculos, a fim de se entregarem ao controle demoníaco dos maus espíritos" (p. 24).
Se é esse o caso, não é difícil imaginar um ser demoníaco apossando-se da vontade do sujeito hipnotizado, a fim de se comunicar através do mesmo afirmando o que ele bem entender. Um demônio, com acesso a muitos séculos de informação histórica, poderia organizar uma pauta, fazendo o hipnotizado falar (ou agir) sobre o assunto da mesma, dando a idéia de que o hipnotizado está se recordando de vidas passadas. Verdade, isso é possível, mas para usar esta argumentação o analista tem por obrigação de aceitar que também os bons espíritos podem atuar nos médiuns com intuito de ajuda, coisa que os adversários da reencarnação não aceitam. Não aceitam e argumentam: “Como Satanás é o pai da mentira, com apenas 20 de mentira e 80% de verdade, ele induz a vítima do transe a fazer com que todos acreditem no que o demônio está falando, até mesmo um cristão que se acha profundo conhecedor da Bíblia. Os demônios se divertem bastante à custa das pessoas crédulas, imitando personagens importantes da antiguidade e levando-as a crer que foram alguns desses tipos. Um exemplo comum é o de pessoas que ficam inteiramente convencidas de que são uma reencarnação de Cleópatra! Isso poderia ser engraçado, se não fosse tão trágico”.
E obviamente o mesmo argumento pode ser usado para definir o papel do pastor que insufla seus fiéis a acreditarem na divindade de suas palavras. Tanto uma coisa como a outra pode ser coisa do diabo. Não dá para ser radical, nem burro.

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