quinta-feira, 21 de junho de 2012

De Simão Pedro a Pietro Ubaldi (IX)

124. A modernidade dos conceitos


Em “A Grande Síntese, Deus e Universo e O Sistema”, inspirados por “Sua Voz”, Pietro Ubaldi apresenta a nossa origem espiritual. Retira de nós aquela idéia de que fomos criados ao nascer neste mundo ou segundo a velha teoria de Adão e Eva, ambas incompatíveis com a evolução e a sabedoria divina. A nossa criação, conforme o pensamento ubaldiano, foi uma criação de Deus, mas daquele Deus do Evangelho: “Deus é Amor”. Pietro Ubaldi trouxe uma verdade que abalou os alicerces de muitas religiões, porque a ela chegamos através da fé raciocinada e da lógica, e não somente pela crença, como se fazia outrora. Diz-nos Deus e Universo: “Podemos agora compreender o nosso universo. Ele é uma criação negativa, não a originária, uma segunda, derivada e corrompida, conseqüência da primeira. Aqui, o primeiro sistema se inverteu e o vemos revirado. Aqui, o espírito eterno e perfeito se precipitou na matéria caduca e imperfeita. O amor tornou-se físico, de corpos prontos a entrarem em decomposição. Aqui, a existência eterna se despedaçou no ciclo em que gravitam, como duas metades, os dois opostos vida-morte, encerrados no tempo. A felicidade naufragou na dor, o espírito infinito se enclausurou no limite do finito. A medida originária, incorrupta do ser não é o tempo, mas a eternidade; não é o finito, mas o infinito; não é o relativo, mas o absoluto; é assim para  cada qualidade humana, da qual só restaram ruínas. Explica-se, desta forma, por que o instinto mais forte e a maior alegria do ser sejam a superação do limite. É que eles significam a reaproximação do centro e o reencontro com o originário infinito”. Como vemos, a criação dos espíritos, a primeira, foi espiritual, de seres que tinham as mesmas qualidades positivas de Deus, e não qualidades opostas a Ele, porque, se Deus é perfeito, não poderia criar seres imperfeitos. Se caímos e nos afastamos de Deus, agora estamos de volta, reconquistando as qualidades do amor e da sabedoria.
Simão Pedro, numa visão rápida, há dois mil anos, já havia captado nossa criação e deixou escrito em suas Epístolas às futuras gerações: “Deus não poupou a anjos, quando pecaram, mas lançou-os no inferno e os entregou aos abismos de escuridão, para serem reservados para o juízo. Portanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo pleno conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar nelas de novo e são vencidos, torna-se o seu último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não terem conhecido o caminho da injustiça, do que, depois de o conhecerem, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Porque lhes há sucedido o que diz o verdadeiro provérbio: voltou o cão ao seu vômito, e a porca lavada a revolver-se no lamaçal. Amados, somente disto não vos deveis esquecer: de que um dia diante do Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns entendem, mas Ele é longânimo para convosco, não querendo que alguns pereçam, mas que todos venham ao arrependimento”. Aqui, encontramos exatamente a teoria apresentada por Ubaldi em seus três livros teológicos.
TAREFAS HARMONIOSAS
Pietro Ubaldi desempenhou a sua tarefa com harmonia, amor, bondade, conhecimento e profundo espírito de justiça. Os acontecimentos espirituais de sua vida foram tão harmônicos que lhe deram condições de prever o término de sua Obra e com ela o fim de sua existência terrena. No capítulo “Entrevista com Pietro Ubaldi”, na segunda parte deste livro, o leitor se depara com esta afirmativa: “O livro Cristo será o coroamento da Obra, o vértice da pirâmide e também o ponto final de minha vida e o término de minha missão”. Mais adiante, vamos encontrar: “No Natal de 1971, estará tudo acabado, exatamente, porque a Obra foi iniciada no Natal de 1931 e vai durar 40 anos, no meio do século XX, com 20 anos antes e 20 anos depois”. Em seu livro Profecias, concluído no Natal de 1955 e publicado no ano seguinte, ele havia feito essa mesma previsão. O que levou Pietro Ubaldi a prever com tanta antecedência tais acontecimentos? Sem dúvida, a harmonia com a qual eles se realizavam. Exatamente, como fora previsto, o Apóstolo de Cristo encerrou sua missão no dia 25 de dezembro de 1971 e desencarnou dois meses depois, em 29 de fevereiro de 1972.
Simão Pedro exerceu, também, um ministério harmonioso. Sempre teve grande habilidade para contornar os fatos e exercer a sua tarefa missionária. Isso prova que estava, constantemente, em contato com as forças do bem. Na Boa Nova, encontramos muita serenidade no antigo Pescador de Cafarnaum, sua calma e suas ponderações inspiravam confiança a todos os companheiros, que tinham por ele profundo respeito. Logo após a crucificação de Jesus, narra-nos o Evangelho, que Maria Madalena foi ao túmulo e, não encontrando o corpo do mestre, foi correndo avisar a Simão Pedro e a João (o Evangelista) e ambos foram juntos, mas João andou mais rápido e chegou primeiro, mas não entrou no túmulo e esperou que Pedro tomasse o seu lugar. Em Paulo e Estevão, diz-nos Emmanuel: “em todo o curso da discussão, a figura de Pedro era a mais impressionante pela augusta serenidade do semblante tranqüilo”. Era o tipo de homem que vivia em paz com sua consciência, pelo dever cumprido. Em outra passagem, o mesmo Emmanuel nos afirma: “A atitude ponderada de Simão Pedro salva a igreja nascente”. Mesmo quando era libertado das prisões, havia paz e tranqüilidade, porque, não raro, os anjos o libertavam, e estes são silenciosos.”

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