sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mestres de Luz (XI)


104. Reencarnações de Allan Kardec (I)

Das existências de Allan Kardec tem sido possível resgatar cinco, como demonstraremos adiante.
Para que um Espírito alcance a evolução alcançada por Allan Kardec são necessárias várias encarnações. E assim o foi com ele. Antes de renascer pela última, em Lyon, no ano de 1804, o que se sabe é o que o codificador fora um sacerdote druida, na Gália antiga, ao tempo em que Júlio César imperava no mundo.
Essa notícia quem nos dá é Henri Sausse, o maior biógrafo de Kardec, seu contemporâneo. As duas outras biografias são muito curtas e pouco nos dizem de Kardec; uma de Camille Flammarion, constante do discurso que pronunciou à beira do túmulo do mestre (Óbras Póstumas, da FEB); e a outra, divulgada pela Revue Spirit, de maio de 1869.
Henri Sausse fez excelente trabalho, agora inserido na obra "O que é o Espiritismo?", edição da FEB.
Vejamos o que afirma Henri Sausse:
—"Uma noite, seu Espírito, Z, deu-lhe por um médium, uma comunicação toda pessoal, na qual lhe dizia, entre outras coisas, tê-lo conhecido em precedente existência, quando ao tempo dos druidas. Viviam juntos nas Gálias, ele se chamava, então, Allan Kardec, e como a amizade que lhe havia votado só fazia aumentar, prometia-lhe esse Espírito secundá-lo na tarefa muito importante a que ele era chamado e que facilmente levaria a termo".
Isso ocorre na casa de Emille Charles Baudin, e Z, como se sabe, era a abreviatura de Zéfiro. Naquela época, nas Gálias, Allan Kardec era superior a Zéfiro, na hierarquia sacerdotal. Em termos de evolução espiritual, Kardec também lhe estaria acima, conforme se lê em Obras Póstumas.
Em outro trecho de seu trabalho biográfico, Henri Sausse registra:
—"Sendo o seu nome muito conhecido no mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos druidas. A revelação de Zéfiro, Espírito guia de Rivail, fora altamente benéfica ao movimento que se iniciava, talvez dali tenha partido o toque intuitivo que levaria o famoso discípulo de Pestalozzi a adotar o nome que usara em encarnações precedentes: Allan Kardec".
Pretendendo homenagear o movimento druídico, Allan Kardec escreveu um ano depois do aparecimento de "O Livro dos Espíritos", interessante artigo sobre o Espiritismo entre os druidas, divulgado na Revue Spirit de abril de 1858.
André Moreil também chama a atenção dos espíritas para essa espécie de homenagem do codificador ao druidismo.

As cinco reencarnações conhecidas de Kardec, são:
Em torno de 531 anos antes de Cristo, viveu num planeta da Constelação de Órion.
Entre os anos 58 a.C e 44 a.C foi um sacerdote driuda, na Gália, hoje França.
Entre 1369-1415 de nossa Era foi Jan Huss, filósofo, reformador religioso, na Boêmia, hoje República Tcheca.
Entre os anos 1804-1869 de nossa Era foi Hippolyte Leon Denizard Rivail, pedagogo, em Lyin, França.

Considerando que Júlio César imperou na Gália de 58 a.C. a 44 a.C., é nessa faixa que temos de localizar a segunda encarnação do codificador, àquela época, isto porque conforme esclarecimento anterior pela médium Caroline, fora revelado que tal existência ele vivera ao tempo em que aquele notável guerreiro imperava sobre o mundo, inclusive a Gália.

Vejamos agora a sua existência no século XIV, encarnando a figura estóica e varonil de Jean de Husinec (Jan Huss que, em tcheco, quer dizer ganso ou pato). A notícia dessa outra encarnação foi dada psicograficamente através da médium Ermance Dufaux, no ano de 1857. O registro do fato, que também se achava na livraria de Leymarie e foi copiado por Canuto Abreu, teve, com a invasão nazista, os originais destruídos.

Jan Huss, reformador tcheco, filho de camponeses, nasceu em Husinec, em 1369. Após ser queimado vivo pela Igreja, por decisão do Concílio de Constança, no ano de 1415, acabou tornando-se herói da Boêmia herética. Sua fama não é apenas literária. Descontente das suas preciosas obras, Jan Huss simboliza o ponto de partida de um movimento de idéias.
Por volta de 1400, Jan Huss sofreu terrível crise religiosa, com o que aprofundou seus estudos do Cristianismo. Foi nomeado, então, pregador da Capela de Belém, em Praga, capital da Boêmia.
Carlos IV subiu ao poder e, alimentando as aspirações dos tchecos, acabou favorecendo a revolta de Praga contra os abusos eclesiásticos. Jan Huss era abertamente pela reforma e pela preponderância nacional da Boêmia.
O tempo correu. Mais tarde, Jan Huss entra em luta contra o papa João XXIII, atacando a venda das indulgências e a política agressiva do Vaticano. Jerônimo de Praga se engajou também na luta, mas o Rei de Nápoles estabeleceu a pena de morte para quem ofendesse o papa.
No dia 6 de fevereiro de 1415, Jan Huss foi, afinal, condenado e logo executado. Conduzido a um terreno baldio, despiram-no, amarraram-no a um poste e queimaram-no vivo. Em meio às labaredas, ouviram-no dizer: "Hoje queimam um pato, mas amanhã virá um cisne de luz que as chamas não alcançarão".
Atestam os historiadores que Jan Huss era uma alma boa, sensível, piedosa, pulcra e honesta. Deu grande importância à pureza do Cristianismo, pregando sempre que a verdadeira igreja era a do Cristo. (continua)

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