domingo, 17 de junho de 2012

De Simão Pedro a Pietro Ubaldi (V)

120. Cristo, a Figura Central


Cristo sempre foi a figura central para Pietro Ubaldl e lhe apareceu muitas vezes. Em uma delas perguntou-lhe se estava disposto a cumprir junto Dele uma missão, mas para isso era necessário muita disciplina... Ubaldi, prontamente, deu o seu consentimento. Cristo foi o último volume, o coroamento de toda a Obra. “A função do Cristo foi, pois, a de fazer descer a Lei do Pai dos Altíssimos Planos do Absoluto — tão longe da realidade de nossa vida — até o nível humano, convertendo aquela Lei numa norma ética, diretora de nossa conduta. Cristo expressou assim a qualidade central da Lei, que é a positividade (Sistema), em oposição à qualidade dominante do mundo, que é a negatividade (Anti-Sistema). Cristo expressou tal positividade na forma de retidão, isto é, de prática da honestidade e da justiça, indicada como meio de endireitar o emborcamento provocado pela queda, ou seja, como meio de redenção e salvação”.
Pietro Ubaldi tomou esse Cristo a sério, vivendo uma vida cristocêntrica e assumiu com Ele os três compromissos, já de nosso conhecimento: “Senhor, eu sou o Teu servo, nada mais quero do que isto”, “Senhor, eu me ofereço a Ti pela salvação do mundo” e “Senhor, seguir-Te-ei até à Cruz”.
O Novo Testamento registra a mesma dedicação de Simão Pedro a Cristo e à Mensagem de salvação que o Messias legou para toda a humanidade. Em suas Epístolas, o Apóstolo aconselha: “Como filhos da obediência, não vos conformando com as cobiças que antes tínheis no tempo da vossa ignorância, mas assim como santo aquele que vos chamou, tornai-vos, vós também, santos, em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: sereis santos, porque eu sou santo”. Quando o Mestre ainda peregrinava neste mundo, muitos de seus seguidores se retiraram... “Perguntou, então, Jesus aos doze: quereis vós também retirar-vos? Respondeu-Lhe Simão Pedro: Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecemos que Tu és o Santo de Deus”. Esta foi uma posição e um compromisso assumido para com o Cristo, que se tornou a figura central na vida do Pescador de Cafarnaum.
AMOR A CRISTO
Pietro Ubaldi se identificou tanto com o Cristo que, a ele, podemos aplicar aquelas palavras de São Paulo: “Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. O próprio Ubaldi nos afirma em seu livro “Ascese Mística”: “O Cristo histórico, realmente, morreu, e parece ter acabado. Mas, existe um Cristo mais profundo e ele continua vivo. É Deste que falo. Ele está vivo na minha sensação e na minha paixão. O verdadeiro Cristo é uma realidade e uma sensação imensa que repele imagens. É um infinito que se conquista por sucessivas aproximações, à medida que o espírito sobe, aos vários planos de conhecimento de Cristo, os quais são uma revelação progressiva de sua essência divina. Cristo! Tu és a bondade que acaricia, o amor que inflama, a luz que guia. É também a prova que me cabe, para o meu bem, a dor que liberta, a morte que me restitui a vida. É este Cristo imaterial, interior, vivente e presente que eu sinto, respiro, vivo, que penetra e se identifica comigo. Se a sensação de Deus se alcança essencialmente através da mente, a sensação de Cristo se toca essencialmente através do coração”. São inúmeros, os períodos da vida de Pietro Ubaldi, em que ele revela o seu imenso amor a Cristo e a Sua personalidade sob diferente ângulos.
Para confirmar o grande amor que Simão Pedro tinha a Cristo, basta assinalar o seu papel na continuação do trabalho messiânico feito por Jesus e aqueles dois episódios conhecidíssimos, do Evangelho. O primeiro quando Pedro negou o Mestre pela terceira vez: “Virando-se o Senhor, olhou para Pedro; e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Hoje, antes de cantar e, galo, três vezes me negarás. E saindo para fora, chorou amargamente”. Este fato não foi somente de arrependimento, mas, sobretudo, de amor. Ele amava o Mestre de todo o coração e por isso chorou amargamente. O segundo episódio é narrado por João, dizendo que Jesus depois da crucificação apareceu a sete discípulos e os convidou a almoçar. “Depois de terem almoçado, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Ele respondeu: sim, Senhor, Tu sabes que Te amo. Ele lhe disse: apascenta os meus cordeiros. Segunda vez perguntou-lhe Jesus: Simão, filho de João, amas-me? Ele respondeu: sim, Senhor, Tu sabes que Te amo. Ele lhe disse: pastoreia as minhas ovelhas. Terceira vez perguntou-lhe Jesus: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se por Ele lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? Respondeu-lhe: Senhor, Tu conheces todas as coisas, Tu sabes que Te amo. Disse-lhe Jesus: apascenta as minhas ovelhas”. O discípulo somente é fiel a seu Mestre, quando o ama. E Simão foi absolutamente fiel a Cristo até a morte.

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