quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ainda em busca da Luz

110. A reencarnação antes de 1850

O leitor deve ter notado que numa série de postagens recentes viemos abordando reencarnações e outros temas espiritualistas num aparente desvio da temática da Nova Era, como é a proposta do blog. Na verdade, a Nova Era será profundamente espiritual e o papel do blog nada mais é que preparar a mente de seus leitores para o que há de vir. Então, agora, vamos ao que se falava de reencarnação antes das obras de Kardec.
A filosofia trabalha com possibilidades. O homem filósofo não tem medo do novo. Já o homem dogmático esta preso ao que considera “verdade” fechando sua mente. No ocidente o termo reencarnação se tornou polêmico, mas nem sempre foi assim. A Filosofia te dá ferramentas para chegar à sabedoria. A religião considerada a mais antiga da humanidade é o hinduísmo. E boa parte da base das religiões vigentes se baseou no livro hindu, dos Vedas. O hinduísmo prega a reencarnação. O budismo também. O Livro dos Mortos Tibetanos, o Bardo Todol, fala dessa passagem desta vida para a vida após a morte. Morre o corpo, mas a vida continua. A alma é imortal, segundo Platão.
O mitraísmo, da região da antiga pérsia, também falava de reencarnação. Os 3 reis magos, da Bíblia, eram astrólogos e astrônomos. Na Antiguidade, astrologia e astronomia eram estudadas juntas. A astrologia ligada mais ao lado psicológico, estudava o por que; e a astronomia ligada mais ao lado da matemática, das leis, estudava o como. Então, esses reis eram sacerdotes do mitraísmo, da região da Pérsia, que se guiando através da estrela de Belém, foram ao encontro, pelo deserto, de um grande Mestre que acabava de nascer: Jesus Cristo. Os 3 presentes dos 3 reis magos, o ouro, incenso e mirra, simbolizam que estava nascendo um homem de ouro, uma divindade, e que sofreria, já que a mirra é uma erva amarga, e o incenso era dedicado aos deuses entre os pagãos.
O taoísmo, também, assim como o confucionismo, todas essas religiões falam de um sopro de vida que volta através de diversas reencarnações.
O fogo é símbolo do espírito, pois está sempre na posição vertical e tem sua qualidade de transmutação. Já a água é símbolo da matéria, pois está sempre na horizontal.

As religiões pré-colombianas (Asteca, Maia e Inca), também acreditavam em reencarnação.
No Antigo Egito, quando uma pessoa morria, o Deus Anúbis, o Deus Chacal, levava essa alma para um lugar para pesar numa balança seu coração com a pena da Deusa Maat. Se o coração pesasse mais do que a pena, essa pessoa tinha que voltar a reencarnar. Pois para um coração pesar menos do que uma pena tem que ter em sua totalidade aspectos espirituais, se tivesse algum aspecto material, se estivesse ainda ligado a algum aspecto material, é por que tinha a necessidade de viver a experiência material aqui nesse nosso mundo.
A antiga religião grega, a religião órfica, também falava em reencarnação. Os romanos também. Já no judaísmo, essa religião era dividida em 3 grupos: fariseus, saduceus e essênios. Há fortes indícios que José, pai de Jesus, e o próprio Jesus, eram essênios. E os essênios acreditavam em reencarnação. Assim como Jesus e os apóstolos. Os essênios viviam na periferia de Jerusalém, numa vida monástica.
As religiões indígenas, africanas, americanas, também acreditavam em reencarnação. Uma das interpretações errôneas sobre a reencarnação é acreditar que o homem voltaria a reencarnar como animal ou vegetal. O homem não evolui a tal ponto de reencarnar em animal ou vegetal. Quando na Índia se dizia que nasceria um homem com cabeça de elefante, queria dizer que nasceria um sábio, pois o elefante na Índia é símbolo da sabedoria: tem orelhas grandes e boca pequena, pois mais escuta do que fala, tem o peso do saber que faz a terra tremer, e a leveza de deixar um formigueiro passar, e ao grito da matriarca, da líder, todos os outros elefantes a seguem, como seguem os sábios ao esse sábio ensinar.
No Antigo Egito, um homem com cabeça de chacal queria dizer que nasceria um homem que veria a corrupção em volta com mais facilidade, pois o chacal vê no escuro, como o gato.
Platão fala que em épocas materialistas, o homem perde sua visão simbólica, as religiões decaem e as mitologias se esvaziam. Isso acontece tanto no ocidente quanto no oriente.
O sacerdote cristão Orígenes de Alexandria, que era neoplatônico, já falava em reencarnação. Não eram raros os cristãos na época do cristianismo primitivo que acreditavam em reencarnação.
O termo reencarnação foi tirado da bíblia no concílio de Constantinopla, no ano 553. Está registrado. Dizem que a mulher de certo imperador mandou matar as mulheres que conheciam seu passado sombrio antes de se tornar mulher do imperador, e o povo dizia que por causa disso ela reencarnaria diversas vezes como uma mulher devassa. Então o imperador que também mandava na igreja mandou tirar o termo reencarnação da Bíblia.
A volta de Elias como João Batista pode ser um forte indício de reencarnação. Assim como também numa passagem da Bíblia que pode ser interpretada de duas maneiras: Jesus disse: “Em verdade vos digo, só entrará no Reino dos Céus aquele que nascer de novo!” Esse nascer de novo podia estar ligado a uma próxima vida, ou na vida presente se convertendo a praticar o cristianismo, a virtude, nascendo já, agora, o homem novo.
Um dos princípios que justificam a reencarnação é a evolução. A reencarnação é um presente da natureza para continuarmos evoluindo e para pagar o karma negativo que geramos em vidas passadas.
Islamismo, judaísmo e cristianismo surgiram de uma mesma fonte. São irmãos. Abraão não podendo ter filho com sua mulher, teve filho com uma escrava, que se chamou Ismael. E Deus diz na bíblia sobre Ismael: “Farei de ti uma grande nação!”. Depois, a mulher de Abraão, mesmo depois de avançada idade, consegue ter um filho, que se chamou Isaac. Os árabes se consideram filhos de Ismael, e os hebreus se consideram filhos de Isaac. E como disse certa vez um dos doutores da igreja, todo bom cristão é um bom judeu e muçulmano; todo bom judeu é um bom muçulmano e cristão e todo muçulmano é um bom judeu e cristão. 

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