sexta-feira, 29 de junho de 2012

Reencarnação: nem tudo é fácil (III)


132. Qual é a Atração da Reencarnação?

O mais óbvio apelo da Reencarnação para os ocidentais é a promessa de que a vida continua e que temos muitas chances de torná-la melhor, cada vez mais, conforme o nosso desejo. Existindo a Reencarnação o homem não precisa fazer uma reconciliação com o Deus Justo apenas nesta vida, nem ainda tratar os semelhantes com amor e respeito apenas nesta vida. Os desinformados adversários da Tese da Reencarnação argumentam: se o homem tem tantas vidas quantas forem necessárias a fim de conseguir a perfeição, ele pode pensar: "Por que não aproveitar bem esta vida presente, deixando para praticar o bem e reconciliar-me com Deus somente na próxima?"
Ninguém tem o direito de pensar assim porque todo exagero cometido agora irá se transformar em carestia imediatamente. Melhor dizendo: toda a abundância indevida retornará como devolução daquilo que nos pertenceria por justiça. Ele não pode pensar de forma diferente porque toda a dívida da vida exuberante vivida em prejuízo dos outros terá de ser quitada logo a seguir. Argumentam que a necessidade de se reconciliar com Deus, realmente, não existe para os verdadeiros reencarnacionistas, visto como estes não crêem num Deus pessoal (o Deus da Bíblia). E é certo o argumento. O apogeu, o acme, o píncaro nunca serão benesses de um Deus que se deixa influenciar por elogios e agrados e sim conquistas do homem, méritos seus. Dizem também, por causa dessa forma de pensar, que a Reencarnação anda de mãos dadas com o Panteísmo, que ensina o seguinte: "Deus é tudo e tudo é Deus", inclusive o ser humano.
As igrejas neo-pentecostais estão praticamente admitindo o Panteísmo, quando procuram elevar a auto-estima de seus membros, transformando o Espírito de Deus num "office boy", que lhes atende todos as ordens: Eu não aceito! Eu exijo! Eu decreto!, etc.
A desinformação é uma monstruosidade na vida das pessoas. As doutrinas do Panteísmo e da Reencarnação constituem a pedra fundamental do Hinduísmo e do Budismo. Este último tem penetrado disfarçado rapidamente nas igrejas evangélicas, religiões que têm ganho, nos últimos anos, ampla aceitação no mundo ocidental.
Na verdade, o materialismo ensinado no Ocidente levou as pessoas a pensarem Deus como um celeiro a liberar bênçãos econômicas. E a idéia de felicidade ou realização foi atrelada ao poder do dinheiro.
Em seu livro "Miracles" (Milagres), C. S. Lewis, o grande escritor cristão, fala o seguinte sobre o Panteísmo e a Reencarnação: “O Panteísmo agrada a nossa mente, não porque seja o estágio final de um demorado processo de iluminação, mas por ser quase tão antigo como o somos. Ele até pode ter sido a religião mais primitiva de todas. Tem, de fato, uma natural e permanente aceitação da mente humana... O nível permanente ordinário mais baixo no qual mergulha o homem... e acima do qual seus próprios esforços jamais poderão conduzi-lo" (ps. 84-85).
O que os analistas de plantão jamais poderão fazer, porque isso é uma tremenda desonestidade, é juntar reencarnação com a soma de panteísmo e religiões neo-pentecostais. Esse casamento nunca existiu.
E outra coisa: tem gente usando a expressão panteísmo sem saber do seu exato conceito. O mais usual é dizer que ele contradita o monoteísmo. E se por monoteísmo se entende Jeová, na figura antropomórfica criada pelos judeus para imaginar seu Deus, sim, o panteísmo é a antítese. Mas, se tomar por panteísmo a idéia de um Deus espiritual que se manifesta aos homens através da imensa obra ecológica, estamos chegando perto de nos entender. O Deus panteísta é aquele perpassa tudo, permeia tudo e está manifesto numa borboleta tanto quanto no sorriso de uma criança, como evidentemente também no gesto caridoso de qualquer cristão para com o seu próximo. É claro que fica mais difícil entender “esse Deus” quando queremos “outro Deus” que apenas olhe para os meus interesses pessoais e engorde a minha conta a ponto de fazer sobrar muito dinheiro para entregar ao pastor da minha agremiação religiosa. Piorando o raciocínio que já é precário: e nunca perguntar para onde vai essa grana.
Para ser bem claro, curto e grosso: isso nada tem de divino, nem se sagrado. Não desse jeito.
Como é que pode ser sério o pastor dizer diante das câmeras de TV que todo o dinheiro enviado a ele é um presente dos fiéis a Deus?
E o pior é que tem milhões de pessoas acreditando nisso. Fala sério!!!!

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