domingo, 1 de julho de 2012

Reencarnação: nem tudo é fácil (V)


134. Será que a Bíblia ensina a Reencarnação?

Já citamos anteriormente a dificuldade enfrentada pelos pregadores, como Jesus e seus apóstolos, dada a limitação do estado de consciência do povo à época.
Em paralelo à ignorância generalizada e provocada pelos governos ilegítimos na região, havia os gnósticos, já abordados em outras postagens, oriundos de um período áureo do conhecimento humano com eixo em Alexandria, onde se dava seqüência aos estudos pioneiros de Sócrates, Aristóteles, Platão, Pitágoras, Confúcio e muitos outros. Mas, a cátedra dessa, digamos, elite filosófica, não podia ser levada ao povão. E a missão de Jesus era libertar o povão. Muita coisa deixou de ser dita e ensinada pela impossibilidade do povão compreender. A reencarnação, presente nas rodas de elite cultural, era um dos temas apenas tangidos e não aprofundados. Dentro dos próprios evangelhos populares (esses que Roma fez chegar até nós) existem citações claras de que ao povo eram faladas as coisas numa linguagem simples sem aprofundamento sobre o que, mais tarde, virou Ciência e já era Filosofia à época, pois Sócrates, Aristóteles, Platão, Pitágoras, Confúcio e outros, todos são anteriores a Jesus e já falavam em múltiplas vidas.
Em Lucas 1, iremos encontrar um trecho claro sobre reencarnação:
“5 Nos tempos de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote por nome
Zacarias, da classe de Abias; sua mulher, descendente de Aarão,
chamava-se Isabel. 6 Ambos eram justos diante de Deus e observavam irrepreensivelmente todos os mandamentos e preceitos do Senhor.
7 Mas não tinham filho, porque Isabel era estéril e ambos de idade
avançada. 8 Ora, exercendo Zacarias diante de Deus as funções de sacerdote, na ordem da sua classe, 9 coube-lhe por sorte, segundo o costume em uso entre os sacerdotes, entrar no santuário do Senhor e aí oferecer o perfume. 10 Todo o povo estava de fora, à hora da oferenda do perfume. 11 Apareceu-lhe, então, um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do perfume. 12 Vendo-o, Zacarias ficou perturbado, e o temor assaltou-o. 13 Mas o anjo disse-lhe: Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração: Isabel, tua mulher, dar-te-á um filho, e chamá-lo-ás João. 14 Ele será para ti motivo de gozo e alegria, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; 15 porque será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem cerveja, e desde o ventre de sua mãe será cheio do Espírito Santo; 16 ele converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, 17 e irá adiante de Deus com o espírito e poder de Elias para reconduzir os corações dos pais aos filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, para preparar ao Senhor um povo bem disposto. 18 Zacarias perguntou ao anjo: Donde terei certeza disto? Pois sou velho e minha mulher é de idade avançada. 19 O anjo respondeu-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para te falar e te trazer esta feliz nova. Clareza meridiana, não é Elias, é João (para não causar confusão: Elias foi Elias que viveu no corpo de Elias; João é João que viverá no corpo de João, com o mesmo espírito que esteve com Elias).
Em Lucas 9, outra prova de que no tempo de Jesus a reencarnação era coisa normal, porém velada em certas circunstâncias: 18 Num dia em que ele estava a orar a sós com os discípulos, perguntou-lhes: Quem dizem que eu sou? 19 Responderam-lhe: Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas”. A expressão “ressuscitou” era a expressão usada para a reencarnação. O termo reencarnação surgiu com Kardec em 1850. Muito depois é que a coisa foi torcida para o conceito de reviver no mesmo próprio corpo, especialmente porque foi a expressão usada por algumas igrejas para notificar o evento que deu Jesus como ausente do túmulo onde havia sido sepultado.
Com todas as controvérsias que o evento causou e ainda não foi devidamente explicado, aquilo pode ser ressurreição pura e simples dado o breve período em que demandou entre a morte física e a reaparição de Jesus entre os seus discípulos. Depois que o corpo se decompõe já não se trata de ressurreição.
No capítulo 9, de Marcos, outra prova da reencarnação entre Jesus e seus apóstolos: 2  E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte (Tabor); e transfigurou-se diante deles; 3 E as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas como a neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra os poderia branquear. 4 E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus. 5  E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, é bom que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias. 6 Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados. 7 E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi. 8 E, tendo olhado em redor, ninguém mais viram, senão só Jesus com eles. 9 E, descendo eles do monte, ordenou-lhes Jesus que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos. 10 E eles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros que seria aquilo, senão ressuscitar dentre os mortos. 11 E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? 12 E, respondendo Jesus, disse-lhes: 13 Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito (João Batista já tinha sido decapitado)”.
Em João 3:3 Jesus diz a Nicodemos: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". Os reencarnacionistas afirmam que Jesus está ensinando que uma série de renascimentos é necessária para se alcançar a perfeição. Para os adversários da idéia essa interpretação não tem suporte algum. Nicodemos ficou atrapalhado e então Jesus explicou  que estava falando de um renascimento espiritual: "Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus". (João 3:4-5). Como vemos, Jesus não pregou que a massa corporal teria de ser a mesma, mas outra, com o mesmo espírito.
Contudo, ao ler outras passagens, veremos que em Lucas 1:17 está escrito sobre João Batista: "E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto".
O próprio João Batista, em João 1:21, nega ser Elias: "E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não".
Claro, seu nome era João e sua humildade o impedia de intitular-se profeta que, na verdade, era.
A Escritura declara que Elias jamais passou pela morte física, o que o impossibilitaria de se reencarnar. Mas, convenhamos, chega de incoerências e meias verdades. Os mesmos textos que afirmam ter Elias subido aos céus no próprio corpo, insinuam a existência de outros planetas habitados, o que é totalmente negado como a Bíblia declara a Terra centro do mundo. Galileu escapou de ser queimado vivo quando ensinou que o centro do nosso sistema solar era o Sol e não a Terra.
Os adversários da reencarnação ficam tinhosos, roxos de raiva quando os reencarnacionistas usam mais esta passagem bíblica contida em Hebreus 7:2-3, referindo-se ao sacerdote Melquisedeque como uma vida anterior de Jesus: "A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre".
Tentam argumentar que Melquisedeque foi feito à semelhança do filho de Deus, no sentido de que o seu sacerdócio foi único, não tendo sido transferido a nenhum outro. Mas, fica difícil explicar ser o papa o vigário - sacerdote substituto - de Cristo na terra.
Mais uma Escritura citada pelos reencarnacionistas é João 9:1-3, onde lemos: "E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus".
Os discípulos desejavam saber se o cego estava sofrendo a Lei do Carma, segundo falavam os pagãos daquele tempo, ao que Jesus sabiamente respondeu que a obra de Deus estava manifesta neste homem ao receber do Pai a oportunidade de experimentar a cegueira ao invés de ser mandado eternamente para o inferno por conta de seus descaminhos.

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