sábado, 7 de julho de 2012

Para encerrar a série "reencarnação"

140. O que eu afirmo sobre a reencarnação


O primeiro pressuposto para raciocinarmos conjuntamente sobre o tema é: a vida é eterna e se modifica de acordo com as necessidades a ela impostas? Sim. A isso damos nome de EVOLUÇÃO. Isto não é uma hipótese; está comprovado.
Tudo evolui. Nada é o que foi ontem.
Assim, se somos espíritos em trânsito pela matéria, não fomos criados na véspera da concepção no útero materno. Como espíritos, também em evolução, temos uma carreira maior que uma breve vida em contato com o bioma. Logo, não faria nenhum sentido um bebê viver apenas algumas horas, semanas. Muito menos haveria sentido algum nascer cheio de imperfeições e limitações, ainda mais se a proposta da vida é evoluir. Evoluir significa aperfeiçoar.
Quem tenha estudado um mínimo de biologia, não das ciências biológicas que são parte do currículo das faculdades, falo do fluxo das espécies biológicas sobre o planeta ao longo dos milênios, repito, quem tenha olhado um bocadinho para isto, irá compreender por dedução que toda a imensa Natureza vem andando num processo contínuo de mutação, mudando do tosco para o belo, do pior para o melhor. O que era bruto, feio, desajeitado, é chamado a bater-se, comprimir-se, ralar, refinar-se, burilar-se para ganhar nova formatação. Veja, por exemplo, o cavalo. Pesquise a história biológica do cavalo, que já foi chamado e eqquus e hiracoterium e compreenda que temos hoje um ser 90% diferente de seu ancestral por conta do clima, da alimentação, da sua utilização, dos cruzamentos, dos predadores...
Essa terá sido a história evolutiva de 99,99% das espécies. Não coloco 100% porque já li que alguma coisa fica de fora dessa máxima. O gato parece ser um deles.
Mas, com o ser humano é muito mais complexo. Ao estudarmos ele, não estamos lidando com animais irracionais. Tendo ele passado pela fase animal, ganhou um raciocínio mais acurado, desenvolveu a inteligência, foi retirado daquilo que conhecemos pelo nome de Jardim do Éden ao adquirir consciência, ao discernir entre o bem e o mal e perdeu a tutela, que antes tinha, como tutelados são todos os outros animais inferiores.
Possuindo raciocínio, discernimento, livre-arbítrio, podia ele escolher aliar-se aos bandos do bem e trilhar uma senda que ao longo de milênios iria contribuir para a organização de uma sociedade, um coletivo, sua organização, suas regras, suas criações, no mundo físico, que é o laboratório das almas. Ou fazer o contrário, como também acontece.
O mundo físico, salvo descoberta futura, só é laboratório comportamental aos homens, pois dos animais, tutelados, não se exige outra coisa que adaptação. Eles não criam ou criam muito pouco e o seu coletivo já está consolidado: examinem-se os casos das abelhas, das formigas, dos peixes, dos pássaros, das manadas...
Uma sociedade capaz de promover para os seus membros razões e motivações para o bem tem como contraste uma sociedade do mal. E isso passa pelo interesse, pelo desejo dos seus membros e, claro, com os resultados daí advindos.
Ir em frente com a espécie enquanto biologia é uma questão de sobrevivência, regra que vale indistintamente para toda a natureza.
Se a cobra não se alimentar ela morrerá e não deixará descendentes.
Com os seres humanos é maior ainda o impacto da regra: se destruírem a si mesmos e ao meio onde estão, chegarão a um estágio prejudicado da convivência em que a vida se tornará impraticável. Esse o resultado da prática oriunda do livre-arbítrio. Aos humanos é livre escolher o que querem.
E o nó cego desse entendimento está, exatamente, no equivocado raciocínio de uma imensa maioria: não posso pagar pelos erros dos meus avós e de meus pais; eles me deram o mundo que tenho; então, sou vítima e não algoz.
Nada mais absurdo!
A natureza trabalha com os coletivos e os repliques são sentidos nos indivíduos para chegar aos coletivos. Irão adiante aqueles que forem aptos a sobreviver nas condições intrínsecas à disposição do coletivo.
Se a cobra morrer por inanição deixará o universo animal e voltará para o universo mineral para servir de adubo aos vegetais. Se o homem sucumbir biologicamente em sua sociedade deixará não só este seu universo social que acontece no plano biológico. Seu corpo virará adubo. E a ele advirão implicações espirituais.
E como tudo evolui, seu espírito é obrigado a repetir a experiência porque o fim da linha não é esse.
Se o aluno rodou, deixará sua atual turma; foi reprovado; precisa juntar-se aos demais da turma que vem atrás para reaprender.
Aprender o que? Aprender a interpretar as leis da natureza, as leis universais.
Não será este o destino das cobras que se alimentaram; elas continuarão a reproduzir-se a fazer descendentes que, sem dúvidas terão de continuar a adaptar-se ao meio, evoluindo. Talvez fiquem menores, mais escuras, mais claras, mais rápidas, mais venenosas.
Os seres humanos que, por sua escolha, individual e coletiva, estiverem aptos a conviver numa sociedade melhor organizada, mais humanizada, continuarão a adaptar-se, reproduzir-se-ão mais adequadamente, mais inteligentemente, não promoverão sua auto-destruição e se tornarão, séculos mais tarde, aptos a produzir melhores obras, melhor comportamento em relação à vida, mantendo seu coletivo e tocando a evolução.
Aqueles reprovados também farão a mesma coisa. Com uma diferença: seu mundo será distinto do outro grupo.
De modo análogo à cobra que não foi adiante, o aluno reprovado mudou de dimensão, não subiu na escala, pois como a cobra extinta mudou de universo. Mudou de universo também o ser espiritual reprovado. Por ser um espírito e por estar sujeito a repetir experiências eternamente, mudou de universo, foi experienciar num universo compatível com seu padrão mental.
No curso de uma eternidade em que nós, humanos, temos memória física para perceber apenas num tempo aproximado de 100 anos, as mudanças parecem lentas. Mas, não é assim, graças às migrações, graças aos exílios. Se levarmos em conta que o inkas há 480 anos usavam o kipo como escrita para se comunicar à distância (aquela cordinhas cheias de nós contendo códigos que entre eles eram decodificados) e hoje já podem usar o telefone celular, vemos que a coisa vai célere (graças às migrações). Mas, não fosse a evolução, os espanhóis não teriam vindo e não se sabe como os inkas estariam se comunicando entre eles nos dias atuais.
Os saltos extraordinários havidos em algumas fases da vida terrestre também se devem às migrações, aos exílios. Isso vale para os territórios que foram alcançados por descobertas e vale para o planeta como um todo. Vieram de fora pessoas e/ou espíritos mais evoluídos e foram retirados daqui espíritos incompatíveis com aqueles momentos. Isso só pode ser explicado à luz do espiritismo e da reencarnação das almas. Caso contrário, o processo seria bem outro: alguns espíritos criados na hora de ganhar o corpo seriam muito inteligentes, outros seriam muito burrinhos; alguns seriam lindos, maravilhosos e perfeitos; outros seriam prejudicados e defeituosos. Uns seriam magnânimos já ao nascer; outros seriam facínoras já ao nascer.
Nenhuma cosmovisão, neste atual estágio da consciência humana, se sustenta se não for incluída a reencarnação como processo evolutivo da alma humana, claro, com efetiva manifestação na vida física de nossos mundinhos.  

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