segunda-feira, 2 de julho de 2012

Reencarnação: nem tudo é fácil (VI)


135. Apenas uma chance para o ser humano?

Agora vamos ler o que, na Bíblia, se interpreta como argumento contrário à Reencarnação. Em apenas um verso, dizem, a Bíblia liquida completamente com a teoria da Reencarnação. Hebreus 9:27 declara textualmente: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo..."
Mas, não é isto que se depreende do diálogo de Jesus com alguns judeus radicais conforme João 8:51-58: Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte. Disseram-lhe os judeus: Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte... És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu... e os profetas também. Quem pretendes ser?
Respondeu Jesus: Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não
é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso
Deus e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse
que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo
a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria. Os judeus lhe disseram: Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!.. Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou”.
Quem pode afirmar que a preexistência dos espíritos é balela, se Jesus diz o contrário?
E o problema do mal? Quantos atacam a Lei do Carma ou Lei de Causa e Efeito? Ousam afirmar que o problema do mal através do sistema da reencarnação, como recompensa ou castigo dos pecados anteriores, é um problema contínuo sem solução alguma, pois a humanidade, segundo dizem, em vez de melhorar, tem piorado em todos os sentidos.
Não sabem o que dizem e não leram o capítulo 5 do Evangelho Segundo Mateus, onde todo o trecho das bem-aventuranças é dedicado à Lei do Carma ou Lei de Causa e Efeito. Para completar aquele foi o primeiro e mais contundente discurso de Jesus, ele afirma: (Mateus 5: 17 Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. 18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei”. Referir-se-ia à Lei do Carma ou Lei de Causa e efeito, pois em cada uma das nove bem-aventuranças Ele sentenciou um prêmio, uma causa, correspondente ao comportamento adotado pelo candidato àquilo.
Poucos sociólogos têm dedicado estudos ao recrudescimento do mal. Na verdade, foram as noticias sobre a maldade que se tornaram universais. O mal tem crescido na razão direta do desprezo dado aos apelos do Amor, deixados por Jesus. O mais interessante é que exatamente nos países mais desenvolvidos, onde o Evangelho levado por agremiações religiosas adeptas do clientelismo, é ali que as teorias hinduístas/budistas/espiritistas mais penetraram. O povo se cansou das promessas de felicidade depois da morte e foi buscar teorias espirituais que nos façam dignos das bênçãos divinas aqui mesmo na vida corporal. A tremenda decomposição moral e religiosa, rivalizando em imoralidade e corrupção parecem associadas ao modo como foram educados os “cristãos" desses últimos 18 séculos. Na mesma velocidade de como as agremiações religiosas se atiraram à busca do dinheiro para o enriquecimento de seus interesses, vimos a falência do comportamento moral dos seus fiéis. O dinheiro assumiu o centro das atenções, foi transformado num deus. Hoje, esse problema começa a ser revertido na Inglaterra, Alemanha, USA, Canadá, Austrália, países onde as teorias espirituais estão em ascensão.

Reencarnação e Espiritismo

Tudo quanto os retrógrados estudos que afastam a humanidade da espiritualidade vem depondo contra a evolução espiritual desta mesma humanidade. A gigantesca evolução biológica carregada pela marcha científica (penicilina, vacina, antibiótico, transplante, implante, etc.) não tem sido acompanhada pela evolução espiritual. Aqueles que se agarram à Bíblia, um livro escrito para uma civilização de cinco mil anos passados e negam a oportunidade para que novos profetas se manifestem modernamente, cometem o mesmo equívoco cometido pelos que negam aos fiéis a oportunidade de se servirem da moderna tecnologia de salvação da vida por entender que Deus seria capaz de negar a um de seus filhos o direito de reabilitar-se, seja biológica, seja espiritualmente.
Quando se agarram à Bíblia para argumentar que lá existe a condenação clara a qualquer tentativa de entrar em contato com os mortos e dizem que por isso os espíritas estão errados, são os espíritas que afirmam: é mesmo muito perigoso invocar os mortos, pois que dali podem surgir obsessões pesadíssimas, ainda mais se a tentativa é feita diante de platéias, a título de show para impressionar as pessoas. Muito pior se a tentativa for de iniciativa de leigos na seara espiritual. E mais grave ainda quando ditas tentativas pendem apenas para o lado dos maus espíritos.
Estamos falando da babaquice de algumas práticas religiosas que condenam o espiritismo elevado, que ouve espíritos de luz, tanto quanto se ouviam espíritos educadores no momento em que se escreveram os textos da Bíblia Sagrada, repita-se, condenam o que é elevado e se valem dos obsessores para criar verdadeiros shows dentro de suas celebrações. Em Levítico 20:6-27; Deuteronômio 18:11; Isaías 8:19; 1 Samuel 28 e 1 Crônicas 10:13 podemos ler essas proibições. Mas, são proibições destinadas a proteger os curiosos que se metem na seara espiritual sem conhecimento de causa.
E quando lemos todo o Novo Testamento, verificamos que nenhuma dessas proibições foi cancelada. E nem incentivada. Ao menos, não para uso do povão. Em Ato dos Apóstolos, porém, com conhecimento de causa, deu-se um grande festival de lidas espirituais sob a batuta de Simão Pedro, exatamente o apóstolo a quem Jesus entregou o comando de sua doutrina.
Reencarnacionistas famosos como Edgar Cayce, Jeanne Dixon, Montgomery e Elizabeth Kubler-Ross têm admitido publicamente suas práticas espíritas e mediúnicas. Hoje se sabe que Carl Gustav Jung também se valia da mediunidade para complemento de seu trabalho. Quem desejar conhecer melhor este assunto, de modo simples e claro, leia o livro “Chamada da Meia Noite” de John Anckerberg e John Weldon. São livros baratos e de excelente conteúdo teológico/doutrinário em nenhuma oportunidade negando as ligações de Jesus com os temas espirituais.
Apesar de todas essas evidências e argumentos, os evangélicos cristãos se negam a examinar o assunto acusando os espiritistas de perigosos embaixadores da serpente do Éden. Entendem muito mal a simbologia da serpente na cena do Éden. Seu radicalismo teológico os impede de compreender que a serpente simboliza o conhecimento e que por tornar-se ciente da Árvore da Vida, Adão e Eva (símbolos de uma fase da humanidade), ganharam razão e livre arbítrio, perderam a tutela do Paraíso e foram mandados para a vida com a perspectiva de retornarem ao Éden depois de haverem entendido como é a Ciência da Vida.  

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