sexta-feira, 4 de maio de 2012

Série: Antes e depois do Armagedom (IV)


80. Hitler: o Médium do Anticristo (III)

Alfred Rosemberg, o futuro teórico do nazismo, era então o profeta do Anticristo e se incumbia de questionar os Espíritos manifestantes. Ravenscroft afirma que teria sido Rosemberg quem pediu a presença da própria Besta do Apocalipse que, na sua opinião, (de Rovenscroft) sem dúvida dominava o corpo e a alma de Adolf Hitler, através das óbvias faculdades mediúnicas deste. Essa manifestação do Anticristo em Hitler foi assegurada por mais de uma pessoa, além do lúcido e tranqüilo Dr. Walter Johannes Stein. Outro desses, foi o estranho caráter de um senhor chamado Houston Stewart Chamberlain, inglês que se apaixonou pela Alemanha e pela causa nazista. Ravenscroft classifica-o como genro de Wagner e profeta do mundo pangermânico. Também escrevia suas teses anti-racistas em transe, segundo atestou nada menos que o eminente General Von Moltke, de quem ainda diremos algo importante daqui a pouco.
Chamberlain era considerado um digno sucessor do gênio de Friederich Nietzsche e, segundo o próprio Hitler, em “Mein Kampf”, “um dos mais admiráveis talentos na história do pensamento alemão, uma verdadeira mina de informações e de idéias”. Foi quem expandiu as idéias de Wagner, desvirtuando-as perigosamente, ao pregar a superioridade da raça ariana.
Segundo testemunho de Von Moltke, Chamberlain evocou inúmeros vultos desencarnados da história mundial e confabulou com eles. Que era uma inteligência invulgar, não resta dúvida. Os poderes das trevas escolheram bem seus emissários. Enganam-se, também, redondamente, aqueles que consideram Hitler um doido inconseqüente que tentou, na sua loucura, botar fogo no mundo. A julgar por todas essas revelações que ora nos chegam ao conhecimento, ele sabia muito bem o seu papel em todo esse drama. Recebeu uma fatia de poder a troco de certa missão muito específica. No domínio do mundo, se o tivesse conseguido, ele continuaria a desfrutar de posição “invejável”, como prêmio a um trabalho “bem feito”. Ainda bem que falhou, pois a amostra foi terrível.
Como se explicaria, sem esse apoio maciço de espíritos encarnados e desencarnados, que um jovem pintor sem êxito, pobre, abandonado à sua sorte, rejeitado pela sociedade, tenha conseguido montar o mais tenebroso instrumento de opressão que o mundo já conheceu? Como se explicaria que seu partido tenha emergido de um pequeno grupo político, falido e obscuro, senão que os Espíritos seus amigos o indicaram como sendo o primeiro degrau de escada que o levaria ao poder? Hitler ainda se aprofundaria muito mais nos mistérios da sua missão tenebrosa.
Precisava receber instruções mais específicas e, como sabemos, tudo se arranja para que assim seja. A hora chegaria, no momento exato, com a pessoa já programada para ajudá-la. Um desses homens chamou-se Dietrich Eckhart. Sua história á algo fantástico, mas vale a pena passar ligeiramente sobre ela, a fim de entendermos seu papel junto a Hitler, que, antes de encontrar-se com Eckhart, fizera apenas preparativos para o vestibular da magia e do ocultismo. Dietrich Eckhart era um oficial do exército, de aparência afável e jovial e, ao mesmo tempo, no dizer de Ravenscroft, “dedicado satanista, o supremo adepto das artes e dos rituais da magia negra e a figura central de um poderoso e amplo círculo de ocultistas – O Grupo Thule”. Foi um dos setes fundadores do partido nazista, e, ao morrer, intoxicado por gás de mostarda, em Munich, em dezembro de 1923, disse, exultante:
— “Sigam Hitler! Ele dançará, mas a música é minha. Iniciei-o na “Doutrina Secreta”, abri seus centros de visão e dei-lhe os recursos para se comunicar com os Poderes. Não chorem por mim: terei influenciado a História mais do que qualquer outro alemão”.
Suas palavras não são mero delírio paranóico. Há muito, nas suas desvairadas práticas mediúnicas, havia “uma espécie de anunciação satânica de que estava destinado a preparar o instrumento do Anticristo, o homem inspirado por Lúcifer para conquistar o mundo e liderar a raça ariana à glória”. Quando Adolf Hitler lhe foi apresentado, ele reconheceu imediatamente o seu homem, e disse para seus perplexos ouvintes:
— Aqui está aquele de quem eu fui apenas o profeta e o precursor.
Há uma evidente ilação ao caso João Batista-Jesus, tudo ardilosamente preparado. Coisas espantosas se passaram no círculo mais íntimo e secreto do Grupo Thule, numa série de sessões mediúnicas (Ravenscroft chamava-as, indevidamente, de sessões espíritas...), das quais participavam dois sinistros generais russos e outras figuras tenebrosas.
A médium, descoberta por um certo Dr. Nemirocitch-Dantchenko, era uma pobre ignorante camponesa, dotada de variadas faculdades. Expelia pelo órgão genital enormes quantidades de ectoplasma, do qual se formavam cabeças de entidades materializadas que, juntamente com outras, incorporadas na médium, transmitiam instruções ao círculo de “eleitos”. Certa manhã de setembro de 1912, Walter Stein e seu jovem amigo Adolf Hitler subiram juntos as escadarias do museu Hofburg. Em poucos minutos encontravam-se diante da Lança de Longinus, posta, como sempre, no seu estojo de desbotado veludo vermelho.
Estavam ambos profundamente emocionados, por motivos diversos, é claro, mas, seja como for, o disparador daquelas emoções era a misteriosa lança. Dentro em pouco, Hitler parecia ter passado a um estado de transe, “um homem – segundo Ravenscroft – sobre o qual algum espantoso encantamento mágico havia sido atirado”. Tinha as faces vermelhas e seus olhos brilhavam estranhamente. Seu corpo oscilava, enquanto ele parecia tomado de inexplicável euforia.
— Toda a sua fisionomia e postura – escreve Rovenscroft, que ouviu a narrativa do próprio Stein – pareciam transformadas, como se algum poderoso Espírito habitasse agora a sua alma, criando dentro dele e à sua volta uma espécie de transfiguração maligna de sua própria natureza e poder.
Walter Stein pensou com seus botões: Estaria ele presenciando uma incorporação do Anticristo? É difícil responder, mas é certo que terrífica presença espiritual ali estava mais do que evidente. Inúmeras outras vezes, em todo o decorrer de sua agitada existência, testemunhas insuspeitas e desprevenidas haveriam de notar fenômenos semelhantes de incorporação, especialmente quando Hitler pronunciava discursos importantes ou tomava decisões mais relevantes.
Ao narrar o fenômeno a Ravenscroft, 35 anos depois, o Dr. Stein diria que:
— ... Naquele instante em que pela primeira vez nos postamos juntos, de pé, ante a Lança de Longinus, pareceu-me que Hitler estava em transe tão profundo que passava por uma privação quase completa de seus sentidos e um total eclipse de sua consciência.
Hitler sabia muito bem da sua condição de instrumento de poderes invisíveis. Numa entrevista à imprensa, documentou claramente esse pensamento, ao dizer:
— “Movimento-me como um sonâmbulo, tal como me ordena a Providência”.
Havia nele súbitas e tempestuosas mudanças de atitude. De uma placidez fria e meditativa, explodia, de repente, em cólera, pronunciando, alucinadamente, uma torrente de palavras, com emoção e impacto, especialmente quando a conversa enveredava pelos temas políticos e raciais. Stein presenciou cenas assim no velho café em que costumava encontrar-se com seu amigo, em Viena, ali por volta de 1912/1913.
Passada a explosão, Hitler recolhia-se novamente ao seu canto, como se nada tivesse ocorrido. Naqueles estados de exaltação, transformava-se o seu modo de falar e sua palavra alcançava as culminâncias da eloqüência e da convicção. Era como se um poder magnético a elas se acrescentasse, de tal forma que ele facilmente dominava seus ouvintes. Seus próprios companheiros notariam isso mais tarde, em várias oportunidades.

( A fonte destes textos é um artigo de Hermínio C. Miranda publicado na Revista Reformador de Março de 1976.

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