terça-feira, 29 de maio de 2012

Mestres de Luz (VIII)


101. Reencarnações de Emmanuel (I)

Emmanuel é o nome dado pelo médium espírita brasileiro Francisco Cândido Xavier, mais conhecido por Chico Xavier, ao espírito a que atribui a autoria de boa parte de suas obras psicografadas. Esse espírito era apontado por Chico Xavier como seu orientador espiritual. Tudo começou em 1938, com o primeiro livro, de Chico Xavier em parceria com Emmanuel, cujo título é Emmanuel.
A obra mediúnica atribuída a Emmanuel é composta por 116 livros, muitos deles traduzidos para diversos idiomas. São romances históricos, livros de aconselhamento espiritual, obras de exegese bíblica, etc.
Através de quatro romances escritos por Emmanuel: "Há Dois Mil Anos", "Cinqüenta Anos Depois", "Ave Cristo!" e "Renúncia", foi-nos dado conhecer cinco personalidades vividas por este elevado espírito. Foi Públio Lêntulus, senador romano em duas encarnações sucessivas. Homem de grande cultura e espírito de liderança.
É o que se destaca na leitura dos já citados quatro livros.

No maravilhoso "Há Dois Mil Anos”, segunda encarnação conhecida, tomamos conhecimento que, com a finalidade de cura de sua filha Flávia Lentúria, atacada pela lepra, Públio obteve do imperador Tibério a designação para alto cargo na Palestina, região de clima mais ameno para o caso de Flávia.
Corria o ano de 33.
Jesus, o meigo nazareno de cabelos longos, olhar meigo e voz suave, cumpria o seu ministério na Palestina. Às margens do lago Genesaré.
 
Públio Lêntulus teve um encontro com Cristo. Fora interceder pela cura de sua filhinha Flávia. Comovido e magnetizado por emoções que ainda desconhecia, nem conseguiu falar. Ouviu do Mestre: “Fora melhor que me procurasses publicamente e na hora mais clara do dia, para que pudesses adquirir, de uma só vez e para toda a vida, a lição sublime da fé e da humildade. Depois de longos anos de desvio do bom caminho, pela senda dos erros clamorosos, encontras, hoje, um ponto de referência para a regeneração de toda a tua vida. Está, porém, no teu querer aproveitá-lo agora, ou daqui a alguns milênios. Mas, ninguém poderá agir contra tua própria consciência, se quiseres desprezar indefinidamente este minuto ditoso!”.
Percebeu, ao fim do encontro, que Jesus orava. A partir dessa noite, a menina começou a melhorar sensivelmente, até restabelecer-se de todo.
Conseqüências desse encontro com o Divino Mestre: a cura de Flávia.
Lívia, a esposa de Públio Lêntulus, torna-se cristã. E passa a ser assediada por Pôncio Pilatos, mas manteve a sua fé. Morreu na arena estraçalhada pelas feras.
Públio retorna às lides políticas, mas recusa-se a admitir ser Jesus o autor da cura de sua filha.
Quando desencarnou, numa erupção do Vesúvio, como foi narrado em detalhes no livro "Há Dois Mil Anos", já sentia Públio Lêntulus grande arrependimento. No livro "Cinqüenta Anos Depois", nas ruínas de Pompéia vamos encontrá-lo sob as vestes humildes de Nestório, escravo judeu de Éfeso. Estava o ex-senador de volta para o resgate de suas faltas e em busca da evolução. Foi na personalidade de Nestório, o judeu grego da Ásia Menor, o cristão humilde das catacumbas de Roma, que Emmanuel iniciou sua tarefa de Obreiro do Evangelho. Morreu na arena entre milhares de cristãos: crianças, jovens e velhos, servindo de espetáculo para a platéia cativa do Império Romano.
Retornou novamente às lides cristãs como o escravo Rufo, personagem do livro "Ave Cristo!" Foi um dos mártires assassinados pelas autoridades romanas nas Gálias, pois instado a negar a crença no cristianismo, manteve a sua fé e, como conseqüência, foi atado à cauda de um potro bravio e arrastado até a morte.
Sobre as vidas de Emmanuel, existe uma lacuna de 13 séculos. Clóvis Tavares, que já regressou à pátria espiritual, era um dos poucos que conhecia algumas dessas encarnações, conforme relata em seu livro “Amor e Sabedoria de Emmanuel”.

Vários séculos se passaram, e segundo a psicografia idônea de Francisco Cândido Xavier, Emmanuel, antes de reencarnar-se na vila portuguesa de Sanfins do Douro a 18 de outubro de 1517, naquele que iria chamar-se Padre Manoel da Nóbrega, visitou em espírito, o Brasil recém-descoberto; correu o vasto território do Oiapoque ao Chuí, do mar às cordilheiras, contemplou as florestas, apiedou se dos indígenas e amou a Terra de Santa Cruz. Preparava-se para a grande missão que Deus lhe reservava.
Aos 17 anos, em 1535, ingressou na Universidade de Salamanca - Espanha, e com 21 anos, em 1538, ingressou na Universidade de Coimbra, onde cursou Direito e Filosofia. Em 1549, já ordenado padre entra para a Ordem dos Jesuítas (criada para combater a reforma protestante). Vem com Tomé de Souza para o Brasil e participa, entre tantas outras providências da Igreja, no Brasil, da fundação do Colégio de Piratininga.

No romance "Renúncia", notamos que, anos depois, renasce Emmanuel em terra espanhola, onde prossegue em sua missão. É o padre Damiano, sacerdote esclarecido e dedicado, vigário da igreja de São Vicente, em Ávila, a gloriosa cidade de Santa Teresa de Jesus. Damiano luta, dentro de seu invariável padrão de nobreza e equilíbrio, contra os cruéis mercadores de escravos, com a mesma coragem com que, na personalidade de Nóbrega, no Brasil, defendia os direitos e a liberdade dos indígenas. Sempre a mesma dedicação ao próximo, sereno, mas enérgico, destemido e corajoso.
Contraindo implacável moléstia dos pulmões, o velho sacerdote veio a desencarnar em Paris, França.

O espírito Emmanuel colaborou na codificação espírita, tendo, em 1861, transmitido a mensagem constante do capítulo XI, número 11 “AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO - O EGOÍSMO”, no Evangelho Segundo o Espiritismo.
Daqui para a frente iremos fazer menção à grande obra que o espírito Emmanuel realizou no Brasil como mentor espiritual de Chico Xavier.

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