quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

941-"O Destino Existe?"


Estamos caminhando?

Talvez a gente possa compreender com a mente liberta pelo nosso poder de livre-arbítrio ou livre discernimento, que é coerente acreditar numa Causa para tudo que existe. Mas não significa acreditar que tudo iniciou como está agora. Nem se pode acreditar que para tudo existe a mão de Deus fazendo e acontecendo aqui e agora, apertando este e não aquele botão.
Uma coisa é querer saber o que houve com os dinossauros. Outra coisa é saber por que explodimos bombas atômicas. Não foram os homens que provocaram a extinção dos dinossauros. E não foi o gatilho de Deus que explodiu as bombas de Hiroshima e Nagasaki. Quanta coisa é parte das acomodações da natureza evolutiva e quanta coisa nós, humanos, escolhemos como resultados. O legislador ou projetista do Cosmos traçou as regras, fez as plantas e deu partida. Dentro das regras e das plantas o plano se realiza com um destino desejado, ao que tudo indica. Fora das regras os contraventores são chamados a responder por suas escolhas.
O que nunca podemos supor é que basta obedecer aos Dez Mandamentos para sermos escolhidos para uma eternidade de prêmio. As religiões modernas conseguem visualizar quatro fases para a evolução humana, válidas para o indivíduo isolado tanto quanto válidas para a humanidade global: (1) a infância, é a fase em que criança necessita ser amamentada, vestida, banhada, tratada, carregada no colo, conduzida ao atravessar a rua – esta é a fase em que podemos aceitar o Adão dependente do Pai, no Éden; (2) a adolescência, fase em que surgem vontades e rebeldias, que é quando têm início as proibições por parte dos pais e educadores – esta é a fase dos Dez Mandamentos, nos quais quase todas as leis começam com a palavra NÃO; (3) a juventude, fase em que tem início a produtividade, o desejo de acontecer, meter a cara, ir em frente – esta é a fase em que a sabedoria velha é contestada, os jovens entram em crise, são desestabilizados, revoltam-se, partem para as drogas e que nós podemos também entender como a fase da cisão entre ciência e religião, no Ocidente (século XV); (4) a maturidade, em que o discernimento permite uma escolha madura – esta é a fase que se abriu com as revolucionárias filosofias do século XIX e se intensifica no terceiro milênio da Era Cristã. Há uma quinta fase a começar com a Era de Aquário, mas não queremos adivinhar; é preciso esperar que ela venha, se possível jogando por terra muita coisa fundamentada do passado.
Este caminhar já tem milhares de léguas, devagar é bem verdade, mas estamos andando. Não estamos?

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