sexta-feira, 30 de março de 2012

Isso também conta

52. Família, a raiz de tudo (II)

Quantos de nós possuímos um Plano Estratégico de Vida? Se falarmos em termos espirituais, pode anotar que todos o possuímos e inconscientemente. Ele se apresenta diante de nós constantemente, ainda que não o interpretemos. Se falarmos em termos intelectuais, muitos podem tê-lo, mas, é claro, não podemos generalizar. Muitos jovens, cedo em suas existências, decidem estudar isto para serem aquilo e estabelecerem-se com algo do ponto de vista empreendedor e realizam seu sonho profissional que, talvez, se relacione com a vocação, com a missão ou algo assim.
Mas, e aqueles que caem na corrente da vida como casquinhas de amendoim e se deixam levar sem nenhuma preocupação?
São felizes? Parece que são até o dia em que tenham de prestar contas de sua missão no mundo. Como fica? Não fica.
Em algum lugar, não sei onde, li que não viemos aqui como turistas, para desfrutar, para driblar as dificuldades, bater algumas fotos e ir embora deixando o lixo para alguém recolher.
Pensando pela mente de Deus, se o projeto é ser feliz e adquirir a perfeição (como enfocamos no artigo anterior), deve incluir um trabalho, um tecido, uma trança, uma trama, uma construção que leve a alguma realização, a algum resultado, que não seja zero. E mais, é possível que este projeto não seja pessoal, nem individual, que inclua um cônjuge, um ou mais filhos, um grupo familiar, um clã, um “cluster”.
Fracassar e contribuir para o fracasso de outros pode ser muito pior do que se imagina.
É evidente que a primeira e maior responsabilidade deve ser em relação ao próprio corpo, às próprias emoções, à própria mente e ao próprio espírito.
A coragem e a responsabilidade de fazer do nosso corpo, de nossas relações, de nossa mente e de nosso espírito instrumentos do bem e para o bem, cabe aí, pois, na missão maior, número um: primeiramente temos que cuidar da vida que vibra em nós. Ela pede carinho e respeito. Viver o máximo tempo permitido por nossas células em condições de responder à vida. Longa, média ou curta, se depender apenas do plano biológico é tarefa para cada um diante do que se come, se bebe, se exercita, e tudo mais.
Se depender apenas do plano emocional, é tarefa para as nossas relações com os demais seres, a começar por aqueles que estão muito perto de nós. Se depender da saúde da mente para que também o corpo seja saudável, vai depender daquilo que serve de alimento e realimento de nosso intelecto: tarefa também nossa. E assim parece estarmos no limiar do processo psicológico que sempre estará muito mesclado de tudo mais que dissemos como tarefas nossas e de nossas escolhas.
O sucesso ou o fracasso de uma vida e quiçá de um grupo de pessoas, sempre será resultado de como vivemos. Viver por muito tempo nem sempre é sucesso, porque a idade acaba limitando as pessoas e transferindo para terceiros os cuidados que nem sempre os velhos têm da própria família. Isso é infelicidade.
Viver o bastante para amar e ser amado, para legar riquezas com valor eterno, deve ser, pode ser um senhor projeto de vida.
Matar em nome "de um amor", justificar-se atingido pela incompreensão dos outros, exercer o ciúme, a inveja, a desconfiança, cultivar a agressão é a pior marca que o ser humano pode deixar nos outros e nele mesmo.
Seja qual for a razão pela qual ganhamos uma experiência para ser vivida no corpo biológico, isso não pode ser creditado ao acaso. Não existe efeito sem causa. Saber exatamente por que estamos aqui e nestas circunstâncias, por enquanto, por culpa nossa ao longo dos séculos, se torna um pouco difícil. Abandonamos as buscas que poderiam nos levar até lá. Estamos correndo atrás do prejuízo.
O certo é que seja qual for a coisa que estejamos fazendo, ela pode estar completamente dentro da missão divina ou completamente fora dela. A sensação de dever cumprido ou o incômodo íntimo por conta disso, podem indicar a verdade.
Ainda voltaremos a este tema em nossas andanças futuras.

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